Marc Jacobs: relembre momentos marcantes nos 40 anos da marca
Em 2024, o designer norte-americano celebra quatro décadas de atividade. A coluna separou destaques dessa trajetória
atualizado
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Aos 21 anos, a pouca idade não foi empecilho para que Marc Jacobs criasse uma etiqueta com o próprio nome. Rapidamente, o designer ganhou relevância incontestável no mundo da moda. Em 2024, a grife norte-americana completa 40 anos de vanguarda, quebra de padrões e provocações, sem perder o alto padrão exigido pela grande indústria. A coluna separou alguns dos destaques da marcante carreira do estilista.
Vem conferir!
Moda grunge e a demissão que marcou a indústria
No fim dos anos 1980, Marc Jacobs foi contratado para ser o diretor criativo da Perry Ellis. O trabalho foi um sucesso até 1992, quando o designer apresentou, para o verão do ano seguinte, uma coleção inspirada no movimento grunge, que ganhava força, por meio da juventude, nas ruas das grandes cidades dos Estados Unidos.
No Nova York Fashion Week, o desfile que trazia a rebeldia à passarela com as modelos Naomi Campbell, Kate Moss e Christy Turlington, entre outras. As renomadas top models não foram suficientes para agradar: a apresentação foi um fracasso na crítica, e, posteriormente, comercial.
Vestidos com botas, roupas largas, jaquetas e flanelas xadrez foram alguns dos itens que geraram opiniões negativas. A consequência foi a demissão de Marc Jacobs da Perry Ellis. “Poucas vezes o desleixo pareceu tão autoconsciente e posto um preço tão alto”, disse a crítica Cathy Horyn à época. Nos anos seguintes, a moda foi dominada pela estética grunge, inicialmente rechaçada com a introdução de Jacobs.
Marc Jacobs e Louis Vuitton
A atuação de Marc Jacobs continuou na etiqueta homônima, quando, em 1997, assumiu a direção criativa da já tradicional Louis Vuitton, na qual fez uma revolução. A clássica marca francesa de malas e baús entrou no mundo contemporâneo, com a moda ganhando espaço de protagonista e desfiles que levariam a grife de volta ao centro da indústria fashion.
O valor da Louis Vuitton quadriplicou enquanto Jacobs estava lá, até 2013. A partir da chegada do estilista, a grife assumiu o papel de ousadia e coragem, típicas do estilista. Atingiu diferentes públicos com glamour e até mesmo cores, como na coleção primavera/verão 2008, onde uniformizou os modelos de enfermeiras, e em 2012, em parceria com a artista plástica Yayoi Kusama.
Uma das pessoas mais influentes do mundo
Em 2010, Jacobs foi listado pela revista Times como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. No texto da tradicional lista que contempla personalidades de diferentes áreas, que mais impactam a sociedade, a modelo Victoria Beckham relatou que o designer nunca seguiu tendências, mas segue seu coração e cria tendências.
“A paixão [de Marc Jacobs] pela cultura popular penetra seus desenhos com irreverência, cor e energia. É o que o coloca à frente de seus colegas. Ele não tem medo de ir contra a normalidade e nunca sente a pressão de se conformar”, afirmou Beckham.
Homenagem à Vivienne Westwood
Marc Jacobs também é punk. Pelo menos foi o que mostrou na coleção de primavera/verão 2023, criada em homenagem à Vivienne Westwood, pioneira do movimento e que havia morrido três meses antes. As silhuetas e as cores características da estilista britânica foram repaginadas pelo designer norte-americano.
Conhecido por sempre criar o novo e nunca se recorrer ao antigo, Marc Jacobs encontrou, nessa coleção, uma das poucas vezes que inspirou-se abertamente em estéticas já existentes, graças a sua admiração por Westwood. Entre os destaques da apresentação, os cabelos coloridos das modelos e as enormes solas de salto plataforma referenciavam diretamente a designer.
Tendo a própria etiqueta desde muito jovem, Marc Jacobs é reconhecido como um visionário, com influência a movimentos e outras marcas a desbravar a não monotonia na moda. Não seguir tendências, mas, sim, criá-las, é parte do trabalho do norte-americano desde 1984. Ele não se limita às passarelas e atinge verdadeiramente a sociedade e a forma de vestir.