Miti Shoes combina beleza e conforto nas criações
Fundada em 2012, a etiqueta, antes focada apenas em calçados, ampliou o leque e traz peças de roupas atemporais
atualizado
Compartilhar notícia
Um dos comportamentos potencializados pela pandemia foi a busca por conforto na hora de se vestir. A preferência não significa, literalmente, o fim dos saltos altos. Depois de passar mais tempo em casa, muitas pessoas começaram a repensar os sapatos que agregavam mobilidade à rotina, por exemplo. Há nove anos atuando no segmento calçadista, a Miti Shoes é uma das maiores referências da capital. Com a essência atemporal, as peças da marca se adequam a diferentes estilos e ocasiões. No Moda Brasília desta terça-feira (1º/2), a coluna bate um papo com a fundadora da etiqueta, Natália Miti.
Vem ver!
A marca
“Nem posso chamar conforto de tendência. Conforto é a mudança de comportamento, é o mínimo que alguém que se propõe a vestir ou calçar alguém deve lhe entregar”, define Natália Miti, fundadora da Miti Shoes. Especializada em calçados com a pegada minimalista, a marca brasiliense completa, em 2022, uma década de existência.
Antes de fundar o próprio negócio, a designer já havia trabalhado com outras empresas de moda. O repertório no segmento foi de grande ajuda, mas ela sabia que precisava delimitar, intencionalmente, o público-alvo. “Depois de conhecer a fundo mercados e clientes diversas, resolvi criar uma marca que atendesse às necessidades e os desejos do perfil de uma mulher em ascensão: aquela que deseja peças bonitas, confortáveis e acessíveis”, descreve.
Todos os anseios foram traduzidos na etiqueta. Os sapatos têm traços delicados, atemporalidade e detalhes especiais. Com o passar das coleções, as criações foram aperfeiçoadas para estar cada vez mais alinhadas com a clientela — da matéria-prima ao estilo do solado.
Basta uma breve conferida nas redes sociais para entender a proposta da marca. Com uma paleta de cores neutra, os sapatos são feitos para transitar em diversos ambientes. Por isso, modelos clássicos, como o mocassim e o oxford, não faltam. Não somente, a Miti Shoes conta com flats, scarpins, tênis, mules e sapatilhas. Durante a pandemia, a label lançou a primeira coleção de roupas, englobando desde quimonos até vestidos de linho.
Confira abaixo a entrevista com Natália Miti, da Miti Shoes:
Qual é a sua inspiração por trás das peças?
Natália Miti: Em japonês, “Mi” significa beleza e “Ti” funcionalidade. Por conta desses atributos, que são os pilares do projeto, as linhas são orgânicas, atemporais e modernas. O fato de ter crescido em Brasília claramente traz uma influência arquitetônica moderna, que também carrega atributos semelhantes. Pensar em um produto que não date sua época e que a cliente possa ter uma história de anos para contar com ele me encantam.
Quem é a cliente da marca? O que ela almeja na hora de se vestir?
Ela é uma mulher dona de si, multifacetada e assume diversas funções ao longo do seu dia. A construção familiar vai acontecendo junto com a jornada por uma carreira brilhante. Na hora de se vestir, ela almeja peças práticas que se multipliquem em possibilidades dentro do seu guarda-roupas. Além disso, sempre que ela pode, prefere comprar de marcas que ela conheça a procedência, conheça quem faz e como o produto é feito. A compra para ela é um ato político, em que ela escolhe patrocinar um determinado tipo de cadeia produtiva. É uma mulher consciente de seus atos e de seu consumo.
Olhando no site, a maior parte dos calçados da marca tem essa proposta confortável. Além da beleza, você acredita que as clientes têm buscado usar peças mais comfy? No seu ponto de vista, a tendência do conforto veio para ficar?
Analisando a série histórica, podemos dizer que conforto é, sim, uma mudança de comportamento — algo mais perene do que uma tendência. Isso vem de uma forte influência do mundo dos esportes na moda como um todo, dos anos de reclusão forçada devido à pandemia e devido à informalização das roupas de trabalho de um modo geral. A crescente busca por saúde e bem-estar reflete em todas as áreas da vida e a busca por conforto nas roupas e nos sapatos é apenas mais uma dessas áreas afetadas. Sendo objetiva: sim, o conforto veio para ficar. Mesmo as roupas de alfaiataria tendem a vir agora em modelagens e tecidos mais confortáveis, como o neoprene ou até mesmo moletom.
Como está a fase atual da Miti? Além dos sapatos, o portfólio abrange peças de roupa e acessórios. Como aconteceu essa transição?
Durante o primeiro semestre da pandemia, surgiram novas necessidades da minha cliente. Sapatos? Ela precisava de apenas um par de Havaianas. Roupas para trabalhar em casa? Ela nem tinha isso! Diante deste cenário, eu resolvi fazer uma coleção-cápsula de quimonos para trabalhar e viver em casa sem ser de pijama. O conjunto de calça e quimono tinha a cara de tudo o que ela mais amava. E eu sabia muito bem: prático, com tecido que não amassa; funcional, podendo ser usado de várias formas; e neutro, com três cores fáceis de casar com o que ela já tinha no armário.
O sucesso foi tamanho que repetimos esses conjuntos em três lançamentos. Daí para frente, em 2020, foi um grande teste para ver como seria a nossa linha de roupas nos anos vindouros. Testamos diversas ocasiões de uso, tecidos e modelagens que sabíamos exatamente o que essa cliente estava em busca. Em 2021, a roupa entrou definitivamente para o portfólio. Para 2022, os lançamentos de roupas estão garantidos junto com as coleções de sapatos.
Quais são os planos da marca para 2022?
Além da abertura de mais uma loja (acabamos de inaugurar uma unidade em Brasília), teremos o lançamento de um curso para pequenas empreendedoras. O projeto será uma caixa de ferramentas, com módulos de gestão, precificação, planejamento de produto e coleção, e comunicação efetiva dos produtos e serviços.
Moda Brasília
A coluna Ilca Maria Estevão deu início à série Moda Brasília em 2021. Toda semana, apresentamos marcas, designers e etiquetas locais, a fim de dar ênfase à moda criada no Distrito Federal e no Centro-Oeste.
O objetivo é apresentar iniciativas e empresas que atuam em prol da cadeia produtiva regional de maneira criativa, sustentável e inovadora. Os nomes são selecionados de forma independente pela equipe da coluna, a partir de critérios como diferencial de mercado, pioneirismo e ações que valorizem a comunidade.
Colaborou Marcella Freitas