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No aniversário de Gisele Bündchen, relembre a trajetória da modelo

A gaúcha completa 39 anos neste sábado (20/07/19). Com talento, autenticidade e determinação, ela fez história no mundo fashion

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Arthur Elgort/Conde Nast via Getty Images
Vogue 1999
1 de 1 Vogue 1999 - Foto: Arthur Elgort/Conde Nast via Getty Images

O sucesso de Gisele Bündchen ultrapassa gerações. Em mais de 20 anos de carreira, a brasileira tornou-se uma das modelos mais famosas da história do universo fashion. Conquistou milhares de fãs pelo mundo e foi cobiçada por muitas marcas.

Ela acumulou fama, riqueza e foi eleita a melhor modelo do mundo em diferentes anos. Mesmo em meio a tanto glamour, Gisele nunca perdeu valores e laços com a família. As conquistas são fruto de talento, determinação, foco e humildade.

Na infância, a gaúcha queria ser jogadora de vôlei profissional ou veterinária. Embora não sonhasse em trabalhar com moda, agarrou as oportunidades e virou uma das personalidades mais valorizadas no meio.

Aposentada das passarelas, hoje, ela ainda é vista em campanhas publicitárias e segue no ranking de modelos mais bem pagas do planeta. Recentemente, lançou o livro Aprendizados: Minha Caminhada Para Uma Vida Com Mais Significado.

A modelo completa 39 anos neste sábado (20/07/19). Relembre momentos marcantes da trajetória de Gisele e descubra curiosidades, além de relatos pessoais contidos na autobiografia da übermodel.

Vem comigo!


Início da carreira

Nascida no interior do Rio Grande do Sul, Gisele foi descoberta aos 13 anos, em um shopping. Tudo começou em um curso voltado a melhorar a postura. Em 1995, mudou-se para São Paulo e, depois de alguns meses, foi morar em Tóquio, onde viveu durante três meses.

Com persistência e coragem, Gisele construiu uma carreira sólida, mas também teve que lidar com dificuldades e desafios, como ela relata na biografia lançada em 2018. “Quando comecei a trabalhar, mesmo que a princípio eu tivesse o porte de modelo, me sentia desajeitada”, escreveu a brasileira. “Aos 14 anos, nada parecia ser mais desagradável ou me fazia sentir mais constrangida do que um estilista me dizendo que eu era bonita, ou um fotógrafo me dizendo como fazer uma pose, ou ainda ouvir um editor comentando sobre o meu corpo, os meus seios, os meus olhos ou o meu nariz como se eu não estivesse lá”, desabafou.

Gisele descobriu uma forma para se proteger de comentários maldosos e até mesmo lidar com a rotina puxada como modelo. Criou uma espécie de personagem que chamava de “ela”. Quando precisava fazer uma sessão de fotos ou participar de uma seleção de casting, agia como se estivesse no papel.

“Ela era uma atriz. Uma performer. Uma camaleoa. Uma personagem que criei para expressar a fantasia de um estilista”, contou Gisele. “Eu chegava para trabalhar e ouvia o que o fotógrafo queria, o que o estilista queria, o que o maquiador queria. As ideias deles se uniam para criar um clima, e eu, de repente, conseguia ver ela, sentir ela”, destacou.

Paulo Guerra/Reprodução/Instagram/@gisele
Aos 14 anos, Gisele participou do primeiro desfile

 

A própria Gisele classifica o desfile para a marca Alexander McQueen, em 1998, realizado em Londres, como o primeiro grande momento da carreira. Recentemente, na autobiografia, a top revelou que chorou ao descobrir que teria que cruzar a passarela com os seios à mostra. Na ocasião, ela teve apoio de uma maquiadora, que pintou um “top falso” para que Gisele se sentisse menos exposta.

Como havia uma chuva artificial na passarela, o público não percebeu as lágrimas. A própria Gisele conta que a indústria da moda passou a chamá-la de “The Body” (“O Corpo”, em tradução livre). Apesar do constrangimento, a modelo vê a situação como um divisor de águas na carreira.

Reprodução/YouTube
Na passarela da Alexander Mcqueen, em 1998

 

No ano seguinte, Gisele já tinha mostrado potencial de sobra. Conquistou grifes renomadas, como Versace, Saint Laurent,  Chloé, Balmain, Valentino e Dolce & Gabbana.

Foi em 1999 que ela ganhou o prêmio da Vogue de Modelo do Ano. Além disso, foi escolhida pela ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil) como melhor modelo.

Daniel SIMON/Gamma-Rapho via Getty Images
Passarela da Versace, em 1999

 

Daniel SIMON/Gamma-Rapho via Getty Images
Valentino, 1999

 

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Gisele para Saint Laurent, em 1999

 

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Gisele para Givenchy

 

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Gisele para Chloé

 

Pierre Vauthey/Sygma/Sygma via Getty Images
A modelo também desfilou para a grife Balmain

 

Ronald Siemoneit/Sygma/Sygma via Getty Images
Em 1999, ela ganhou o prêmio da Vogue de Modelo do Ano

 

Ainda em 1999, foi capa das versões norte-americana e francesa da Vogue. A mídia citava o sucesso de Gisele como a era da “volta das curvas”.

Gisele Bündchen foi eleita a mulher mais bonita do mundo pela Rolling Stone, em 2000. No Brasil, as publicações também demonstravam orgulho pelas conquistas da brasileira.

Reprodução/Vogue US
Primeira capa de Gisele na Vogue norte-americana

 

Reprodução/Vogue frança
Vogue francesa, em 1999

 

Reprodução/Veja
Veja de dezembro de 1999

 

Divulgação/Rolling Stone
Gisele para Rolling Stone

 

 

Momentos marcantes

Em 20 vinte anos de trabalho, Gisele acumula mais de 1.200 capas de revista, quase 450 campanhas publicitárias e cerca de 500 desfiles. No entanto, a modelo acredita que nunca foi apenas sobre beleza. “Trabalhar como modelo era uma forma de explorar todas as facetas da minha personalidade, incluindo aquelas que eu nem sabia que tinha”, compartilhou na autobiografia.

Gisele foi uma das modelos mais populares da Victoria’s Secret. Ela entrou para o time de angels no ano de 2000. Em seis anos como angel, ela passou por vários momentos de glamour. Em uma das apresentações, por exemplo, usou um Fantasy Bra feito com cerca de 1.300 pedras preciosas e 300 quilates de rubi.

Apesar de ter uma trajetória marcada pelo engajamento em questões sociais e ambientais, em 2002, ela sofreu críticas por ter assinado um contrato com o fabricante de peles Blackglama. No Victoria’s Secret Fashion Show, em 2002, a übermodel foi abordada por ativistas do PETA (People for Ethical Treatment of Animals), que invadiram a passarela para protestar. Gisele manteve o carão na passarela.

Em 2006, a modelo decidiu sair da VS, embora a marca de lingeries fosse responsável por cerca de 80% dos ganhos anuais da übermodel.

Para decidir, tirou na sorte: escreveu “sim” e “não” em papéis separados. Quando tirou a resposta negativa, ficou aliviada. “Eu estava muito grata pela oportunidade e pelo retorno financeiro que a empresa me deu, mas estava em outra fase da minha vida”, explicou a top.

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Gisele se tornou uma das angels mais famosas e admiradas

 

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Ela usou um dos modelos de Fantasy Bra mais valiosos da história da marca

 

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Ativistas protestaram enquanto Gisele desfilava no Victoria’s Secret Fashion Show de 2002

 

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Gisele decidiu sair do time da Victoria’s Secret em 2006

 

Os momentos marcantes da caminhada de Gisele são incontáveis. Além de estilistas, a brasileira virou queridinha de fotógrafos renomados no mundo da moda. A dupla Mert Alas e Marcus Piggot fizeram inúmeros cliques da brasileira. Os holandeses Inez van Lamsweerde e Vinoodh Matadin também estão na lista, assim como Mario Testino, Steven Meisel, Mark Selinger, Terry Richardson, Annie Leibovitz, e por aí vai.

Em 2001, Bündchen estreou no famoso Calendário Pirelli. Na época, a publicação ainda tinha foco em poses sensuais e até eróticas. Ela foi novamente selecionada para participar do periódico em 2006.

Divulgação/Pirelli
Clique de 2003, dos fotógrafos Mert Alas e Marcus Piggott

 

Divulgação/Pirelli
Calendário Pirelli de 2001, por Mario Testino

 

Divulgação/Pirelli
Foto do calendário Pirelli de 2006, que está no livro de Mert & Marcus

 

No currículo de Gisele, estão shooting para as revistas mais conhecidas do mundo. Na lista, editoriais para edições de todos os cantos do globo, como Estados Unidos, França, Reino Unido, Austrália, Alemanha, República Tcheca, México, África do Sul e China. A brasileira apareceu em capas de revista com diferentes poses, looks, estilos e feições.

Reprodução/Vogue Alemanha
Elle da Alemanha

 

Reprodução/Cosmopolitan South Africa
Cosmopolitan da África do Sul, em 2011

 

Reprodução/Vogue China
Gisele na Vogue China

 

Reprodução/Harper's Bazaar República Tcheca
Harper’s Bazaar da República Tcheca

 

Reprodução/Vogue UK
Gisele na Vogue britânica

 

Reprodução/Vogue Australia
Vogue Austrália, em 2015

 

Reprodução/Vogue Paris
Em 2017, saiu na Vogue Itália, em uma edição dedicada à proteção dos animais

 

Gisele Bündchen também fez ensaios muito bem acompanhada. A modelo já foi fotografada com a mãe, em um momento de afeto, para falar das próprias raízes e valores. Além disso, dividiu capas com personalidades de diferentes áreas, como o cantor Robbie Williams, o atleta Neymar, o jogador de basquete LeBron James e até a dupla musical Daft Punk. Na Vogue francesa, em novembro de 2013, a top model surgiu em dose dupla (com ela mesma).

Uma das capas memoráveis de Gisele foi ao lado de uma companheira fiel: a cachorrinha Vida. Ela passou a cuidar da yorkshire aos 18 anos, em Nova York. “Tudo que conquistei na minha carreira ou na minha vida pessoal não teria sido possível sem a Vida. Ela sempre estava lá para me apoiar. Era a única constante no meu mundo”, contou Gisele no próprio livro.

Reprodução/Vogue Brasil
Gisele com a mãe

 

Reprodução/Vogue Mexico
Capa da Vogue México, em janeiro de 2002

 

Reprodução/Vogue UK
Gisele Bündchen e Robbie Williams saíram juntos na Vogue inglesa, no ano de 2000

 

Reprodução/WSJ Magazine
WSJ Magazine com Daft Punk

 

Reprodução/Vogue Brasil
Vogue Brasil com Neymar

 

Reprodução/Vogue US
Gisele Bündchen e LeBron James

 

Reprodução/Vogue França
Gisele em dose dupla na Vogue França

Um dos episódios mais memoráveis da história de Gisele foi a abertura das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Foi a maior passarela que a übermodel já percorreu, com 128 metros de comprimento.

Na ocasião, ela usou um vestido metalizado com fenda, criado pelo estilista Alexandre Herchcovitch. “Foi eletrizante! Aquele momento pareceu ser o ponto culminante de tudo o que tinha vindo antes”, declarou Bündchen.

William Volcov/Brazil Photo Press/LatinContent via Getty Images
Abertura dos Jogos Olímpicos de 2016

 


Fora das passarelas

Ao longo dos anos, Gisele Bündchen construiu um verdadeiro império. Fora das passarelas, ela soube construir uma imagem forte e tornou-se empreendedora. Entrou para a lista de modelos mais ricas do mundo, em 2007, segundo a revista Forbes. No ano passado, Gisele ainda apareceu na quinta colocação do ranking de modelos mais bem pagas.

O negócio da brasileira é administrado em família. Com a própria Gisele no comando, o pai e irmãs se dividem para controlar a “Gisele S.A.”.

Durante toda a trajetória, a übermodel manteve contratos simultâneos com marcas com foco em diferentes tipos de público. Entre elas, Colcci, Chanel, Sky, P&G, C&A, Balenciaga, Louis Vuitton, Under Armour e Vivara. Também criou linhas de produtos especiais para a etiqueta de lingeries Hope e a Grendene (de calçados).

Fernanda Calfat/Getty Images
Gisele se despediu das passarelas em 2015, em desfile da Colcci

 

Divulgação/Chanel
Em 2014, Gisele Bündchen se tornou o rosto do perfume Chanel nº 5

 

Divulgação/Vivara
Gisele para Vivara

 

Divulgação/Grendene/Ipanema
Na campanha da linha de sandálias G2B, da Ipanema, ela alertou para o problema do desperdício de água no mundo

 

Divulgação/Hope
Gisele para Hope

 

Até a indústria do cinema foi contemplada com a desenvoltura de Gisele Bündchen. No filme Táxi (2004), contracenou com Queen Latifah e Jimmy Fallon. No entanto, a participação mais icônica foi no clássico da moda O Diabo Veste Prada (2006). No longa, Gisele interpretou uma funcionária da revista fictícia Runway, amiga da personagem vivida por Emily Blunt.

Reprodução/EuropaCorp
Gisele Bündchen participou do filme Táxi

 

Reprodução/Fox 2000 Pictures
Gisele Bündchen e Emily Blunt, em O Diabo Veste Prada

 

No ano passado, a modelo lançou o livro Aprendizados: Minha Caminhada Para Uma Vida Com Mais Significado. A biografia, escrita em primeira pessoa, aborda grandes pontos da trajetória profissional, mas tem foco nas experiências pessoais de Gisele.

A obra reúne relatos de vivências da modelo desde a infância. Ela relembra os desafios e dificuldades enfrentadas, como a síndrome do pânico e o momento em que decidiu parar de fumar. Além disso, fala abertamente sobre maternidade, alimentação, atividades físicas e amor.

Reprodução/Instagram/
Gisele Bündchen lançou a autobiografia em 2018

 

A brasileira também é conhecida por manter hábitos saudáveis e ter uma forte relação com a natureza. Em 2008, criou um programa dedicado a recuperar a qualidade da água do rio Lajeado Pratos, na cidade em que cresceu, Horizontina. Batizada de Água Limpa, a iniciativa teve êxito e já foi expandida. Atualmente, atua para reflorestar as margens do Jacuí, que nasce na região de Passo Fundo e deságua no lago Guaíba, em Porto Alegre.

Há três anos, Gisele foi nomeada Embaixadora da Boa Vontade pela Organização das Nações Unidas (ONU). Também fez parte da campanha Wild for Life, que pretende combater o tráfico ilegal de animais selvagens.

Reprodução/Instagram/@gisele
Gisele adota um estilo de vida saudável e adora esportes

 

Reprodução/Instagram/@gisele
A modelo ensina os filhos a preservar e se conectar com a natureza

 

Reprodução/Instagram/@gisele
Ela também curte ioga e meditação

 

A verdade é que é impossível mensurar a contribuição de Gisele para a moda. Ela ainda tem muito o que descobrir e realizar, seja profissionalmente ou na vida pessoal. Que a top das tops continue a brilhar. Parabéns, Gisele!

 

Colaborou Rebeca Ligabue

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