Marca faz sucesso com tênis que calçam sem as mãos
A Kizik já vendeu mais de 2 milhões de pares e conquista o público com peças tecnológicas e práticas
atualizado
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Imagine chegar em casa depois de um longo dia de trabalho ou estudo (ou ambos) e tirar os sapatos com movimentos simples antes de se jogar no sofá. Para a maioria das pessoas, pode parecer apenas uma cena cômoda, mas colocar e tirar calçados fechados é mais do que uma tarefa chata para quem tem deficiência física, pessoas grávidas ou mesmo crianças, que costumam ter dificuldade para amarrar cadarços.
A marca estadunidense Kizik, na vanguarda dessa lacuna do mercado, está faturando US$ 100 milhões ao ano com opções que dispensam a ajuda das mãos. Basta colocar e tirar o pé. Vem saber como funciona!
Facilidade no calce
Criada em 2017, a Kizik já patenteou mais de 200 tecnologias próprias (em diferentes estágios de aprovação), e chegou a licenciar uma delas para a Nike em 2019. A propósito, a relação com a gigante esportiva rendeu até uma compra minoritária nas ações da Kizik. O valor não foi revelado, mas contribuiu para o crescimento para a label.
Uma das principais tecnologias usadas pela marca, a External Cage, faz o pé deslizar por dentro do sapato, que trava no calcanhar graças a um conjunto de tiras cruzadas que dobram durante o calce e voltam ao lugar.
A estrutura está presente em itens como o carro-chefe da empresa, o tênis Athens, e passou por 30 mil rodadas de teste de durabilidade em uma máquina de compressão. Em termos práticos, é como se uma pessoa colocasse e tirasse o calçado dos pés 10 vezes ao dia, por uma década. Os consumidores da label, que já vendeu mais de dois milhões de pares desde o lançamento, incluem nomes como Elon Musk, Michael J. Fox e Michelle Obama.
Expansão no mercado
Antes de se dedicar totalmente à produção de calçados com o conceito hands-free, no qual ele já vinha trabalhando, o fundador da Kizik, Mike Pratt, havia co-fundado a marca Ogio, em 1987, dedicada a bolsas esportivas. A etiqueta foi vendida para a Callaway Golf em 2017, por US$ 75,5 milhões. Naquele mesmo ano, Pratt criou a Kizik. Atualmente, sob o comando do CEO Monte Deere, a marca está presente em países asiáticos e europeus, a exemplo de Taiwan, da Itália e do Reino Unido.
Em entrevista recente a uma revista internacional, o diretor de inovação da marca, Craig Cheney, disse que o principal desafio da empresa é mesclar funcionalidades como a tecnologia de “mãos livres” com designs que sejam atrativos para o público. Ele acredita que é possível que todos os calçados do mercado tenham a mesma particularidade. A marca diz ter uma taxa de conversão de 70% dos consumidores que provam os produtos.
Atratividade e variedade
A Kizik busca praticidade e estilo para atividades do dia a dia, sem focar em uma categoria específica, como tênis esportivos. Atualmente, os calçados vão além dos sneakers e incluem até botas para neve. Essa diversidade, de acordo com a revista Inc., é um dos fatores que fazem com que a marca tenha um dos crescimentos mais promissores entre as empresas estadunidenses. Não à toa, além do e-commerce próprio, será possível encontrar os produtos da Kizik em varejistas como a Nordstrom e mais 700 lojas nos EUA até o fim deste ano.