Not That Cliche: influencer Vitoria Fiore fala sobre moda e carreira
Além de atuar como criadora de conteúdo nas redes sociais, a paulista comanda o podcast Cliche Talks e é colunista na Glamour
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Nas redes sociais, grande parte dos influenciadores parece ter encontrado uma fórmula pronta para obter engajamento. Sobretudo no mercado de moda, beleza e lifestyle, o “mais do mesmo” virou uma constante. Entre posts de “look do dia”, vídeos de “arrume-se comigo” e Stories de recebidos, destaca-se quem consegue colocar a própria personalidade na criação de conteúdo.
Mais do que isso: falar com o público de maneira sincera, levantar assuntos que podem dividir opiniões, e escolher cuidadosamente as marcas para parcerias. É assim que Vitoria Fiore, também conhecida como Not That Cliche, firma-se cada vez mais no mercado digital. Além da carreira como influencer, a paulista multifacetada comanda o podcast Cliche Talks e é colunista na Glamour.
Os seguidores de Vitoria Fiore estão acostumados a serem chamados de “notters”, “mozões”, “vidocas”. Ao falar com os followers com carinho e de um jeito personalizado, a influencer gera identificação. Para além disso, a relação é construída com posicionamentos, consciência de classe, dicas e trocas de experiências.
A ligação da paulista com a moda começou cedo, por influência da família, dona de uma confecção no Brás. Contudo, foi no começo da juventude, quando se graduava na Parsons School of Design, em Nova York, nos Estados Unidos, que ela despretensiosamente começou a investir na produção de conteúdo para a web.
No início, em 2016, a ideia era mostrar a rotina de uma estudante brasileira em território nova-iorquino. Aulas da graduação que estimulavam a criatividade e exposições de moda estavam entre os temas aproveitados. A narrativa também tinha muito a ver com a liberdade criativa e de estilo que sentia por lá.
“Tinha muita bagagem para conseguir compartilhar. Esse diferencial de informação sempre esteve presente, mesmo eu não percebendo claramente. Eu achava que [o conteúdo] era muito mais voltado para looks, mas esse twist de realmente pensar em moda de uma forma diferenciada sempre foi inserido. Eu levava pautas, questionamentos, e explicava para a galera”, lembra Vitoria Fiore.
“Tenho seguidoras que são extremamente inteligentes, muito curiosas, envolvidas; e eram temas que elas adoravam. Percebi que [o Instagram] não precisava ser um espaço só de looks e dicas de maquiagem, que também existia e eu amo, mas dava para abranger em muitos aspectos”, completa.
Atualmente, Not That Cliche acumula mais de 75 mil seguidores no Instagram. Um dos atrativos nas publicações é o quadro em que a influenciadora mistura modelagens, texturas, shapes e cores, por meio da hashtag #MixAndPleaseDontMatch. Além de compartilhar exemplos de visuais, ela ensina o público a ousar nas combinações com autenticidade.
Com a notoriedade conquistada a partir da influência digital, Vitoria decidiu usar o alcance para um propósito relacionado: o de aprender e informar, a partir do diálogo com diferentes áreas convergentes. No programa Cliche Talks, disponível no YouTube e no Spotify, a podcaster recebe convidados de variados ramos da moda, para englobar dos holofotes aos bastidores: empreendedores, jornalistas, comunicadores e designers. Na lista de participantes, estão nomes como Camila Coutinho, Fiorella Mattheis, Airon Martin, André Hidalgo, Susana Barbosa, Suyane Ynaya e Rita Carreira, entre outros.
Em entrevista à coluna, Vitoria Fiore avalia a trajetória, detalha o próprio visual e conta como concilia todas as vertentes da carreira de influencer, podcaster e colunista de moda. Confira detalhes do bate-papo:
Moda e carreira
Como começou a sua carreira de influenciadora digital? Por que não usar o seu nome no arroba?
Vitoria Fiore: Acho que nunca foi um planejamento. Até estava conversando sobre isso com umas amigas e nas palestras que eu tenho dado em faculdades. Tem muitas meninas atualmente que querem ser influenciadoras e veem isso como uma profissão. O Not That Cliche surgiu quando eu estava no primeiro ano da faculdade e foi realmente como uma brincadeira. Eu não queria nem pensava em seguir com isso, foi mais uma facilidade, porque na época tinha um grupo de Facebook em que todo mundo queria saber como era morar em Nova York, estudar na Parsons. Eu também passava muito tempo no Snapchat, assistindo às influenciadoras da época. Aí minha mãe me deu um ‘acorda’, falou “Vitória, para de assistir aos outros e faz os outros te assistirem”.
Foi um um estalo que veio desses dois lados. Só que também, como já tinha um pouco de preconceito com a profissão — blogueirinha e tal — , eu percebi que ia ser muito clichê se eu só, do nada, virasse blogueira, porque não era esse o intuito, pelo menos no início. E eu comecei a pensar em como eu conseguiria me sentir confortável nessa situação, até porque no Snapchat eu já tinha o meu Vitoria Fiore, que era para amigos, mas, na época, não era que nem o Insta que as pessoas viam o tanto de seguidores, conseguiam ver o perfil, né?! Era muito mais fechado. Depois, eu acabei criando o Not That Cliche. Eu pensei em dois nomes quando eu estava no metrô voltando para casa. Fiz uma votação lá com os meus amigos e foi isso. Mas era para o Snap.
Quando fui para o Instagram, o @ estava disponível. Mais uma vez, sempre muito distante, porque eu me sentia julgada, mas também aquele era o meu espaço. Eu não seguia meus amigos de volta; como se fosse uma página paralela. Eu também estava numa pegada bem artista. A Parsons tem um pouco desse momento que você vai se descobrindo; você tira foto, você é modelo, aí você faz filme… Então, eu estava muito dentro dessa bolha, e não precisava do meu nome, não tinha muito propósito com aquilo e acabou que foi desenvolvendo. O Snap morreu, tive que ir para os Stories do Not That Cliche. No começo, tive dificuldade de adaptação para falar nos Stories do Instagram.
Apesar da vergonha, depois de um tempo, eu vi que era uma coisa que eu realmente tinha muita vontade de alimentar. Eu também sempre apreciei muito o meu momento off, sabe? Eu tenho os meus melhores amigos de 15 anos que a gente se reúne sempre, eu tenho minha vida privada, e acho que não tem problema o Not That Cliche ser esse espaço que, mesmo tendo minha personalidade também, eu estou prestando outros serviços para as minhas seguidoras, que não é apenas a minha vida pessoal.
Como é a sua relação com a moda? Você se considera uma influencer de moda?
Eu me pergunto sempre isso, porque eu acho que o meu caminho está cada vez mais para comunicação, mas eu me recuso a deixar a moda de lado, porque sempre foi o que se comunicou comigo quando eu não sabia me comunicar. No primeiro ano, quando fui para Nova York, eu só usava preto porque eu me sentia no Tumblr. Eu achava icônico e era inverno lá. Quando era verão lá, eu vinha para o Brasil de férias. Depois que o inverno começou a pegar pesado, eu comecei a implementar as maquiagens coloridas, que eu também fiquei muito conhecida por isso em uma época; era um jeito de eu ficar feliz ao longo do dia. A moda sempre me ajudou de diferentes formas.
Em Nova York, todo mundo está querendo se destacar de alguma forma, principalmente na Parsons. Às vezes, eu saía com looks que as minhas seguidoras ficavam em choque, mas eu era a mais ‘normal’ lá. Meu pai falou “Vitoria, você é padrão aqui, você é o jeans e camiseta branca” (risos). Quando eu era mais ‘mistureba’, com looks inesperados, também começou minha relação com brechó.
Como foi quando você voltou ao Brasil?
Voltei em setembro de 2019 e tirei um tempo para entender o que eu queria fazer. Falo que eu realmente só comecei a trabalhar com isso [influencer] em 2020. Foi quando a Mess [agência] entrou em contato comigo e decidi dar uma chance. Até então, eu não enxergava o que eles estavam enxergando.
Na minha cabeça, não tinha mercado para mim, porque eu sabia que o meu jeito de comunicar era um pouco diferente, o jeito que eu me vestia era diferente, o jeito que eu pensava era um pouco diferente. E a gente ainda estava num momento em que as microinfluenciadoras não eram tão valorizadas. Então, eu não conhecia tanto as microinfluenciadoras. A pandemia trouxe muito isso para a gente.
Foi uma chance que eu arrisquei. Em nenhum momento eu disse “eu quero isso, eu vou fazer isso dar certo”. Eu tinha muito prazer, mas eu não conseguia ver este futuro. Não conseguia realmente me imaginar nisso, mas aí depois que começou eu também não conseguia me ver fazendo mais nada além disso. Deu tudo muito certo.
Você costuma ser seletiva com as marcas que você trabalha? Qual é o seu critério principal para aceitar uma parceria?
No início, para mim, foi difícil entender que eu precisava trabalhar com marcas que não necessariamente eu me identificava 100%, porque, querendo ou não, as pessoas precisam saber que você está no mercado. Dificilmente a [marca] mais top vai querer você no início. Então, foi um balanço de entender que eu precisava mostrar para o mercado que eu estava aqui, que eu existo, que esse é meu conteúdo, essas são as minhas práticas, até chegar o meu nome também nos mais tops.
Obviamente, isso faz parte de uma estratégia, mas também foi difícil para eu entender isso e transmitir para o meu público, porque eles me acompanham diariamente, e os seguidores não são bobos. Mas eu fui tendo oportunidades muito cedo, muito rápido, de trabalhar com marcas que eu admiro e estão na minha vida, mas também marcas também que a gente descobre. Então, às vezes, vem uma proposta superbacana, a gente fala “bom, deixa entender esse produto; será que rola? Será que não rola?”. Acho que o mais importante é como a marca te permite comunicar. (…) Também é preciso entender se a marca está se adaptando ao seu jeito de comunicar, se ela concorda com você.
Prestar serviço para os nossos consumidores é muito importante. É uma coisa que eu tenho aprendido cada vez mais: não dá para eu só compartilhar aquilo que eu usaria, porque eu sei que eu tenho um budget que é diferente do deles, eu sei que eu tenho um lifestyle diferente, que eu vou para lugares diferentes dos deles. Então, por exemplo, uma bota… se é uma peça interessante, tem uma qualidade boa, tem um preço bom, por que que eu não vou possibilitar meus seguidores e também fazer o meu trabalho que é adaptar aquela bota, aquele acessório, dentro do meu dia a dia de um jeito que fica legal, de um jeito que dá para ser replicado? Há muitos caminhos que a gente pode seguir quando se trata de publicidade.
Qual é a melhor parte de ser influencer? E quais são os desafios e as dificuldades que você enfrenta como influenciadora?
Comecei a assimilar que eu sou uma empresa, e também, trabalhando com o digital, percebi que poderia fazer tudo. Os caminhos são infinitos. Então, eu posso apresentar um podcast; posso fazer um vídeo de unboxing; posso criar um programa aleatório, do nada; posso pegar o celular e ficar falando por horas em uma live; criar mercadoria; fazer recomendação; lançar uma revista. (…) Você pode fazer literalmente o que você quiser, e isso é muito legal. Acho que, às vezes, as pessoas não têm noção disso, sabe? Acaba ficando no comum, que é muito confortável.
Claro, é muito legal você ter jobs, dar dicas. Mas, quando você percebe que o céu é o limite, e que você pode ativar contatos, pode mandar uma mensagem para quem você quiser no mundo inteiro, é muito louco. Isso, sem dúvida nenhuma, está sendo a melhor parte: entender que, nessa profissão, eu posso criar vários caminhos. Fora trabalhar com marcas que eu sou apaixonada, como Chanel e Dior. É um prazer absurdo, fico muito feliz e emocionada.
As partes difíceis vêm muito da comparação, do timing das coisas. Não existe regra ou ‘receita de bolo’ para se dar bem nesse meio, e o processo de testar é cansativo, às vezes, desestimulante. Sempre tento lembrar que cada um vai ter o próprio momento.
Cliche Talks
Quando e como nasceu o podcast Cliche Talks?
Acho muito curioso, porque a razão para eu começar o Not That Cliche [Instagram] foi que as pessoas tinham muita curiosidade em saber como Parsons funcionava, como Nova York funcionava. Só que, quando eu estava nos Estados Unidos, via várias amigas, várias pessoas tendo empregos icônicos. Aí eu queria saber como ela chegaram lá, como elas criaram esse caminho. E eu percebi que eu era muito privilegiada de poder trocar com essas pessoas. Eu queria que todo mundo pudesse ter acesso às conversas que eu estava tendo, porque elas estavam mudando a minha vida.
Quando eu voltei a morar no Brasil, continuei vivendo a vida de influenciadora, entendendo o meu papel no mercado. Foi quando eu tive um ‘surtinho’ de identidade. Eu estava fazendo muitas publicidades, mas sentia que não estava me comunicando. Eu precisava entender que é o meu trabalho, então não é errado eu estar fazendo publicidade e demandar o meu tempo, faz parte, mas eu também não sentia que estava tendo trocas com as minhas seguidoras. O que elas estão aprendendo comigo? Elas aprendiam tanto antes, mas e agora? Conhecimento, para mim, é a coisa mais importante do mundo, porque a minha mãe sempre falou “Vitoria, você pode não ter nada, mas se você tiver conhecimento, se você estudar, só assim você vai poder fazer o que você quiser”. É uma coisa que ninguém tira de você. Então, acho que era isso que eu estava sentindo falta de dar para elas. Na verdade, o Cliche Talks começou para ser um IGTV. Quando eu estava em Nova York, filmei com cinco amigas, na casa delas, fazendo perguntas, roteiros, mas o filmmaker ficou doente e não saiu do papel.
No Brasil, de 2021 para 2022, eu peguei Covid e fiquei 10 dias isolada no meu quarto. Aí eu comecei a pensar em transformar o Cliche Talks em um podcast. Eu já tinha muita vontade de entrar no YouTube, porque eu adoro descobrir redes novas, como elas funcionam. O IGTV só seria um adendo do Instagram. Em 2022, a gente começou a gravar, em abril. Comecei realmente com amigos muito próximos. Foi essencial também esses dois anos [de hiato] terem acontecido, porque me permitiram criar a minha identidade no mercado, abrir os meus contatos, realmente entender quem faz sentido, quem eu quero entrevistar, quem tem algo a acrescentar. O podcast veio muito disso. Nunca chamei ninguém por conta de número. Se a pessoa tiver um número seguidores ali bacana e tal, mas a história, o que as pessoas conseguem transmitir, sempre foi a prioridade. Não foi um projeto com o intuito de monetização.
Como tem sido?
É o meu momento de prazer: eu não aprovo briefing com ninguém, não dou satisfação para ninguém. Eu escolho o meu look, meu cabelo. E eu realmente troco vários papos, várias ideias, com pessoas que eu queria sair para tomar um café, mas entendo bem que às vezes são ocupadas demais para isso. Aproveito o espaço para conversar com quem eu admiro.
Os convidados vão desde influencers a personalidades que estão nos bastidores. Como você faz a curadoria?
Eu queria tanto que alguém tivesse me contado, por exemplo, como é ser stylist, como é ser produtora de moda, como é ser jornalista de moda, como é trabalhar no backstage, como é ser gerente das contas do Copacabana Palace. Como é? Porque isso te permite sonhar. Quando a gente sabe como as coisas funcionam, acho que nossos sonhos tomam um pouco mais de forma. A internet não estava tão abrangente, para todas as pessoas, quando eu me formei no colegial. Quando eu fui prestar [vestibular] para a faculdade, quem tinha canal de comunicação eram as influenciadoras e ponto. Não tinha designers falando, não era como a gente vê hoje em dia a Anna Wintour fazendo perguntas e respostas no canal da Vogue. Isso não existia. Então, eu senti muita falta durante a minha trajetória, na faculdade, mesmo tendo diversas possibilidades, de conseguir enxergar meu caminho de uma forma mais clara, o que eu me identificava, o que fazia sentido.
Além de ter conversas, para as pessoas conseguirem se inspirar, é importante oferecer uma diversidade de profissões [no podcast]. Como tudo, as coisas vão se adaptando. Durante dois anos, a gente teve uma estratégia que foi maravilhosa. Amo o formato do podcast. A gente fala de trajetórias, a gente consegue trazer insights, vivências, dicas. Uma das coisas mais incríveis realmente que esse projeto me proporciona é saber que ele está tendo efeito nas pessoas.
Quem não quer trabalhar com moda, não quer investir em moda, mas gosta do tema por curiosidade, pode ir lá e vai se entreter, vai se divertir, vai escutar histórias legais, escutar o perrengue de cada um (…) E eu quero aproveitar para as pessoas também pegarem um pouco mais da minha personalidade no podcast, outras pessoas entenderem também mais o meu ponto de vista. Tenho momentos de posicionamento, o que é muito benéfico.
Estilo com Vitoria Fiore
Como você enxerga o próprio estilo atualmente? Como surgiu a hashtag #MixAndPleaseDontMatch?
Eu fiz um vídeo sobre autenticidade que bombou. Eu não esperava, mas depois entendi o porquê. Esse vídeo teve tanto impacto porque eu falei sobre como o meio também transforma muito o seu estilo, você se permite mais. Em Nova York, por exemplo, você se permite mais, porque percebe que ninguém liga para você. Por mais estranha que eu estivesse [em NY], seria muito ‘normal’ ainda, e lá as pessoas se elogiam muito. É muito gostoso sentir que a moda, que sempre transmite alguma coisa, não precisa ser séria. Durante muito tempo, a moda foi uma armadura para mim, mas depois virou, na verdade, um atrativo.
Até brinquei na minha primeira sessão de terapia… Tem dias que eu quero ser esqueitista, em outros eu quero ser patricinha, depois ‘alterna’. Aí eu entendi que não precisava escolher. Acho que sempre foi de um jeito meio brincalhão, mas começou depois a se tornar um propósito. Durante muito tempo, a moda veio para eu brincar, depois virou um trabalho.
Comecei com a #MixAndPleaseDontMatch porque era uma brincadeira que eu fazia, em algumas fotos eu já colocava isso de legenda. Era uma ‘mistureba’ que eu achava muito legal e percebi que eu poderia me apropriar disso, usar como um mantra. O que eu sempre pratiquei acabou virando a hashtag, e, em paralelo, como eu consigo fazer isso trabalhando sempre com thrift, brechós, vintage, second hand, que eu amo. A princípio, não consumia por uma consciência sustentável, foi mais por conta de estilo mesmo, mas depois percebi que poderia ter várias pessoas que tinham a mesma vontade que eu, de achar peças icônicas, exclusivas.
O meu estilo atual é resumido à hashtag. Eu posso misturar uma blusa mais divertida com uma calça jeans e uma bolsa mais extravagante, mas sempre tentando implementar peças de brechó ou jeitos de adaptar as roupas.
Quando a gente fala de estilo, quem você admira?
Amo a Iris Apfel. Sou apaixonada por ela, é um ícone aos 102 anos. Assisti ao documentário Advanced Style, que fala sobre senhoras muito estilosas. Pessoas mais velhas que não se importam com a opinião alheia me inspiram. Amo também a Diana Vreeland, que era um ícone de estilo, também bem over. Ela abordava a própria imagem de um jeito muito chique. Personalidade é a coisa mais linda que alguém pode ter. Se isso transparece na roupa, aí a gente tem um combo perfeito de sucesso.
Quais são as principais peças para compor um look?
Acho que uma bolsa bem diferentona, bem ‘bafo’. Quando você não consegue pensar muito na roupa, a bolsa te ajuda. Amo.
Durante muito tempo, os meus pais me chamavam de Maria Joaquina, porque eu sou apaixonada por jaquetas também. Acho que é meio que nem a bolsa: a base pode ser sólida, pode ser basiquinha, mas a jaqueta traz aquela qualidade, corte, proporção, além da proteção.
Também gosto muito de anéis. Falo muito com as mãos, acho que dá um charme.
Eu prefiro ter um jeans e uma camiseta que seja; preciso estar confortável também. Aí brinco com os acessórios: com o cinto, o sapato, a bolsa.
Você segue tendências? Tem alguma que você não usaria de jeito nenhum?
Acho que eu sigo. Até o “Not That Cliche” vem um pouco disso. Não sou tão clichê assim, mas existe um pouquinho ali… Padrãozinha, patricinha, etc. Mas é um lado divertido. Sinto que, quando a gente fala de peças icônicas, de tendências, a única que eu não usaria são os tênis com salto na base, da Isabel Marant. Amo a marca, mas esse estilo de calçado eu não gosto muito. Tem gente que ama, minhas amigas adoram, mas eu não consigo usar. Fez muito sucesso, por volta de 2009. Depois, voltou.
Em geral, tendência é legal também, faz parte. As pessoas gostam de se sentir incluídas. Chegamos a um ponto em que, na globalização, fica um pouco difícil alguma coisa ser tão novidade. Eu só não gosto quando todo mundo tem a mesma peça, porque vai saturando.
Vitoria Fiore é otimista em relação ao futuro. Pretende alcançar cada vez mais equilíbrio entre os lados pessoal e profissional. Para ela, este ano será focado em aprofundamentos e refinamentos.
“Estou muito animada para 2024. Acho que 2023 foi, sem dúvida nenhuma, um dos melhores anos da minha vida, tanto pessoal quanto profissional. Eu fui abrindo portas que eu não sabia ter acesso, fui me arriscando em caminhos que eu não tinha certeza qual era a rota, e senti que dá tudo certo; a gente pode errar e acertar. Isso foi muito gostoso, então ter essa segurança para 2024 vai ser maravilhoso”, celebra.
Transmissão ao vivo do Cliche Talks em meio a eventos e novos formatos de criação de conteúdo estão entre as metas da influencer. Os seguidores de Not That Cliche também poderão acompanhar detalhes da mudança recente de casa.
“Quero principalmente conseguir comunicar, cada vez mais, de maneira ampla, os assuntos que eu amo e sei que são especiais para a minha audiência”, conta Vitoria. “Em termos profissionais, os planos são continuar o podcast, além de entender como balancear bem o autoral que eu amo, além de conciliar viagens. Antes de traçar mais planos, eu quero entender quais são as prioridades”, conclui.