Marca Verdurão traduz em camisetas a estética e o estilo brasilienses
Na ativa há quase 20 anos e atualmente em expansão, a Verdurão sabe homenagear de forma divertida nomes como Oscar Niemeyer
atualizado
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O áudio da ex-namorada do Alexandre, morador do Guará, pode até ter ganhado repercussão nacional, mas só quem mora ou é de Brasília captou todas as referências. Wesley Santos, publicitário, artista visual e novo diretor da marca Verdurão, entendeu logo a força da “piada interna” e correu para fazer uma camiseta em referência ao caso.
Essa sacada é um ótimo exemplo não apenas da Verdurão enquanto marca, mas do novo momento de uma das etiquetas mais tradicionais da capital federal. Com uma loja no espaço colaborativo Infinu, na W3 Sul, e outra no Aeroporto de Brasília, a promessa é de uma coleção especial em 2023 para comemorar os 20 anos de fundação. Vem saber mais sobre a etiqueta!
Verdurão Camisetas 2.0
Sem romantizar as dificuldades do período pandêmico – afinal, a marca fechou a loja clássica localizada no Conic –, o empresário brasiliense Wesley Santos disse que foi um período fértil. “Nós precisávamos dar uma nova cara para a Verdurão. Me isolei numa chácara e criei uma massa de estampas, em um processo muito ativo”, lembra o publicitário.
Com a queda dos contágios e a vacinação, a Verdurão ganhou um novo ponto de vendas e turbinou o e-commerce – durante a entrevista, inclusive, os vendedores da loja estavam organizando caixas para envio. Os desenhos clássicos das camisetas, com referências a pontos como a Rodoviária do Plano Piloto, começaram a dividir espaço com sacadas que só um publicitário que também é artista plástico poderia ter: o meme do Alexandre, do Guará, e as capivaras.
A Verdurão também possui uma linha de roupas infantis, a Verdurinha, além da Negroblue, marca que homenageia símbolos, personalidades e estéticas negras. Segundo Wesley Santos, os clientes pedem pela renovação e ampliação de produtos. A loja do Aeroporto, por exemplo, ressignifica o conceito de souvenires com itens que refletem o lifestyle brasiliense.
Na entrevista, Wesley destacou como esse estilo de vida brasiliense começou a ser construído pela primeira geração que de fato nasceu na capital. “Quem cresceu em Brasília estava sob o estigma de viver em uma cidade que ainda estava se desenvolvendo. Hoje, somos a terceira maior metrópole do país. Temos marcas, designers, estilistas e músicos incríveis! Mas ainda estamos em uma cultura que considera o que é de fora bom”, conta o publicitário.
O passado x o futuro
Wesley Santos comprou a marca de Pil e Fernanda Maia, os fundadores, em 2020. O casal desenvolveu a Verdurão a partir de uma lacuna no mercado: frente da banda Lucy and The Popsonics, a dupla percebeu que não havia pessoas vendendo camisetas em shows de rock no início dos anos 2000. Com uma barraquinha verde, que parecia a de feiras de verduras, passaram a comercializar itens autorais; e o nome veio desse começo.
A grande estratégia da marca foi transformar lugares, expressões e símbolos típicos da capital em estampas, o que nenhum outro nome do mercado fazia. A loja no Conic, na região central, era um ponto certo onde os brasilienses sabiam que iriam encontrar uma camiseta autoral e divertida para comprar ou para presentear. Saíram de cena presentes com frases como “Estive em Brasília e lembrei de você!” e entraram as t-shirts da Verdurão.
Agora, com outros itens no catálogo, como ímãs de geladeira e bonés, a Verdurão pretende expandir sem perder a essência. Quem visita a loja no Infinu, na 506 Sul, percebe que ela segue fiel às origens. Esse posicionamento, porém, não impediu a marca de abrir um espaço na área de embarque do Aeroporto de Brasília. Em breve, a etiqueta terá outro ponto de venda no mesmo local, mas na parte externa, mais precisamente na chamada Praça Uber.
Moda Brasília
A coluna Ilca Maria Estevão deu início à série Moda Brasília em 2021. Toda semana, apresentamos marcas, designers e etiquetas locais, a fim de dar ênfase à moda criada no Distrito Federal, no Centro-Oeste.
O objetivo é apresentar iniciativas e empresas que atuam em prol da cadeia produtiva regional de maneira criativa, sustentável e inovadora. Os nomes são selecionados de forma independente pela equipe da coluna, a partir de critérios como diferencial de mercado, pioneirismo e ações que valorizem a comunidade.
Colaborou Carina Benedetti