MFW: confira os destaques da temporada de outono/inverno 2021/2022
A Semana de Moda de Milão teve a maioria dos desfiles filmados e com portas fechadas para o público
atualizado
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Ciao! Mais um Milão Fashion Week chega ao fim, apresentado diretamente de uma das principais capitais da moda. Em formato majoritariamente on-line, as coleções para a temporada de outono/inverno 2021/22 foram exibidas entre os dias 24 de fevereiro e 1º de março. No meio das novidades para a temporada, está a estreia de Kim Jones, com a sua primeira coleção de ready-to-wear para a Fendi. Além dele, também tiveram destaque as apresentações das marcas Prada, Moschino, Emporio Armani e Giorgio Armani, Salvatore Ferragamo e Emilio Pucci, que agitaram o público fashionista.
Vem ver!
Prada
Um dos desfiles mais esperados do lineup foi o da Prada – agora, a label conta com duas mentes brilhantes: Raf Simons e Miuccia Prada, que dividem a cadeira criativa da grife. A cartela de cores composta por tons fortes ganhou destaque no cenário texturizado construído na Fondazione Prada, em Milão.
A coleção foi uma vitrine para a forma como a pandemia está mudando de moda, na qual a praticidade é uma aposta para o novo conceito de elegância. Entre as peças apresentadas, casacos são usados como peça-chave nos looks. Nylon re-edition, peles falsas, lantejoulas e macacões apareceram na maioria das produções.
A cada temporada, a Prada costuma apresentar mudanças. Entre as pontuações para a nova edição, o triângulo invertido da grife ganha versão bordada, e a logo é aplicada em destaque nas peças. Outro ponto alto do show foi a dualidade entre o feminino e o masculino.
Em entrevista após o desfile, os estilistas explicaram que a coleção está enraizada nas ideias de mudança e transformação. “Uma fusão entre temas e intenções díspares reflete a natureza de humanidade: uma crença no fato de que cada homem e cada mulher carregam o masculino e o feminino dentro de si”.
Moschino
Após criar um teatro de marionetes na apresentação de veraneio da grife no MFW, o estilista vanguardista Jeremy Scott continua escolhendo expressões artísticas para seus desfiles. Desta vez, o show leva os telespectadores a assistirem a um espetáculo que está sendo exibido para grandes artistas, como Precious Lee, Dita Von Teese e Winnie Harlow.
O casting de modelos também foi completado por outras celebridades, como Hailey Bieber, Miranda Kerr e Shalom Harlow. “Eu queria fazer coisas no cinema que você não pode fazer ao vivo”, pontuou o estilista em comunicado.
O show virtual narra a vida de uma mulher com vários compromissos na agenda, entre encontros de negócios, viagens e bailes de gala. “O que precisamos agora, mais do que nunca, é de fantasia e glamour e de coisas que fazem você se sentir maravilhoso, e eu não acho que calças de moletom façam isso”, ressaltou a etiqueta.
Emporio Armani
O iluminado promovido pelos neons da grife já direcionavam o que iria ser apresentado nas passarelas. A logomarca da Emporio em tons vibrantes mostra a união do clássico com o moderno. Os códigos da grife são exibidos pela alfaiataria desconstruída e por peças tradicionais confeccionadas em tecidos nobres, como veludo e paetês.
“Acho que é o momento certo para criar uma linguagem radicalmente nova, para redescobrir o prazer da invenção. Esse é o caminho”, comunicou a grife.
Em coleção mista, a Emporio Armani apresentou novos códigos para a casa. A alfaiataria ganhou silhuetas diversas, como calças de cós alto e abotoamento espaçado nos blazers. Peças femininas e masculinas são apresentadas no mesmo ambiente e podem migrar para ambos os corpos.
Max Mara
Estilo britânico com influência italiana. Assim pode ser definida a coleção mais recente da Max Mara. O aniversário de 70 anos da grife de luxo ganha destaque nas peças, como o ano de fundação, 1951, estampado nas costas dos casacos e no centro dos suéteres.
Autenticidade e excentricidade permeiam o DNA da label e não passam despercebidas no desfile. Casacos, coletes, jaquetas de motoqueiro, trench coats e bombers acolchoadas foram itens recorrentes.
O glamour relaxado é construído pelos ternos sob medida da grife. Homenageando a história da marca, peças do acervo foram ressignificadas para a temporada de outono/inverno, que já está disponível no site.
Giorgio Armani
As novas apostas da Armani para a temporada são pensadas no contexto da pandemia, mais precisamente na superação da Covid-19. “Eu certamente projetei esta coleção com tempos melhores em mente”, escreveu o estilista em comunicado. Vale relembrar que Giorgio é o único designer atuante na moda que viveu durante o período entre guerras.
A linha feminina é composta, claro, por alfaiataria. Mas a silhueta feminina ganha visual esportivo nos looks casuais desfilados. Casacos neutros recebem lapela ampla, enquanto parkas e calças sociais são apresentadas em veludo e cortes sociais.
A apresentação misturou modelos femininos e masculinos com peças confortáveis, seguindo a proposta de sair do sofá de casa para ganhar as ruas. Babados em espiral pontuam as peças e proporcionam novo formato de shape.
Salvatore Ferragamo
Futurista, a temporada de outono da Salvatore recebe a poderosa assinatura de Paul Andrew. O designer britânico assumiu a cadeira criativa da linha prêt-à-porter em 2017. “O arco-íris está relacionado ao passado de Ferragamo, já que Salvatore [estilista fundador] ficou famoso pelas cunhas de arco-íris que criou para Judy Garland”, explicou o designer à Vogue.
“Obviamente, o arco-íris é um símbolo de novos começos e positividade”, complementou. As luzes coloridas do fenômeno da natureza ilumina a passarela virtual no vídeo, com ares de ficção científica. Arcos também seguem a estética natural. Os elementos dão forma geométrica às estampas outonais.
Andrew acredita que a população irá abrir mão de roupas mais formais e que os ternos têm sido deixados de lado. Na nova coleção da grife, o estilista propõe uma brincadeira lúdica com as peças clássicas, como macacões. A cartela de cor fluorescente agrega ar de juventude aos modelitos.
Emilio Pucci
A nova coleção da Emilio Pucci aposta em um inverno ensolarado, representado nas estampas multicoloridas com desenhos gráficos. Os prints da temporada resort dão continuidade ao DNA forte e alegre da grife.
Outro ponto marcante da Maison é a estética despojada, complementada por capuz e meia-calça, que ganham longitude ao cobrir os sapatos. A modernidade e a ousadia pontuam o clima invernal em casacos acolchoados, com cara de edredom.
Peças que prezam pelo conforto também são traduzidas em jaquetas bomber e em shorts de seda. Outro material que ganha destaque é o veludo. Os volumes nos tecidos são proporcionados por preenchimentos sustentáveis, confeccionados em fibras de seda natural e garrafas R-PET, garantindo a sustentabilidade na linha.
Colaborou Sabrina Pessoa