Nada é para sempre: Forever 21 pode estar com os dias contados
Após usar empréstimo para cobrir prejuízos, rede californiana busca ajuda de consultores na tentativa de reabastecer os estoques
atualizado
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Com mais de 700 lojas no mundo todo, a Forever 21 pode estar com seus dias contados. Segundo o Wall Street Journal, a gigante do varejo contratou consultores para reestruturar as operações da empresa e conseguir um financiamento para reabastecer seus estoques. De acordo com a publicação, a companhia californiana precisaria de US$ 150 milhões nessa “operação resgate”.
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Depois de atingir etiquetas como Victoria’s Secret, Abercrombie & Fitch, Gap, Guess, Macy’s, Michael Kors, Diesel, Aéropostale e American Apparel, a crise no varejo norte-americano alcançou a Forever 21.
Após rápida expansão, que incluiu a abertura de lojas gigantes em Nova York e Las Vegas, as vendas na rede de fast fashion caíram, seguindo o fenômeno comercial que assola os EUA.
A ascensão dos e-commerces tem reduzido o fluxo de clientes nos pontos físicos, gerando grandes prejuízos às etiquetas. De acordo com um relatório da Coresight Research, empresa especializada em pesquisas de mercado globais, mais de 6,3 mil lojas já estão programadas para fechar neste ano, com vários pedidos de falência recebidos no primeiro trimestre de 2019.
Com a redução da receita da Forever 21, o fundador da rede, Do Won Chang, começou a liquidar seu patrimônio e recorrer a empréstimos. Em fevereiro, por exemplo, o sul-coreano vendeu sua sede em Los Angeles, por US$ 166 milhões, mas a quantia não foi suficiente para cobrir os prejuízos de sua companhia.
Nem mesmo um financiamento cedido pelo banco JPMorgan Chase bastou para tirar da instabilidade a gigante do vestuário. Segundo fontes do Wall Street Journal, Do Won teria usado o dinheiro que conseguiu para cobrir prejuízos, em vez de comprar mercadorias.
“A Forever 21, que divulga pouco sobre suas finanças, previu que as vendas subiriam 10% este ano, para US$ 4,7 bilhões, mas pessoas familiarizadas com a rede dizem que os lucros diminuíram depois de anos de forte crescimento”, afirmou o Wall Street Journal.
Vendendo tops a US$ 5 e vestidos a US$ 20, a Forever 21 consegue reduzir seus preços com investimentos em grandes lotes de peças, mas boa parte dos itens tem ficado encalhada, gerando perdas de produtos.
Agora, sem grana para fazer novos pedidos, a empresa teria contratado a Latham & Watkins para renegociar as locações dos pontos físicos com os proprietários e a Alvarez & Marsal, na tentativa de reformular as operações da companhia.
O débito total da Varejista, com vencimento em 2022, ultrapassa US$ 500 milhões. Representantes da Latham & Watkins, Alvarez & Marsal e JPMorgan se recusaram a comentar o caso, bem como os executivos que dirigem a marca.
Segundo a Bloomberg, as operações internacionais da etiqueta também estão em crise, mas serão reparadas após o negócio voltar a se estabilizar. Em abril, a rede anunciou que deixaria o mercado chinês ainda em 2019.
Colaborou Danillo Costa