Milão Fashion Week: Prada mira na nostalgia em desfile pouco original
Nesta quinta-feira (19/9), o show da grife italiana incluiu referências dos anos 2000 e até peças similares a criações de outras marcas
atualizado
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Nesta quinta-feira (19/9), a Prada apresentou a coleção primavera/verão 2025 no Milão Fashion Week. A grife italiana resgatou tendências e misturou peças de décadas passadas com a estética retrofuturista, em um desfile no qual a nostalgia não deu espaço para a inovação.
Prada primavera/verão 2025
Para os olhares desatentos, seria fácil imaginar que o desfile da Prada se passava na Milão do passado. Com uma paleta de cores neutras e silhuetas dignas da tradicional elegância da grife, Miuccia Prada e Raf Simons apresentaram uma coleção difícil de ser localizada no tempo.
Nas notas do desfile, a Prada definiu a apresentação como prova da “pluralidade da grife”: “Elementos de diferentes épocas coexistindo simultaneamente para desafiar qualquer teoria de cronologia, criando contradições impossíveis e pontos de diferença”, destacou a marca.
O excesso de deslocamento cronológico causou, no entanto, um déjà vu em quem conhece a fundo a moda europeia. Muitas das peças apresentadas são reutilizações de itens já criados pela Prada, com poucos detalhes novos, como plataformas em calçados e cores diferentes.
A coleção tem criações que remetem a outras grifes e até mesmo à icônica personagem de Sarah Jessica Parker em Sex and the City, com modelos vestindo cintos na altura da barriga. Um dos pontos que chamaram atenção foi uma bolsa, pela similaridade com uma antiga bolsa da Gucci, muito popular nos anos 2000.
Esse resgate dos anos 2000, embora uma tentativa de apelo nostálgico, pode ser considerado como falta de ousadia. O foco em releituras de peças — não tão antigas —, em vez de explorar novos caminhos, fez com que a originalidade não marcasse presença em um dos desfiles mais esperados da Semana de Moda de Milão.