Metrópoles Fashion & Design: consumo consciente é urgente na moda
As palestras que abriram o 2º dia do evento reforçaram a importância de pensar em iniciativas que integrem o social e a sustentabilidade
atualizado
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Ocorre nesta quinta-feira (6/10) o segundo dia do Metrópoles Fashion & Design, evento do Metrópoles e da coluna Ilca Maria Estevão para dar voz e espaço a criativos brasilienses. O dia começou com duas rodas de conversa que trouxeram à tona pautas relevantes na moda: o consumo consciente e o empreendedorismo que estimula também o social.
Vem conferir!
O Museu da República, projetado por Oscar Niemeyer e situado no coração de Brasília, foi o local escolhido para sediar o Metrópoles Fashion & Design e reunir talentos made in Brasília para um evento de venda e troca de vivências. Traçar um cenário para o futuro da moda, especialmente a brasiliense, era o principal objetivo da curadoria das rodas de conversa desta quinta-feira (6/10).
A parte de palestras do #MFD Festival começou com uma mesa redonda voltada para uma das pautas mais urgentes do setor: o consumo consciente. Com Romilda Gomes como mediadora, Gisele Barrozo e Rachel Smidt centraram a discussão na cultura dos brechós. Ana Paula Caldas, Carola Pertence, Sarah Tolentino e Chris Corcino debateram sobre o empreendedorismo social.
Compra com propósito
Traçar o futuro é tarefa complicada, mas Gisele Barrozo e Rachel Smidt, dos brechós Retiqueta e Lixo Mania, respectivamente, acreditam que o garimpo e a reciclagem são caminhos sem volta nessa área. As empresárias brasilienses destacaram, na roda de conversa que abriu o segundo dia do #MFD Festival, que a geração Z é a que mais consome peças usadas e seminovas.
“A geração X é a que vende e a Z a que compra”, afirmou Gisele Barrozo. No talk que foi mediado por Romilda Gomes, outro ponto de suma importância também foi destacado: o preconceito com itens de brechó. Segundo Rachel Smidt, o estigma ainda é uma preocupação. “A maioria das pessoas acha chique garimpar fora do país. Aqui, em Brasília, tenho que estar na loja reforçando a importância do brechó e do consumo consciente”.
Apesar da qualidade das peças vintage serem um atrativo dos brechós – além do fato de serem produtos que já foram produzidos e podem ter a vida útil prolongada –, as duas empresárias lembraram que, ainda assim, é preciso ter parcimônia na compra. “Eu sou uma péssima vendedora porque indico para os meu clientes tirar uma foto da roupa, ir para casa, ver se cabe no seu bolso e se combina com seu estilo”, contou Rachel Smidt, do Lixo Mania.
Empreendedorismo que liberta
A professora e pesquisadora de moda Chris Corcino mediou a segunda roda de conversa, que reuniu Ana Paula Caldas, Carola Pertence e Sarah Tolentino discutindo como o trabalho com a moda pode ser agente de mudanças em comunidades carentes brasileiras. A primeira é diretora do projeto Juntos Somos Mais Fortes, enquanto as outras duas palestrantes são as criadoras do Projeto +Amor.
Na troca de vivências, as três empreendedoras sociais destacaram que o período da pandemia de Covid-19 impactou mais ainda as comunidades mais carentes e fez o trabalho em busca de mudanças retroceder algumas casas. Segundo elas, era preciso sanar as demandas mais urgentes primeiro, com doações de marmitas e cestas básicas, por exemplo.
O passo seguinte era oferecer oportunidades para emancipação como vagas de empregos. Contudo, segundo Carola Pertence, as organizações sem fins lucrativos precisam de apoio para prosperar e impactar plenamente a sociedade brasileira. “O terceiro setor é dos que as pessoas menos engajam. Mas ele precisa seguir para abrir oportunidades para quem está invisível no mercado”, afirmou.
Uma das falas de Sarah Tolentino, que estuda ESG – sigla em inglês que se refere às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização –, casa perfeitamente com previsões do talk anterior. “As empresas que não se adaptarem aos três pilares não irão se sustentar. Todos tem que ter a preocupação com a sustentabilidade, com a governança e com o social”, concluiu uma criador do Projeto +Amor.
#MFD Festival
O Metrópoles Fashion & Design é uma iniciativa do portal Metrópoles com a colunista Ilca Maria Estevão. A primeira edição do evento ocorre em 5 e 6 de outubro, no Museu Nacional da República, em Brasília.
A fim de valorizar o talento criativo local, o movimento oferece um espaço de vendas no estilo de loja pop-up. No #MFD Festival, estilistas e designers contam a própria história e planos para o futuro.
Paralelamente, o movimento proporciona, durante os dois dias de evento, premiações, rodas de conversa abertas ao público, experiências musicais com apresentações, bandas e DJs. Comida descontraída e drinks diversos também fazem parte dessa imersão coletiva no universo da moda e da criação. Vem com a gente?
Produção: Limonada Project e Metrópoles
Identidade visual: Jean Matos
Patrocínio: Centro Universitário Iesb
Serviço
Metrópoles Fashion & Design
No Museu Nacional da República
Em 5 e 6 de outubro
Aberto ao público
Entrada gratuita
Colaborou Carina Benedetti