metropoles.com

Mercado de moda de luxo enfrenta queda geral; entenda

Números dos conglomerados de moda LVMH e Kering caem enquanto os consumidores controlam gastos desnecessários

atualizado

Compartilhar notícia

Cristina Arias/Cover/Getty Images
Bolsas e sapato em loja da Gucci - Metrópoles
1 de 1 Bolsas e sapato em loja da Gucci - Metrópoles - Foto: Cristina Arias/Cover/Getty Images

Números recentes dos principais conglomerados de moda de luxo evidenciam uma queda geral do mercado. Os grupos franceses LVMH e Kering, os maiores da indústria, divulgaram dados alarmantes. Em um momento de controle de gastos entre os consumidores com bolsas e roupas de grifes, os valores das empresas do setor em todo o mundo foram afetados. Outro fato é o declínio nas vendas, principalmente para o público chinês.

Vem entender!

Loja de luxo, da Louis Vuitton - Metrópoles
Dono de grifes como Louis Vuitton e Dior, o LVMH enfrenta queda de ações, vendas e lucros

Queda geral no mercado de moda de luxo

Nos anos pós-pandemia, com o fim do isolamento social, o mercado de luxo teve uma alta surpreendente, até 2023. No entanto, o cenário atual é de diminuição da demanda por moda, relógios, artigos de couro, perfumes e cosméticos, assim como vinhos e destilados.

As ações do LVMH, grupo francês dono de grifes como Louis Vuitton, Fendi e Dior, caíram quase 5%, no total. Nos principais mercados asiáticos, menos no Japão, caíram 14% no último trimestre, até junho. Ao todo, os lucros da holding com operações recorrentes desceram 8%, para 10,7 bilhões de euros, no primeiro semestre deste ano.

Bernard Arnault, presidente e diretor executivo do LVMH, justificou, em comunicado: “Os resultados do primeiro semestre do ano refletem a notável resiliência do LVMH, apoiada pela força de suas maisons e pela capacidade de resposta de suas equipes em um clima de incerteza econômica e geopolítica.” A companhia sofreu com o “impacto negativo substancial das flutuações das taxas de câmbio”, constatou o executivo.

Segundo relatório referente ao primeiro semestre deste ano, as ações do Kering desceram mais de 4%, já que as receitas do grupo diminuíram 11% no primeiro semestre, para 9 bilhões de euros, dominadas por uma queda de 18% na Gucci. O lucro operacional subjacente do grupo despencou 42%, para 1,6 bilhão de euros, com Gucci, Bottega Veneta e Saint Laurent em declínio significativo.

A empresa de luxo alertou que os lucros podem cair 30% no segundo semestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano passado, em meio a “incertezas que pesam sobre a evolução da demanda dos consumidores de luxo nos próximos meses”.

François-Henri Pinault, presidente e diretor executivo do Kering, disse estar otimista, apesar da realidade preocupante. “Em um ambiente de mercado desafiador, que aumenta a pressão sobre nossa receita e lucro, estamos trabalhando assiduamente para criar as condições para um retorno ao crescimento”, destacou. “Embora o contexto atual possa ter impacto no ritmo da nossa execução, a nossa determinação e a confiança está mais forte do que nunca”, completou, em nota.

Bolsa de luxo, da Gucci - Metrópoles
O Kering, que controla grifes como Gucci, Bottega Veneta, Saint Laurent e Balenciaga, também constatou que os lucros despencaram

 

Loja da Gucci - Metrópoles
A receita da Gucci diminuiu 18% no primeiro trimestre deste ano comparando com o mesmo período de 2023

 

Na imagem com cor, fachada da loja da Hermès - Metrópoles
O mercado de luxo está em um momento alarmante e pessimista

Outras labels relevantes do mercado de moda, como Hermès e Burberry, assim como os grupos Tapestry e Richemont, também enfrentam quedas nas bolsas de valores, além da baixa contínua nas vendas de artigos de luxo. Vale destacar que as taxas de juros mais altas globalmente têm aumentado o custo de vida para compradores das classes médias.

Na semana passada, a Chanel captou 700 milhões de euros por meio de um financiamento privado. De acordo com a Bloomberg, a oferta, organizada pelo Goldman Sachs Group e Société Générale, tem vencimento em até 12 anos e permite que a empresa acesse diretamente investidores institucionais, com o objetivo de evitar a volatilidade dos mercados públicos de crédito.

Contudo, a maison é uma das poucas com métricas comerciais recentes positivas. Em maio deste ano, a grife divulgou que, em 2023, as receitas totalizaram US$ 19,7 milhões, o que representa um aumento de 16%. Além disso, o lucro operacional aumentou 10,9%, para US$ 6,4 bilhões. A etiqueta planeja aumentar as despesas de capital em pelo menos 50% ainda em 2024.

fachada de loja chanel - metrópoles
Na contramão, a Chanel alcançou recordes de vendas e de receita recentemente

 

Fila de modelos na passarela da Miu Miu. Gigi Hadid está na frente usando um casaco marrom felpudo - Metrópoles
As grifes Miu Miu e Prada também resistem à negatividade geral

Uma empresa resistente ao cenário pessimista é o Grupo Prada, que se mantém firme e forte. De acordo com relatório revelado nesta terça-feira (30/7), as receitas líquidas do primeiro semestre aumentaram 17%, para 2,55 bilhões de euros.

Integrante da companhia, a Miu Miu teve um aumento de 93% nas vendas do varejo por ano, o que acelerou um crescimento de 89% no primeiro trimestre. As vendas subiram 6% para a marca principal, Prada.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?