Morre a designer Glorinha Paranaguá, precursora das bolsas de bambu
Prestes a completar 90 anos, carioca não resistiu a uma parada cardíaca e faleceu nesta terça-feira (20/08/2019)
atualizado
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Morreu nesta terça-feira (20/08/2019), no Rio de Janeiro, a designer Glorinha Paranaguá. Famosa por suas criações de bambu, a carioca completaria 90 anos nas próximas semanas, mas foi vítima de uma parada cardíaca que a levou a óbito. O enterro será nesta quarta-feira.
Filha de Maria Rudge e Antônio Leite, ex-presidente do Fluminense, a empresária viveu os primórdios do bairro de Ipanema, onde passou boa parte de sua juventude. Glorinha sonhava em cursar moda nos Estados Unidos, mas abdicou do desejo para se casar com Paulo Henrique de Paranaguá, aos 18 anos.
Ao lado do diplomata, a designer passou pela Suécia, Argentina, França, Kuwait e Marrocos, conhecendo personalidades como o fotógrafo Cecil Beaton, o escritor Truman Capote, as atrizes Ava Gardner e Evita Perón, e a duquesa de Windsor, Wallis Warfield.
Após seu marido se aposentar e ambos voltarem ao Brasil, Glorinha viu a oportunidade de, finalmente, se dedicar à moda. Decidida a valorizar a estética de nosso país, ela começou a criar bolsas e carteiras de bambu, que hoje encantam o mundo com seu design ímpar e servem de inspiração para labels como a Cult Gaia.
Em 1990, a designer fundou sua grife homônima, transmitida à nova geração da família Paranaguá. Há três anos, sua nora Naná passou a dirigir a marca ao lado de Yasmine, neta de Glorinha que cursou design gráfico para conduzir a direção criativa da etiqueta.
Com a entrada da dupla, a matriarca passou a ocupar o posto de conselheira da label, indispensável no guarda-roupas da Rainha Maxima Cerruti, dos Países Baixos; Thassia Naves; Marina Ruy Barbosa; Vic Ceridono e Daniella Sarahyba. “Ela viveu o Rio glamoroso como ninguém. Por isso, conseguiu valorizar o trabalho manual brasileiro numa carteira que é o suprassumo do bom gosto”, afirmou Naná Paranaguá ao Globo.
Colaborou Danillo Costa