Look usado por Jackie Kennedy em atentado só será exibido em 2103
Icônico tailleur que a ex-primeira-dama vestia no assassinato do presidente John F. Kennedy é mantido em segredo pelo Arquivo Americano
atualizado
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O tailleur rosa usado por Jackie Kennedy no dia do assassinato de seu marido, o então presidente John F. Kennedy, é a maior representação do atentado sofrido pelo governante no dia 22 de novembro de 1963. Contudo, o conjunto de lã da etiqueta nova-iorquina Chez Ninon, coberto com o sangue do chefe de estado, não será exibido ao público até o ano de 2103.
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O presidente John F. Kennedy foi morto a tiros, em Dallas (no Texas, Estados Unidos), quando participava de uma carreata com o governador do estado, John Connally; sua esposa, Nellie; e a então primeira-dama. Durante o percurso, o político foi atingido com tiros de espingarda no pescoço e na cabeça. Foi declarado morto pouco tempo depois, no Parkland Memorial Hospital.
Durante as 20h que sucederam o ataque, Jackie fez questão de se manter vestida com o terno que usava na ocasião, àquela altura todo coberto com o sangue do presidente.
Ela insistiu em se manter com a roupa, embora vários membros de sua equipe pedissem para que se livrasse da peça. Usou, inclusive, na cerimônia de posse do presidente Lyndon B. Johnson, duas horas após o assassinato. “Deixe-os ver o que fizeram”, respondia a ex-primeira-dama.
Ela ficou vestida com o traje até a manhã seguinte, quando chegou à Casa Branca. O terno foi ensacado sem qualquer tipo de reparo ou limpeza. Rodeado de mitos, o conjunto foi eternizado na memória dos fashionistas da época.
Dizem que o tailleur Chez Ninon, muitas vezes confundido com um modelo Chanel lançado no outono/inverno 1961 da grife, era um dos favoritos do presidente Kennedy.
Em 2003, pouco antes de sua mãe falecer, uma das filhas do casal, Caroline Kennedy, doou às peças ao Arquivo Americano, mas solicitou que elas não fossem mostradas ao público até o próximo século, a fim de evitar desonrar a memória de seus pais ou causar sofrimento aos membros de sua família.
Nesta semana, a organização confirmou à revista People que a roupa usada na data fatídica é mantida em segredo, em uma caixa feita sob medida, nas instalações da Administração Nacional de Arquivos e Registros, em Maryland (EUA).
Livre de qualquer tipo de ácido ou umidade, o look segue preservado sob vigilância constante até que a família libere os itens para exibição. Caso os netos e bisnetos dos Kennedy optem por deixar o conjunto fora dos olhares do público, jamais veremos a lendária peça.
Jackie Kennedy, que mais tarde se casou com o magnata grego Aristóteles Onassis, morreu em 2004, aos 64 anos. Considerada um dos maiores ícones de estilo do século 20, a ex-primeira-dama revolucionou o terno com saia, optando por blazers quadrados um pouco acima dos quadris.
Suas saias eram sempre recatadas, ligeiramente acima do joelho, e as produções tinham acabamentos impecáveis, como botões elaborados. Ousada para a época, Jackie não abria mão cores divertidas e silhuetas ajustadas em dimensões glamourosas.
Os laços e lenços eram frequentes em seus visuais, refletindo a feminilidade de seu estilo. Enquanto os nós decorativos eram usados para acentuar a cintura da ex-primeira-dama, os tecidos ornamentais de seda davam um tom mais descontraído em suas viagens pelo mundo, seja enrolado em seu pescoço ou envolvendo sua cabeça.
Óculos de sol grandes finalizam sua assinatura, que ainda hoje influencia as novas gerações.
“A sra. Kennedy tinha uma mágica que ninguém conseguia explicar. Ela tipificou o estilo americano com sua personalidade vibrante, cheia de otimismo e inteligência”, disse o designer Manolo Blahnik à People.
Colaborou Danillo Costa