Marc Jacobs defende protestos: “Uma vida não pode ser substituída”
Estilista teve loja pichada e saqueada, em Los Angeles, mas destaca que vidas humanas importam mais do que a propriedade destruída
atualizado
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Sempre muito ativo no Instagram, Marc Jacobs tem usado a plataforma para defender os protestos antirracismo nos Estados Unidos. Mesmo após sua butique ser pichada e saqueada em Los Angeles, o estilista se mantém firme a favor dos manifestantes. Em texto republicado na rede social, ele se posiciona: “Propriedades podem ser substituídas. Vidas humanas não podem”. O post rendeu críticas, mas também obteve elogios de muitos seguidores, incluindo celebridades.
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Black Lives Matter
As manifestações antirracismo têm tomado várias cidades dos EUA e do mundo na última semana, em resposta à morte de George Floyd. O ex-segurança negro de 46 anos foi asfixiado por um policial branco no último dia 25, na cidade de Minneapolis, em Minnesota. Desde então, várias lojas, entre elas a grife homônima de Marc Jacobs na Rodeo Drive, em Los Angeles, foram atacadas por manifestantes. Mesmo após o ocorrido, o estilista republicou um texto em seu Instagram pessoal, defendendo os protestos.
“Nunca deixem convencê-los de que quebrar um vidro ou propriedades quebradas é violência. Fome é violência. Não ter um lar é violência. Guerra é violência. Jogar bombas em pessoas é violência. Racismo é violência. Supremacia branca é violência. Falta de acesso a serviços de saúde é violência. Pobreza é violência. Contaminar fontes de água por lucro é violência. Propriedades podem ser substituídas. Vidas humanas não podem”, diz o texto, publicado originalmente pelo usuário FirstSevenDesignLabs.
O estilista não se limitou ao perfil pessoal, no qual acumula mais de 1,4 milhão de seguidores, na hora de expressar o seu posicionamento. Na conta oficial da grife, seguida por 9,8 milhões de usuários, ele publicou fotos da loja que foi atingida na Rodeo Drive. Uma delas mostra uma placa riscada com os nomes Sandra Bland e George Floyd escritos. Bland foi uma mulher negra encontrada com sinais de enforcamento em um presídio do Texas, em 2015. A segunda foto mostra o nome George pichado em uma janela. Depois da publicação no perfil da empresa, Jacobs fez um repost na própria conta.
Já nessa terça-feira (02/06), a marca aderiu ao movimento batizado de “Blackout Tuesday”, uma espécie de “apagão” proposto por artistas e grandes empresas da indústria musical, com posts de imagens completamente pretas no Instagram. Já na página pessoal, ele compartilhou links para organizações de ativismo negro LGBTQ+.
Repercussão
A publicação de Marc Jacobs rendeu mais de 44 mil likes e ultrapassou 1.800 comentários. Alguns deles, com críticas sobre o posicionamento do estilista. “Você é louco ou o quê? E se destruírem as suas lojas”, questionou um seguidor. Jacobs rebateu afirmando que, na verdade, sua loja havia sido destruída na noite anterior.
O perfil do brechó Pilgrim New York escreveu: “Pequenos negócios destruídos é violência. Você está completamente errado sobre isso. Para algumas pessoas, é tudo o que elas têm. Por favor, tire essa declaração do ar. É uma coisa horrível ter seu negócio destruído”. O estilista apoiou uma seguidora que respondeu: “O fato de você estar incomodado com uma rebelião justa não é o problema de Jacobs aqui. Onde estavam vocês durante o protesto silencioso?”
Outra internauta enfatizou que a marca Marc Jacobs não é um pequeno negócio. Por isso, o estilista poderia “se dar o luxo” de arcar com o prejuízo. “Você não sabe do que está falando”, rebateu Jacobs. Entre uma crítica e outra, a publicação arrancou elogios de personalidades como a cantora Tinashe, o fotógrafo Willy Vanderperre e a estilista Anna Sui.
Apoio à luta
O estilista norte-americano não foi o único nome da indústria da moda a apoiar os protestos. Designers como Tom Ford, Simon Porte Jacquemus, Olivier Rousteing e Alessandro Michele contribuíram com posts relacionados às manifestações e à própria campanha Blackout Tuesday. Joseph Altuzarra e sua marca anunciaram doações a diferentes organizações de ativismo negro e luta por direitos, assim como as marcas Alexachung, Burberry, Calvin Klein, Gap e Gucci, entre outras.
Colaborou Hebert Madeira