Milhões de pessoas lotam lista de espera para comprar o Air Jordan da Dior
Apenas oito mil pares da aguardada parceria entre a grife francesa e a Nike chegarão ao mercado nesta quarta-feira (8/7)
atualizado
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O fim de 2019 foi marcado por uma série de parcerias entre etiquetas esportivas e grifes de luxo. Depois da Adidas divulgar uma associação de longo prazo com a Prada e a Balmain mostrar sua colaboração com a Puma, foi a vez da Nike apresentar aos amantes da moda uma versão do Air Jordan assinada pela Dior. Devido à pandemia do novo coronavírus, 0 lançamento do trabalho, programado para março, foi adiado para julho. O atraso só alimentou o desejo do público que, em apenas nove horas, gerou uma lista de espera com 5 milhões de pessoas. Nesta quarta-feira (8/7), o produto finalmente chega ao mercado, vendido a partir de US$ 2 mil, mas só oito mil felizardos serão liberados para adquiri-lo.
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Kim Jones, diretor criativo da linha masculina da Dior, é um fã assumido dos tênis Air Jordan da Nike. Em diversas entrevistas, o estilista relatou ter mais de 40 pares em seu closet. Logo, quando a corrida das etiquetas esportivas rumo ao mercado de luxo começou, pareceu natural que o designer abrisse as portas da maison à companhia norte-americana.
Por reunir duas labels tão emblemáticas na indústria fashion, a parceria foi amplamente celebrada, com direito a um calendário de ações desenvolvido para o lançamento do trabalho, à época programado para março.
A aguardada reunião pôde ser vista pela primeira vez em dezembro, durante um evento dedicado ao pre fall da Dior, em Miami, nos Estados Unidos. Na ocasião, dois modelos de sneakers, um com cano alto e outro sem, trouxeram a logomania da grife junto a shorts, calças, moletons, bolsas, tops e casacos que complementavam o design minimalista dos calçados da colaboração.
No entanto, o surto da Covid-19 obrigou a Nike e a Dior a repensarem o lançamento do item no mercado. À medida que os consumidores diminuíam os gastos com a moda, ainda no início do isolamento social, as etiquetas decidiram realocar o início das vendas para 25 de junho, disponibilizando um site de cadastro para as pessoas interessadas nos preciosos Air Jordans de luxo.
Lá, os clientes tiveram a oportunidade de comprar os sapatos por ordem de chegada, limitados a uma unidade de cada modelo. Enquanto a versão sem cano foi oferecida a US $ 2 mil, o modelo alto foi disponibilizado a US $ 2,2 mil. Na China, uma experiência on-line à parte foi realizada por meio do WeChat.
Em apenas nove horas, mais de cinco milhões de pessoas se inscreveram na lista de espera, graças ao poderio comercial das labels e ao documentário The Last Dance, que destrinchou a trajetória do modelo criado por Michael Jordan aos milhões de usuários da Netflix, algumas semanas antes do lançamento.
Comemorando o sucesso da parceria, o presidente e diretor-executivo da Dior, Pietro Beccari, relatou ao site WWD que 13 mil pares foram confeccionados, porém, cinco mil foram destinados a uma seleta lista de clientes e influenciadores, deixando apenas oito mil exemplares disponíveis ao público.
No dia 1º de julho, um sorteio on-line decidiu os felizardos que poderão desembolsar mais de R$ 10 mil reais pelo calçado e agora, nesta quarta-feira (8/7), os clientes selecionados poderão, finalmente, colocar as mãos na peça, já considerada um dos destaques da moda em 2020. A estratégia foi pensada por Jones para impedir que a coleção exclusiva fosse comprada por revendedores.
Como parte da experiência oferecida aos consumidores, um ponto de coleta foi montado na Selfridges. Paredes de vidro que se enchem de fumaça e uma contagem regressiva em tempo real mostrando quantos pares ainda devem ser coletados receberão as pessoas sorteadas. O espaço ficará aberto por 13 dias e obedece as diretrizes de distanciamento e higienização.
A colaboração marca o primeiro passo da linha Air Jordan no streetwear de luxo. O modelo, que uniu o solado Air desenvolvido pela a Nike no início dos anos 1980 ao estilo de Michael Jordan, foi o primeiro tênis esportivo a se tornar parte da cultura pop, sendo, atualmente, um dos carros-chefe da companhia norte-americana.
O sucesso do trabalho chega em uma ótima hora para a gigante do sportswear. De acordo com a CBN, a empresa amargou um prejuízo de US$ 790 milhões no quarto bimestre do ano fiscal, que terminou em 31 de maio.
A etiqueta esperava lucros de US$ 7,32 bilhões para o período, mas a pandemia fez o número ficar em torno dos US$ 6,31 bilhões. A perda, no entanto, não coloca a Nike em risco de falência, já que a label tem conseguido bons resultado por meio do comércio digital.
Colaborou Danillo Costa