Luxo consciente: estilista Phillip Lim aposta em paetê feito com algas
O vestido foi desenvolvido em parceria com a cientista Charlotte McCurdy, como parte de projeto focado em sustentabilidade e moda
atualizado
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Enquanto lantejoulas continuam reaparecendo nas passarelas, estilistas e pesquisadores apostam em opções tecnológicas e sustentáveis para perpetuar o brilho dos paetês. Entre as novidades que são apresentadas à indústria, as alternativas biodegradáveis ganham destaque a cada lançamento. A convite da incubadora de ciência da moda One x One, o estilista Phillip Lim e a pesquisadora Charlotte McCurdy uniram forças para investir no luxo consciente. O resultado é um vestido para noite com paetês feito de algas em um tecido livre de carbono e plásticos.
Vem ver!
Idealizada pela fundação Slow Factory, que aposta em iniciativas e programas de moda focados em economia circular e inovações, a incubadora One x One foi lançada em meados de 2019. A fim de unir ciência ao universo fashion, o projeto contou com três duplas formadas por cientistas e estilistas com a finalidade de desenvolver inovações para a indústria.
O terceiro par criativo do projeto apresentou um vestido bordado à mão, por mais de duas semanas, com algas marinhas. Trata-se de uma alternativa sem plásticos para alcançar visualmente o mesmo brilho das lantejoulas disponíveis no mercado.
Com ascendência chinesa, o estilista americano Phillip é cofundador da marca que leva seu nome. Como designer, é reconhecido pela alfaiataria com corte preciso. Com maestria, as coleções da etiqueta unem o elegante ao casual com praticidade.
Ciente dos efeitos negativos dos tecidos convencionais, Lim já opta por fibras naturais e materiais com baixo impacto ambiental em suas coleções. “A chave para este experimento é retirá-lo do contexto de um museu e colocá-lo na vida real. Então, pensamos: como fazer isso com lantejoulas? Elas são sinônimos de resíduos de plástico”, contou Phillip Lim, em comunicado.
O estilista se uniu à pesquisadora Charlotte McCurdy para empregar materiais neutros em carbono. A cientista já estudava bioplásticos de algas, graças à ligação com a incubadora do New Museum, NEW INC.
“Eu comecei a pensar em uma estratégia formal de sustentabilidade, mas percebi que a lacuna real e o verdadeiro desafio que tínhamos era criar visões de futuros viáveis e habitáveis”, detalhou Charlotte McCurdy.
A dupla embarcou na jornada durante um ano. O resultado é um vestido com modelagem elegante e acabamento delicado. Vale lembrar que a peça é 100% livre de plásticos. Tons de verde predominam no modelito.
O estilista explicou que a cor remete ao processo de fotossíntese e a como a luz reflete e refrata. “Imaginamos todo esse ecossistema de vida marinha, desde as redes de pesca até o tecido que as lantejoulas seguiriam, com pérolas e cristais inspirados nas ostras, desconstruindo e reconstruindo esse ecossistema.”
Colaborou Sabrina Pessoa