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Marc Jacobs defende protestos: “Uma vida não pode ser substituída”

Estilista teve loja pichada e saqueada, em Los Angeles, mas destaca que vidas humanas importam mais do que a propriedade destruída

atualizado

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Craig McDean/Givenchy/Divulgação
Marc Jacobs em campanha da Givenchy
1 de 1 Marc Jacobs em campanha da Givenchy - Foto: Craig McDean/Givenchy/Divulgação

Sempre muito ativo no Instagram, Marc Jacobs tem usado a plataforma para defender os protestos antirracismo nos Estados Unidos. Mesmo após sua butique ser pichada e saqueada em Los Angeles, o estilista se mantém firme a favor dos manifestantes. Em texto republicado na rede social, ele se posiciona: “Propriedades podem ser substituídas. Vidas humanas não podem”. O post rendeu críticas, mas também obteve elogios de muitos seguidores, incluindo celebridades.

Vem comigo saber mais detalhes!

Black Lives Matter

As manifestações antirracismo têm tomado várias cidades dos EUA e do mundo na última semana, em resposta à morte de George Floyd. O ex-segurança negro de 46 anos foi asfixiado por um policial branco no último dia 25, na cidade de Minneapolis, em Minnesota. Desde então, várias lojas, entre elas a grife homônima de Marc Jacobs na Rodeo Drive, em Los Angeles, foram atacadas por manifestantes. Mesmo após o ocorrido, o estilista republicou um texto em seu Instagram pessoal, defendendo os protestos.

“Nunca deixem convencê-los de que quebrar um vidro ou propriedades quebradas é violência. Fome é violência. Não ter um lar é violência. Guerra é violência. Jogar bombas em pessoas é violência. Racismo é violência. Supremacia branca é violência. Falta de acesso a serviços de saúde é violência. Pobreza é violência. Contaminar fontes de água por lucro é violência. Propriedades podem ser substituídas. Vidas humanas não podem”, diz o texto, publicado originalmente pelo usuário FirstSevenDesignLabs.

Texto compartilhado por Marc Jacobs no Instagram
Em texto republicado no Instagram pessoal, o estilista defendeu que propriedades podem ser substituídas, mas vidas humanas, não

 

Marc Jacobs é um dos grandes nomes da indústria da moda que têm apoiado os protestos antirracismo nos Estados Unidos e outros países

 

O estilista não se limitou ao perfil pessoal, no qual acumula mais de 1,4 milhão de seguidores, na hora de expressar o seu posicionamento. Na conta oficial da grife, seguida por 9,8 milhões de usuários, ele publicou fotos da loja que foi atingida na Rodeo Drive. Uma delas mostra uma placa riscada com os nomes Sandra Bland e George Floyd escritos. Bland foi uma mulher negra encontrada com sinais de enforcamento em um presídio do Texas, em 2015. A segunda foto mostra o nome George pichado em uma janela. Depois da publicação no perfil da empresa, Jacobs fez um repost na própria conta.

Já nessa terça-feira (02/06), a marca aderiu ao movimento batizado de “Blackout Tuesday”, uma espécie de “apagão” proposto por artistas e grandes empresas da indústria musical, com posts de imagens completamente pretas no Instagram. Já na página pessoal, ele compartilhou links para organizações de ativismo negro LGBTQ+.

Loja de Marc Jacobs vandalizada na Rodeo Drive, em Los Angeles
Placa da loja de Marc Jacobs na Rodeo Drive, em Los Angeles, com os nomes Sandra Bland e George Floyd

 

Loja de Marc Jacobs vandalizada na Rodeo Drive, em Los Angeles
Nesta janela, manifestantes picharam o nome de George

 

Marc Jacobs indicando serviços para apoiar durante os protestos
Marc Jacobs indicou diversas organizações de ativismo negro LGBTQ+ para os seguidores ajudarem

 

Marc Jacobs indicando serviços para apoiar durante os protestos
Em outro post, recomenda fundos para o público apoiar
Repercussão

A publicação de Marc Jacobs rendeu mais de 44 mil likes e ultrapassou 1.800 comentários. Alguns deles, com críticas sobre o posicionamento do estilista. “Você é louco ou o quê? E se destruírem as suas lojas”, questionou um seguidor. Jacobs rebateu afirmando que, na verdade, sua loja havia sido destruída na noite anterior.

O perfil do brechó Pilgrim New York escreveu: “Pequenos negócios destruídos é violência. Você está completamente errado sobre isso. Para algumas pessoas, é tudo o que elas têm. Por favor, tire essa declaração do ar. É uma coisa horrível ter seu negócio destruído”. O estilista apoiou uma seguidora que respondeu: “O fato de você estar incomodado com uma rebelião justa não é o problema de Jacobs aqui. Onde estavam vocês durante o protesto silencioso?”

Outra internauta enfatizou que a marca Marc Jacobs não é um pequeno negócio. Por isso, o estilista poderia “se dar o luxo” de arcar com o prejuízo. “Você não sabe do que está falando”, rebateu Jacobs. Entre uma crítica e outra, a publicação arrancou elogios de personalidades como a cantora Tinashe, o fotógrafo Willy Vanderperre e a estilista Anna Sui.

Comentários no post polêmico de Marc Jacobs
“Você está louco ou o quê? E se destruírem as suas lojas”, questionou um internauta. “Minha loja foi destruída na noite passada”, respondeu Jacobs

 

Comentários no post polêmico de Marc Jacobs
“Pequenos negócios destruídos é violência. Você está completamente errado sobre isso. Para algumas pessoas, é tudo o que elas têm. Por favor, tire essa declaração do ar. É uma coisa horrível ter seu negócio destruído”, criticou o perfil do brechó Pilgrim New York. O estilista apoiou uma seguidora que respondeu: “O fato de você estar incomodado com uma rebelião justa não é o problema de Jacobs aqui. Onde estavam vocês durante o protesto silencioso?”

 

Comentários no post polêmico de Marc Jacobs
“Especialmente quando é a propriedade de outra pessoa”, critica o comentário acima. Jacobs reiterou que teve uma loja destruída e saqueada, mas ainda assim apoia os protestos. “Tenha coração por todas as perdas sofridas, repetidamente sendo roubadas por décadas”

 

Comentários no post polêmico de Marc Jacobs
“É uma coisa boa se você não é um ‘negócio pequeno’ e pode se dar o luxo de sofrer um golpe como esse”, disse uma internauta. “Você não sabe do que está falando”, retrucou Jacobs

 

Comentários no post polêmico de Marc Jacobs
Diversas personalidades elogiaram o posicionamento de Jacobs, incluindo Willy Vanderperre, Anna Sui, Phillip Picardi, Ludovic de Saint Sernin e Tinashe
Apoio à luta

O estilista norte-americano não foi o único nome da indústria da moda a apoiar os protestos. Designers como Tom Ford, Simon Porte Jacquemus, Olivier Rousteing e Alessandro Michele contribuíram com posts relacionados às manifestações e à própria campanha Blackout Tuesday. Joseph Altuzarra e sua marca anunciaram doações a diferentes organizações de ativismo negro e luta por direitos, assim como as marcas Alexachung, Burberry, Calvin Klein, Gap e Gucci, entre outras.

Marc Jacobs em campanha da Givenchy
Olivier Rousteing protestou em Paris e compartilhou vários cliques no Instagram

 

Marc Jacobs em campanha da Givenchy
O estilista Joseph Altuzarra sugeriu uma lista de organizações para as quais ele doou

 

Marc Jacobs em campanha da Givenchy
“Se você é neutro em situações de injustiça, você escolheu o lado do opressor”, diz esta frase de Desmond Tutu compartilhada por Alexa Chung

 

Colaborou Hebert Madeira

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