O Mágico de Oz: 5 perrengues de figurino e make do filme de 1939
A produção de O Mágico de Oz, clássico estrelado por Judy Garland, foi caótica e cheia de problemas técnicos nos bastidores
atualizado
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Acidentes de trabalho, assédio e até problemas de saúde marcaram a produção de O Mágico de Oz na versão de 1939, considerada um clássico absoluto do cinema, com direção de Victor Fleming. Alguns desses “perrengues” estão diretamente ligados à maquiagem ou aos figurinos, assinados pelo renomado Adrian. Boa parte dos atores principais da obra tiveram algum problema, de marcas no rosto a situações hospitalares. Por isso, aproveitando o sucesso de Wicked nos cinemas, a coluna relembra cinco dessas situações para os fãs do universo de Oz.
Vem conferir!
1. Visual infantil
As gravações de O Mágico de Oz foram para lá de traumáticas para a intérprete da protagonista Dorothy, Judy Garland, que viria a ser uma estrela global. Na vida real, a atriz e cantora tinha 16 anos, enquanto a personagem tinha 10. A produção interferia na alimentação da artista, para controlar o peso, e a fazia consumir barbitúricos, cujo vício levou à sua morte, em 1947. Ela também precisava usar figurinos extremamente apertados para esconder as curvas da puberdade e manter o visual infantil.
2. Acidentes com fogo
Durante as filmagens de uma cena com fogo, as chamas atingiram a atriz Margaret Hamilton, intérprete da Bruxa Má do Oeste, resultando em queimaduras graves no rosto e nas mãos da atriz. Ela precisou de seis semanas para se recuperar e usou luvas para esconder as mãos machucadas quando retornou ao set. Após o incidente, ela se recusou a gravar novas cenas com fogo. A dublê contratada para interpretar a bruxa em outra cena flamejante, Betty Danko, também se machucou com a explosão de um adereço.
3. Maquiagem tóxica
A maquiagem foi uma verdadeira dor de cabeça para os atores que precisavam gravar com a pele em cores fantasia. Alguns só podiam consumir alimentos líquidos durante as filmagens. Margaret Hamilton, devido à tinta para deixar sua pele verde, à base de cobre, ficou manchada por semanas.
No caso do Homem de Lata, a tinta era à base de alumínio em pó e causou problemas de saúde em dois atores. O primeiro escalado para o papel, Buddy Ebsen, respirou tanto pó durante os ensaios que teve um problema pulmonar sério. A longa recuperação levou à demissão do ator. Para o substituto, Jack Haley, a produção trocou o produto por uma espécie de pasta, ainda de alumínio, mas não foi suficiente para evitar novos problemas de saúde: Haley teve uma infecção ocular.
4. Fantasia pesada e quente
Feito com pele verdadeira de leão, o figurino do Leão Covarde era extremamente pesado e quente. A peça pesa cerca de 45 kg e foi leiloada por 3 milhões de dólares em 2014. As luzes do estúdio contribuíam ainda mais para o calor, que chegava até 40º C. O personagem utilizou um figurino único durante toda a produção, devido à dificuldade de duplicá-lo de forma idêntica. Bert Lahr transpirava tanto que o traje precisava ser higienizado a seco durante a noite. Na pré-produção, um segundo figurino do Leão chegou a ser criado, mas ficou restrito a testes e não aparece nas imagens do longa.
5. Marcas no rosto
As próteses de borracha do figurino do Espantalho deixaram o rosto do ator Ray Bolger com marcas próximas à boca e no queixo por muito tempo. Além disso, como o material não era poroso, ele se sentia sufocado e relatou que o traje não permitia que a pele respirasse normalmente. Durante as filmagens, vale destacar, é relatado que Bolger e os atores que interpretavam o Homem de Lata e o Leão Covarde almoçavam separadamente, pois as fantasias supostamente assustavam outros profissionais da produção.
Para finalizar, um fato que não chega a ser um “perrengue”, mas é uma curiosidade: na história original de O Mágico de Oz, publicada por L. Frank Baum em 1900, os sapatos de Dorothy são prateados. A cor vermelha foi escolhida para o filme para que os calçados – na trama, de rubi – se destacassem visualmente.
Sucesso como musical da Broadway há mais de duas décadas, Wicked funciona como uma espécie de prelúdio que imagina o passado das bruxas Má do Oeste (Elphaba) e Boa do Sul (Glinda). A história acaba de ganhar uma versão cinematográfica, estrelada por Cynthia Erivo e Ariana Grande, que também guarda detalhes interessantes, que a coluna destrinchou em 5 curiosidades. Vale a pena conferir!