O Esquadrão Suicida: saiba detalhes sobre o figurino do novo filme
A figurinista norte-americana Judianna Makovsky assina os looks do longa, dirigido por James Gunn
atualizado
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O figurino dos vilões de filmes é tão importante quanto o dos mocinhos. A responsabilidade aumenta quando se trata de uma produção inteiramente inspirada em supervilões dos quadrinhos, como no recém-lançado O Esquadrão Suicida, de James Gunn. Para o longa, que traz de volta a icônica Harley Quinn (ou Arlequina, interpretada por Margot Robbie), o cineasta trabalhou com a figurinista norte-americana Judianna Makovsky, que deu detalhes sobre a produção ao WWD.
Vem conferir!
Detalhes da produção
Indicada à categoria de Melhor Figurino do Oscar três vezes, Judianna Makovsky havia trabalhado com James Gunn anteriormente em Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017). Ela tem outros filmes de herói no currículo, como Vingadores: Ultimato, Vingadores: Guerra Infinita e Capitão América: Guerra Civil. Neste novo trabalho, que retoma alguns personagens do Esquadrão Suicida de 2016 e apresenta novos, ela tentou se manter fiel ao visual dos quadrinhos no caso de alguns personagens específicos.
“Os trajes informam quem é a pessoa”, assinalou Judianna. “A maioria dos atores dirá que, sem figurinos, o personagem não está lá, então é um processo de descoberta no provador para saber quem ele é. Em cada filme, não importa o que seja, de um filme de super-herói a uma fantasia de época, cada roupa que você veste em uma pessoa é importante e bem pensada.”
Para deixar as origens diferentes de cada vilão ainda mais explícitas, já que o “esquadrão” é um time por necessidade, não por vontade própria dos integrantes, a figurinista teve a liberdade de seguir uma estética distinta em cada uniforme. Segundo Judianna, isso permitiu uma conexão ainda maior dos atores com os personagens.
“Todos deveriam parecer que saíram de seus próprios filmes e acabaram ficando juntos. Isso meio que liberou porque normalmente temos todas as técnicas iguais. Para este, nós realmente não tivemos que fazer isso, e cada personagem poderia ser único”, complementou.
A figurinista disse que todo o trabalho visual do filme foi pensado ao longo de seis ou oito semanas de reuniões entre ela, James Gunn, o designer de produção e os ilustradores que fazem as artes conceituais. Judianna frisou que Gunn criou uma “atmosfera de colaboração absoluta”.
Harley Quinn
Uma das personagens mais icônicas e queridas desse universo, a Harley Quinn de Margot Robbie apareceu pela primeira vez no Esquadrão Suicida de 2016. Na época, o visual com short extremamente curto, camiseta e o penteado estilo maria-chiquinha – com mechas azuis e rosas – inspirou fantasias de Halloween, mas recebeu críticas pelo teor sexista. Já no spin-off Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa (2020), a vilã usou calças e shorts maiores.
O novo Esquadrão Suicida faz um resgate ao visual clássico da personagem, com as cores vermelha e preta, a pedido do próprio diretor e roteirista. No longa, ela usa dois figurinos, incluindo um look de couro com calça, jaqueta e corselet, utilizado no primeiro ato do filme. Na parte de trás da jaqueta, uma estampa exibe a frase “Live Fast Die Clown”, algo como “viva rápido, morra palhaço”, em tradução livre.
“Ele [James Gunn] queria que a primeira roupa dela fosse mais uma roupa de batalha”, contou Judianna Makovsky. “Ela sabe que vai para uma missão, e não vai de shortinho. Margot também disse: ‘Acho que terminamos esse visual, vamos seguir em frente’, então criamos uma produção icônica em preto e vermelho, com cabelos pretos e ruivos”, contou a figurinista. O outro look, ainda mais evidente no filme, é um vestido de festa com camadas semitransparentes, que aparece até mesmo em cenas de ação brutais.
Outros destaques
Ao WWD, Judianna Makovsky contou que o capacete cromado de Peacemaker (John Cena) foi uma das peças mais difíceis de reproduzir das HQs, resultado de muitos esboços. Inclusive, a ideia inicial era que fosse usada apenas em fotos. “Fizemos tantos designs daquele capacete, e todos eles foram simplesmente ridículos. O engraçado é que quando colocamos no John, ele adorou e não tirou, então acabou usando muito mais do que eu pensava que usaria no filme”, acrescentou.
Bloodsport (Idris Elba) veste uma armadura utilitária, com partes removíveis que se transformam em diferentes tipos de armas. Considerado um dos vilões mais ridículos dos quadrinhos, o Homem das Bolinhas (David Dastmalchian) tem exatamente o figurino imaginado por James Gunn para o filme, segundo o próprio cineasta.
Respondendo a um internauta que perguntou qual foi o figurino que ele mais gostou de trabalhar, ele disse, em tradução livre: “Eu amo todos eles, mas eu descrevi o Polka-Dot Man [como um] soldado Sad-Sack classe-B com uma roupa ligeiramente inadequada e óculos de proteção para Judianna, e sua equipe fez um primeiro design, e ele é o [usado] hoje. Judianna pode ver meu cérebro!”
I love them all, but I described Polka Dot Man's sad-sack-soldier/b-grade supervillain-with-a-slightly-ill-fitting-outfit-&-goggles look to Judianna, & her team did ONE 1st design & that's what it is today. Judianna can see in my brain! https://t.co/PemvEvxO4W
— James Gunn (@JamesGunn) May 11, 2021
Vale destacar, também, o visual de Rick Flag (Joel Kinnaman) com a camiseta amarela que remete diretamente aos quadrinhos, assim como os implantes tecnológicos na cabeça do Pensador (Peter Capaldi), que poderiam soar extremamente caricatos em outros filmes, mas ganham uma licença poética neste. O Capitão Bumerangue (Jai Courtney) saiu da estética mais punk do filme anterior para um uniforme mais utilitário.
Sobre o filme
O Esquadrão Suicida resgata a franquia da má impressão deixada pelo filme de 2016. Não é considerado oficialmente como um reboot, remake ou uma sequência, mas uma espécie de “retrabalho” que também segue a ideia do primeiro. Na trama, supervilões de um presídio de segurança máxima são forçados pelo Estado a encarar uma missão em uma ilha fictícia da América do Sul. O longa estreou nos cinemas brasileiros no último dia 5 e deve chegar ao HBO Max a partir do dia 9 de setembro.
Colaborou Hebert Madeira