Nike em crise: Adidas Samba é a maior ameaça contra o legado da marca
A gigante esportiva amarga uma série de problemas em 2024; entenda mais sobre a crise da empresa
atualizado
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A maré de notícias negativas enfrentadas pela Nike em 2024 parece longe de acabar. Além de alguns problemas internos enfrentados pela gigante internacional, como a troca de CEO, outro motivo que tem gerado preocupação é a queda nas vendas. A multinacional trabalha para contornar o cenário caótico, enquanto luta para correr atrás dos concorrentes, que não param crescer nas buscas.
Vem entender!
A Nike vem, oficialmente, passando por mudanças desde a troca de John Donahoe por Elliott Hill no cargo de CEO, no dia 19 de setembro. Críticas como a falta de inovação, queda na qualidade dos produtos e o aumento nos preços abriram espaço para outros concorrentes se erguerem no mercado, culminando na troca do profissional que gerenciava a companhia.
Na contramão, marcas como Hoka, On, New Balance e Asics, entre outras, conquistaram o desejo dos consumidores (e das redes sociais) por terem um catálogo de calçados que iam além das silhuetas convencionais, tão frisadas pela Nike. A Adidas, em especial, é um case a ser observado: a empresa retornou como potência nos sneakers clássicos, transformando o Samba em um verdadeiro pesadelo para os Jordans, Dunks e Air Force 1.
Erros da Nike
Desde a pandemia, John Donahoe — agora ex-presidente da Nike — introduziu na marca uma abordagem de campanhas menos elaboradas e relançamentos constantes. A quantidade massiva de variações dos clássicos acabaram saturando os clientes, além de criar uma distância entre a empresa e o público. Há, ainda, quem tenha percebido uma queda na qualidade de alguns itens.
Por último, mas não menos importante, o aumento nos valores cobrados podem ter assustado os clientes mais jovens, para além do mercado de colecionadores.
Esses deslizes foram refletidos nos números da empresa. Em julho deste ano, as ações da Nike despencaram 19%. O prejuízo contabilizado foi de US$ 28 bilhões. O valor ainda não foi inteiramente coberto, tornando o ano de 2024 o pior desde que a empresa entrou no mercado financeiro, em 1980.
Novos horizontes para os sneakers
Enquanto a Nike sofre por não atingir as metas de vendas, a Adidas vê em 2024 um dos anos mais gloriosos da marca, reposicionando vários sneakers no armário dos consumidores. Alguns exemplos são o Campus, o Adi200, Forum Low e, principalmente, o Samba.
Pelas estatísticas, o sucesso do Samba chegou a ultrapassar as buscas pelos modelos da Nike, de acordo com um gráfico divulgado pelo Business of Fashion. Os números comprovam uma mudança no cenário de sneakers, liderado pela Nike desde o lançamento do Jordan 1, em 1985.
O hype do Samba
Parte da linha Originals da Adidas, o “hit” do Adidas Samba vem sendo ensaiado há anos com pequenas colaborações e relançamentos sazonais da silhueta. Devido a algumas trends nas redes sociais, o sneaker conquistou seu lugar ao sol e se consagrou, em 2024, como o queridinho de fashionistas do mundo inteiro.
Indo na contramão da concorrência, a Adidas passou a investir em campanhas de divulgação que gerassem identificação com o público e em outros sneakers similares ao Samba, como o Gazelle e o Handball Spezial. Para garantir uma virada de chave, a Adidas ainda precisa expandir o mesmo apreço do Samba para outras silhuetas da marca.
Apesar de estar em crise, o legado da Nike continua firme, uma vez que é praticamente impossível ignorar os lançamentos da marca esportiva. Entretanto, a empresa precisa trazer novidades ao catálogo e voltar a incorporar o valor dos calçados clássicos da marca — e para além do preço.