metropoles.com

Marca de São Paulo é acusada de usar trabalho escravo em confecções

Denúncia da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo encontrou irregularidades em duas oficinas da Amissima

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Instagram/@amissimaoficial
amissimaoficial_44637167_1383126385151438_3156682737693275633_n
1 de 1 amissimaoficial_44637167_1383126385151438_3156682737693275633_n - Foto: Reprodução/Instagram/@amissimaoficial

A grife paulista Amissima foi acusada de trabalho escravo pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo. A denúncia resultou na autuação por 23 irregularidades, pelo Ministério do Trabalho, com indenização de R$ 553 mil aos trabalhadores. As informações foram divulgadas de forma exclusiva pelo portal The Intercept Brasil nessa terça-feira (18/12). A repórter Thais Lazzeri acompanhou auditores fiscais durante as investigações em duas das 25 oficinas que prestam serviços à marca de forma terceirizada, em regiões periféricas da cidade de São Paulo.

Com faixa de preço em torno de R$ 800 cada peça, a marca pagava apenas R$ 9 por item entregue. Em um esquema chamado “1/3″, o valor era dividido entre o costureiro, o dono da oficina e as despesas locais, resultando em R$ 3 para cada. Caso o produto apresentasse algum defeito, o cliente descontava 15%, mesmo depois de refeito. O montante mensal pago a cada trabalhador era de R$ 900, enquanto o piso da categoria na região é de R$ 1.450,02 para oito horas diárias.

Reprodução/Instagram/@amissimaoficial
Os vestidos da marca custam em média R$ 800

 

Além disso, outras situações se encaixam como análogas à escravidão. Os costureiros eram submetidos a jornadas de 13 a 14 horas diárias em acomodações precárias — uma delas coberta por lona e teto de isopor. Os mesmos locais funcionavam como residência para as famílias. Normalmente, trabalhavam de 8h às 22h, com pausas rápidas para refeições, de segunda a sábado, incluindo feriados. Os filhos dividiam o espaço com os 14 trabalhadores bolivianos sem carteira assinada.

Em nota oficial, a marca diz ter arcado “imediatamente com as indenizações morais e trabalhistas das pessoas envolvidas”. Informa ainda que houve falha na fiscalização dos fornecedores e afirma ter tomado medidas para corrigir e prevenir as irregularidades. O comunicado encerra com uma declaração de repúdio ao trabalho desumano.

Divulgação/Amissima
Nota oficial divulgada pela marca

 

À reportagem do The Intercept, o CEO da label, Jaco Yoo, admitiu o erro da falta de fiscalização e garantiu que metade dos costureiros seriam contratados. Ainda de acordo com a matéria, os profissionais sofriam com dores decorrentes das condições de trabalho e da falta de lazer.

Com direção de estilo assinada pela sul-coreana Suzana Cha, a marca vende em dois luxuosos shoppings da capital paulista e é usada por celebridades e influenciadoras digitais.

Reprodução/Instagram/@amissimaoficial
A digital influencer Luiza Sobral é uma das personalidades que divulgam a marca com frequência

 

Reprodução/Instagram/@amissimaoficial
Eliana com look Amissima

 

Reprodução/Instagram/@amissimaoficial
Ana Maria Braga com look Amissima

 

Para outras dicas e novidades sobre o mundo da moda, não deixe de visitar o meu Instagram. Até a próxima!

Colaborou Hebert Madeira

Compartilhar notícia

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?