O modo de consumo dos brasileiros vem sofrendo mudanças com a pandemia de coronavírus. Para revelar o perfil dos clientes diante do novo cenário, a Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) divulgou, no fim de abril, a pesquisa Medo x Desejo, que identifica comportamentos de compras e ressalta o que vai mudar no pós-confinamento. As vendas on-line, por exemplo, já cresceram 47% no país no mês passado, segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de E-Commerce (ABComm) e pela Konduto.

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Enquanto não há previsão para o retorno às compras nas ruas com segurança, o período de isolamento, ainda em curso, fez os investimentos on-line decolarem. Nova consciência na hora de finalizar os pedidos é uma das características dos consumidores atualmente.

O estudo foi desenvolvido por grupo formado pelas empresas TWF e Competence, de Porto Alegre. Mil pessoas participaram da sondagem. Dessas, 53,2% são empreendedores, enquanto 46,8% possuem trabalho com carteira assinada, recebem aposentadoria ou são funcionários públicos.

Medo e desejo são os dois sentimentos que os consumidores enfrentam diante da imposição do isolamento social. De acordo com a pesquisa, durante algum tempo, as pessoas irão continuar receosas em relação à Covid-19. A insegurança financeira também reflete nessa sensação.

Por outro lado, o desejo equilibra a emoção desagradável de perigo. Os clientes alimentam a vontade de progredir, aproveitar a vida e viajar após o período de lockdown. O recomeço também significa, para os consumidores, investir em produtos e experiências.

Enquanto a ciência tenta responder quando a quarentena vai acabar, dados mostram que 53,8% das pessoas pretendem retomar a rotina normalmente após o quadro de crise. No entanto, estarão mais atentas às questões de higiene e sanitização dos ambientes.

A pesquisa indica ainda que a internet passou a ser o centro dos novos comportamentos desenvolvidos durante o confinamento – home office e compras on-line, por exemplo – para a maioria dos entrevistados, com expressiva concentração entre o público de 30 a 45 anos.

Mesmo adaptados à rotina virtual, 59,6% dos entrevistados revelam que o desejo de consumo não dependerá apenas de descontos, combos ou vantagens em parcelar as compras. Eles querem finalizar as aquisições da maneira mais conveniente possível. Cabe as lojas se programarem para atender às necessidades dos clientes após o período de lockdown.

O estudo prevê que as compras serão feitas de modo mais consciente. Além disso, aumento na valorização das pequenas empresas e negócios locais vem sendo visto. As marcas que estão colaborando de forma positiva com o atual momento vivido pelo mundo também ganharão notoriedade.

Contudo, a ADVB conclui que, diante do novo cenário, é fundamental que as empresas identifiquem as necessidades e os anseios dos clientes para a retomada geral do mercado.

Colaborou Sabrina Pessoa