Marine Serre: saiba cinco motivos para ficar de olho na estilista
A jovem francesa já apresentou cinco coleções em Paris e conquistou várias celebridades com suas luas crescentes e máscaras
atualizado
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Você já deve ter visto, nas redes sociais, algumas roupas estampadas com várias luas crescentes. Essa padronagem é a assinatura da estilista francesa Marine Serre, 28 anos, que fundou a grife homônima em 2017. Depois de desfilar em algumas temporadas, o show da designer se tornou um dos mais aguardados da Semana de Moda de Paris.
Além da padronagem charmosa, que caiu no gosto das famosas, suas criações misturam futurismo, sustentabilidade e códigos culturais. Nessa terça-feira (25/02/2020), ela abriu os desfiles do dia na capital francesa. Vem comigo conferir cinco motivos para ficar de olho em Marine Serre!
1. É a nova queridinha das celebridades
A lista de celebridades que usam Marine Serre é crescente, assim como a estampa de lua. A cantora Dua Lipa, por exemplo, veste um look completo dela na capa do single Physical, lançado em janeiro; além de ter usado em outras ocasiões. Ariana Grande elegeu botas e um macacão da designer como figurino de um show.
Kylie Jenner e as cantoras Kim Petras e Tove Lo compartilham fotos com roupas de Marine no Instagram. Kendall Jenner foi vista várias vezes com peças da grife, não necessariamente estampadas com a lua. Em setembro de 2019, o rapper A$AP Rocky compareceu a uma festa da Fenty com casaco e babushka Marine Serre.
Beyoncé, Katy Perry e Kourtney Kardashian também fizeram aparições públicas vestindo peças da estilista. Na primeira fila do grande desfile da Nike, pouco antes da Semana de Moda de Nova York, Rosalía marcou presença com um bodysuit da marca.
2. Usa tecidos reciclados e aposta na sustentabilidade
A pegada ecológica é um pilar fundamental no trabalho de Marine. A penúltima coleção, por exemplo, foi 50% composta de materiais reciclados, e a outra metade vem de fábricas francesas. O desfile em Paris, realizado em setembro do ano passado, foi um alerta sobre as mudanças climáticas.
No outono/inverno 2020, novamente, metade das roupas foram feitas com materiais reutilizados. “Quero fazer coisas incríveis com o que já existe e, para mim, isso é normal”, disse a designer em 2017. Isso fica ainda mais evidente nas peças trabalhadas em patchwork e os recortes ousados.
Ao mesmo tempo em que aborda o meio ambiente com um tom inquietante, o trabalho da estilista é cool e tem tudo a ver com a geração Z, grupo que também prioriza a consciência sustentável.
3. Venceu o Prêmio LVMH
Em 2017, Marine foi a grande vencedora do prêmio Young Fashion Designer, do grupo LVMH, aprovada por um júri formado por ninguém menos que Karl Lagerfeld, Maria Grazia Chiuri, Marc Jacobs, entre outros grandes estilistas. A cantora Rihanna foi responsável por entregar o prêmio nas mãos da estilista.
Conhecido por ser o prêmio internacional mais relevante para jovens designers, o título concede o valor de 300 mil euros para o escolhido entre oito finalistas e uma assistência personalizada do grupo durante 12 meses.
Tamanho foi o hype da indicação que a Galeries Lafayette convidou a jovem francesa para criar uma coleção-cápsula colaborativa antes mesmo de ela ser anunciada como vencedora. Desde que despontou na moda, Marine fez colaborações com a varejista on-line Ssense, com as marcas esportivas Salomon e Nike (e a subsidiária Converse), e até a brasileira Melissa.
Com a etiqueta de calçados, a estilista criou uma versão da sandália She, estilo mule, nas cores branco, prata e marrom metálico. Modelos do desfile de primavera/verão 2019 calçaram a peça durante a Semana de Moda de Paris.
4. Passou por grandes grifes e estudou na escola La Cambre
Marine se formou em 2016 pela escola de artes visuais La Cambre, na Bélgica, por onde passaram nomes como Anthony Vaccarello, atual diretor criativo da Saint Laurent, e Olivier Theyskens (com experiências na label homônima, Rochas, Nina Ricci e Theory).
De início, a designer foi relutante em admitir que criava moda, preferindo dizer que fazia “design”. Esse pensamento durou até ela ver a primeira coleção esgotar na loja-conceito parisiense Broken Arm, onde foi vendida ao lado das peças da Celine e Maison Margiela.
A grife homônima foi criada enquanto Marine trabalhava como designer júnior na Balenciaga de Demna Gvasalia. Antes disso, ela fez estágio na Dior, de Raf Simons; Maison Margiela e Alexander McQueen. Karl Lagerfeld, em entrevista à revista Numéro publicada em abril de 2018, disse que Marine tem “1m50, mas uma vontade de aço”.
5. Mistura futurismo, códigos culturais e roupas esportivas
Desde o primeiro trabalho solo, A Radicall Call for Love, Marine aborda referências culturais e de época em sua moda futurista e ecológica, descrita pela própria designer como “futurewear”. A própria lua crescente é um exemplo, pois é um símbolo do islamismo. Em sua coleção de estreia, explorou um toque sporty dos anos 1990 e 2000 com elementos da moda árabe do século 19.
Nas coleções, a francesa mistura peças estilo segunda pele, vestidos de lenços, casacos oversized e um encontro de peças esportivas com alfaiataria. Apesar do tom experimental das formas, cores e texturas, a estilista também cria roupas com pegada contemporânea.
Atualmente, a marca é dividida entre as linhas verde, vermelha, branca e ouro. Na primeira, explora a pegada ecológica, enquanto as roupas com pegada couture, para os grandes eventos, são da vermelha. A linha ouro é focada no trabalho reciclado, com upcycling, e a branca tem roupas para uso diário.
Como foi o último desfile (outono/inverno 2020)
Inspirada pelo livro Duna, do escritor norte-americano Frank Herbert, Marine Serre imagina várias figuras humanas espalhadas em “planetas interconectados”. Nesse contexto, ela pensou as peças da coleção, intitulada “Mind, Melange, Motor” (Mente, Melange, Motor), como itens saídos de “um buraco de minhoca futurista”. Incêndios florestais também estão no mote no outono/inverno 2020 da designer.
Sobreposições, silhuetas e texturas desempenham um grande papel na coleção. Os retalhos, trabalhados em temporadas anteriores, retornam em tons e padronagens que são a cara do inverno, mas também remetem ao deserto. Alguns deles têm o mesmo material da tapeçaria usada no desfile, onde os convidados se sentaram.
Para a temporada, Marine atualiza a estampa de lua com uma versão distorcida, com o desenho de um lagarto e também incorporada na forma de um losango. Outro detalhe que retorna é a máscara de respiração – em meio ao surto do novo coronavírus -, assim como as máscaras de esqui e os casacos acolchoados com capuzes que parecem casulos. Entre preto, grafite, branco e cores terrosas, os tons vibrantes de rosa e mostarda se destacam.
A alfaiataria estruturada, trabalhada em pied de poule, também ganha recortes de patchwork. Enquanto isso, os vestidos exploram camadas de lenços, rendas, drapeados e assimetria. Quanto aos acessórios, destaques para as pequenas mochilas acopladas às panturrilhas e braços. As bolsas esféricas com alças de correntes também estão de volta.
No levantamento Year in Fashion 2019, feito pela plataforma global de pesquisas de moda Lyst, Marine Serre foi listada entre as marcas para ficar de olho em 2020. As buscas pela grife aumentaram 32% nos últimos seis meses, de acordo com os dados do estudo.
Vamos ficar de olho nas celebridades que apostarão nas peças da designer nos próximos meses. A coleção outono/inverno 2020 deve chegar às lojas no segundo semestre!
Colaborou Hebert Madeira