Manualmente Joias desenvolve acessórios a partir de sobras de acetato
A marca comandada por Manu Rosa cria peças autorais com matéria-prima reaproveitada da produção de óculos. Confira o trabalho!
atualizado
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Além do caminho tradicional, a moda é um lugar de experimentação. Com o uso de acetato reaproveitado da produção de óculos, a marca Manualmente Joias cria brincos e colares que têm traços esculturais. Na série Moda Brasília desta terça-feira (21/6), a coluna bateu um papo com a idealizadora do projeto, Manu Rosa.
Vem conferir!
“A inspiração por trás da criação vem muito da maneira como eu enxergo o mundo, através do meu prisma pessoal. É um mix do que eu sinto, do que vejo e do que faz sentido para mim”, define Manu Rosa, idealizadora da Manualmente Joias. Formada em design pela Universidade de Brasília (UnB) e especializada na área de moda, a criativa une os dois universos na marca de acessórios.
Antes de fundar a própria etiqueta, Manu já se arriscou em um projeto relacionado. O empreendimento, batizado de Nuvem Além, era focado no compartilhamento de acessórios, em especial brincos com uma pegada “diferentona”, e contava com o próprio acervo da idealizadora. Depois da imersão no segmento, floresceu o interesse pela joalheria. Foi quando ela resolveu se dedicar aos estudos na área.
“No período que comecei na joalheria, estava passando por um processo psicológico delicado, e encontrei naquele espaço amparo, aconchego e liberdade para expressar a criatividade e poder canalizar o que eu sinto”, relembra. Nesse meio tempo, ela foi e voltou com o projeto de acessórios, mas resolveu seguir pelo caminho autoral sob nova perspectiva. O direcionamento para a nova empreitada veio por intermédio da professora de joalheria, Nazareth Pinheiro, que tinha contato com o time da Óculos Rever, de Brasília, e recebeu pedaços de acetato que sobraram da produção.
“Eu fiquei encantada com a possibilidade de trabalhar com o material porque achei que tinha tudo a ver comigo, não somente por conta da sustentabilidade, como também do upcycling e questões ambientais e sociais. Eu não quero fazer uma joia por si só, eu quero fazer uma joia que tenha significado”, afirma Manu Rosa. O processo de estudo levou cerca de um ano, e a marca foi relançada, com a nova aposta, em outubro de 2020.
Na Manualmente Joias, nome que faz referência à criadora e ao trabalho manual por trás dos itens, Manu Rosa é quem arquiteta o andamento das coleções. Já a produção é feita de forma colaborativa, com o apoio da equipe da Óculos Rever, e, sempre que necessário, um ourives parceiro também contribui na finalização.
A cada coleção, a etiqueta investe em uma temática diferente. Na Flama, por exemplo, a idealizadora abordou tópicos como libido, força e potência feminina. Já no lançamento mais recente, batizado de Tears, a vulnerabilidade foi evidenciada por meio de tonalidades e uma campanha conceitual.
“Eu cheguei a flertar com a moda várias vezes até me encontrar no universo das joias e acessórios. Hoje, eu me vejo mais como artista do que estilista ou designer. Na minha visão, a moda é uma ferramenta de expressão do meu ‘eu’ artístico. Eu coloco muito de mim nas peças, coloco muito dos meus sentimentos no que faço”, afirma.
Moda Brasília
A coluna Ilca Maria Estevão deu início à série Moda Brasília em 2021. Toda semana, apresentamos marcas, designers e etiquetas locais, a fim de dar ênfase à moda criada no Distrito Federal, no Centro-Oeste.
O objetivo é apresentar iniciativas e empresas que atuam em prol da cadeia produtiva regional de maneira criativa, sustentável e inovadora. Os nomes são selecionados de forma independente pela equipe da coluna, a partir de critérios como diferencial de mercado, pioneirismo e ações que valorizem a comunidade.
Colaborou Marcella Freitas