Mommy: conheça marca local que oferece alfaiataria e peças descoladas
A etiqueta surgiu com inspiração na mom jeans, popularizada nos anos 1990. Atualmente, aposta no slow fashion com grade ampla de tamanhos
atualizado
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Tudo começou em 2017, com o interesse de uma jovem brasiliense em um modelo vintage de calça, a famosa mom jeans, popularizada nos anos 1990. Depois de encontrar o sonhado item em um brechó, aos 20 anos, Sarah Córdova se sentiu inspirada a abrir o próprio negócio, que surgiu como um bazar on-line, mas virou uma marca com confecção própria. A principal motivação veio do interesse em oferecer uma grade ampla de tamanhos de peças descoladas e acessíveis. Batizada de Mommy, a etiqueta local tem foco no digital.
Vem conhecer!
Há quatro anos, o carro-chefe da Mommy são as mom jeans, como o próprio nome sugere. Além disso, há uma inspiração afetiva. “A Mommy também remete muito à minha mãe quando era jovem, o estilo e a atitude dela quando tinha a minha idade, e eu vejo em fotos”, conta Sara Córdova.
Com DNA classificado como “retrô moderno”, a marca investe na versatilidade. Traz calças de alfaiataria, moletons, camisas, saias, vestidos, croppeds, bodies, shorts e saias. Modelagens amplas dividem o repertório com silhuetas marcadas. Peças lisas e estampadas têm espaço. Disponíveis via e-commerce, os modelitos atendem do 34 ao 52, e em breve chegarão ao 56.
“Acredito que o grande diferencial da Mommy é ser acessível, tanto em questão de tamanhos, quanto em relação à comunicação fácil, e principalmente o preço”, destaca a idealizadora do negócio. “O meu grande objetivo é que todas as pessoas, das que têm um poder aquisitivo maior ao menor, possam olhar a roupa, desejar e comprar; ter um produto de qualidade e poder levá-lo por um tempo significativo”, acrescenta.
O caminho para chegar à produção de hoje foi desafiador e até doloroso, como descreve Sara Córdova. “A Mommy passou por três golpes seguidos e faliu, durante o processo de encontrar novos fabricantes”, recorda. No entanto, a jovem deu a volta por cima. “O objetivo básico foi nunca mais depender de um fabricante, e isso significava que eu precisava fazer um planejamento para ter a minha própria confecção”, lembra.
Depois de pausar a marca por um período, Sara seguiu com as pesquisas de mercado. Ao conciliar três empregos e diversos “bicos”, a brasiliense juntou dinheiro e conseguiu relançar a Mommy, com confecção própria. Todo o processo passou a ser resolvido internamente.
Atualmente, a empreendedora comanda a etiqueta, desenha as peças e cuida da maioria das modelagens. Para shapes mais complexos, a jovem tem a ajuda da modelista Simone. As mãos que dão vida às peças são de uma única costureira, chamada Zildenir.
Durante a pandemia, os maiores desafios são a compra de matéria-prima e os cuidados de segurança da equipe. Contudo, por ser exclusivamente virtual, a Mommy tem conseguido manter as vendas de forma significativa. A etiqueta também tem trabalhado em prol de pilares mais responsáveis ambientalmente e com viés social.
Sobre a idealizadora
Apesar de atualmente estar completamente inserida no meio fashion, Sara Córdova é estudante de contabilidade. Sempre teve uma ligação distante da indústria da moda. “Eu me inseri nesse mundo com uma ‘queda de paraquedas’, mas hoje em dia eu amo. Estou sempre procurando conteúdo para me aprofundar mais”, conta. “É um universo de expressão, de linguagem não verbal. E tem sido magnífico”, celebra.
Para o futuro, ela pretende se profissionalizar em design e modelagem. “Tudo que eu aprendi foi por meio da experiência, ralando e errando mesmo”, reconhece. “Isso não retira a importância de se preparar com cursos, que nos deixam muito mais capazes de tomar decisões e executar um trabalho bem feito”, completa. A jovem também espera que a moda local quebre cada vez mais paradigmas e abrace mais a autenticidade de cada um.
Colaborou Rebeca Ligabue