Martin Waters é o novo CEO da Victoria’s Secret Lingerie. Saiba detalhes
Na última semana, a companhia L Brands anunciou várias nomeações em cargos na liderança da marca, que enfrenta queda nas vendas
atualizado
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A divisão de lingeries da Victoria’s Secret ganhou um novo CEO. Martin Waters ocupará o cargo a partir de agora, com efeito imediato, substituindo John Mehas, que assumiu a função em fevereiro de 2019. Waters trabalhava com a controladora L Brands desde 2008, como chefe da divisão internacional. A mudança, comunicada pela companhia na última quarta-feira (25/11), acontece em meio a várias nomeações executivas na liderança da label. Enquanto isso, a etiqueta se prepara para separação da Bath & Body Works, marca mais forte de sua companhia-mãe.
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Novo CEO e cargos executivos na Victoria’s Secret
A contratação de Martin Waters para o cargo não teve um motivo específico divulgado, assim como a saída de seu antecessor. A partir de agora, ele responderá a Stuart Burgdoerfer, CFO da L Brands e CEO interino de negócios gerais, responsável por áreas da marca como a operação das lojas e o e-commerce.
Na L Brands, Waters expandiu os negócios internacionais da companhia, abrindo mais de 700 lojas ao redor do mundo. “Martin Waters é um experiente executivo de varejo que liderou nossos negócios internacionais nos últimos 12 anos. Ele é um líder excepcional e amplamente respeitado dentro e fora do nosso negócio”, compartilhou a presidente do conselho de diretores da L Brands, Sarah Nash.
“Com sua experiência coletiva e trabalhando junto com toda a equipe de liderança da Victoria’s Secret, continuaremos a impulsionar o negócio e reposicioná-lo para o sucesso. Agradecemos a John por suas contribuições para a marca durante sua gestão”, continuou Nash.
Segundo o comunicado oficial, Waters é experiente em planejamento estratégico, merchandising, planejamento e alocação, gestão de marca, marketing e operações da cadeia de suprimentos. Antes de trabalhar na empresa dona da VS, ele atuou como diretor administrativo da marca Boots International, varejista britânica do segmento de saúde e beleza.
Entre as outras contratações na liderança da marca de lingeries, está a de Laura Miller, que passará a ser diretora de recursos humanos da marca. Becky Behringer será o novo vice-presidente executivo de vendas e operações para a América do Norte. Janie Schaffer, por sua vez, assume a direção de design da Victoria’s Secret Lingerie.
Situação da Victoria’s Secret
Depois de ser alegadamente associada ao criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein, a Victoria’s Secret tem tentado restaurar a própria imagem. Conforme aponta o jornal New York Times, a empresa tem uma segunda investigação em curso para analisar o envolvimento com ele.
Além disso, a empresa foi pressionada pela opinião pública durante anos por disseminar, em suas campanhas e desfiles, um padrão de beleza que privilegiava somente mulheres magras. Por esse motivo, perdeu espaço para outras etiquetas de lingerie com pegada mais inclusiva.
A controladora L Brands tem passado por um período de corte de gastos para sobreviver ao impacto econômico provocado pela pandemia de Covid-19. Para poupar cerca de US$ 400 milhões ao ano, a empresa anunciou, em julho, a demissão 850 funcionários, o equivalente a 15% de sua equipe corporativa. Atualmente, a marca Bath & Body Works é a parte mais lucrativa da companhia.
A Victoria’s Secret, por sua vez, sofreu uma queda de 14% nas vendas no último trimestre, para US$ 1,3 bilhão, como aponta a Bloomberg. Ainda assim, o número superou a expectativa de especialistas do setor. Atualmente, o e-commerce representa 42% das vendas da marca.
Direção de John Mehas
O antigo CEO da divisão de lingeries, John Mehas, foi presidente da marca Tory Burch antes de assumir o cargo, em fevereiro do ano passado. Durante sua direção, no início deste ano, a marca foi pressionada depois que 100 modelos assinaram uma carta, direcionada a ele, afirmando que a empresa não protegia mulheres de abusos.
A petição reclamava de várias condutas inadequadas relacionadas ao tratamento da marca com as modelos, incluindo situações com comentários obscenos, toques e avanços indevidos, entre outros problemas. Além disso, em agosto do ano passado, o antigo chefe de marketing Ed Razek deixou a marca, meses depois de uma entrevista polêmica na qual falou sobre a falta de contratação de modelos plus size e trans para o Victoria’s Secret Fashion Show.
Colaborou Hebert Madeira