London Fashion Week: Daniel Lee estreia na Burberry; e mais destaques
De 17 a 21 de fevereiro, a Semana de Moda de Londres englobou marcas como Richard Quinn, JW Anderson, Christopher Kane e Moncler Genius
atualizado
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Após a temporada de outono/inverno 2023 nas semanas de moda de Copenhague e Nova York, a moda direciona a atenção para o London Fashion Week. De 17 a 21 de fevereiro, o evento ocupa a capital inglesa, em homenagem à estilista britânica Vivienne Westwood, que morreu no fim de 2022. Entre os destaques da edição, está a estreia do estilista Daniel Lee no comando criativo da grife Burberry. Etiquetas como Richard Quinn, JW Anderson e Moncler Genius também estão no cronograma.
Vem conferir!
Burberry
A Burberry está em um momento de provar que pode prosperar como uma marca independente e cada vez mais poderosa. Como parte da estratégia, estão mudanças internas, a exemplo da chegada do estilista Daniel Lee, substituto de Riccardo Tisci como diretor criativo, e do executivo Jonathan Akeroyd, o novo CEO. Além disso, a grife passa por um rebranding, com direito a uma nova logo marca.
A primeira coleção criada por Daniel Lee para a Burberry foi apresentada nessa segunda-feira (20/2), durante a Semana de Moda de Londres. Conhecido por criações que sintetizam a elegância contemporânea em conjunto com a modernização de produtos tradicionais, o designer apostou na praticidade das peças.
Com pegada utilitária e casual, itens como vestidos fluidos, jaquetas bomber, suéteres e moletons receberam toque vibrante garantido pela cartela de cores. A paleta teve principalmente tons de amarelo, azul, rosa e roxo. O estilista também brincou com tonalidades enérgicas no clássico xadrez da Burberry para a temporada de outono/inverno 2023.
Na passarela, os tradicionais trench coats ganharam detalhes felpudos. A energia descontraída apareceu principalmente em estampas e acessórios, com direito a gorro de pato e bolsas de água quente.
Ao que tudo indica, a Burberry de Daniel Lee é menos séria e conversa com as novas gerações de consumidores fashionistas. “Achei engraçado. Tem que ter um pouco de humor”, comentou quando conversou com a imprensa internacional nos bastidores. “É uma mudança para mim, uma mudança para a marca e uma mudança para algo positivo”, completou o diretor criativo.
Moncler Genius
O Moncler Genius consiste em uma projeto que convida designers para reinterpretar os códigos da marca italiana Moncler, principalmente a estética puffer. Para a participação no London Fashion Week, nessa segunda-feira (20/2), a iniciativa apresentou novos cocriadores nos domínios da arte, música, design e esporte.
Batizado de The Art of Genius, o show foi realizado no centro de exposições Olympia London. Entre os convidados para desenvolver a coleção apresentada, estão os cantores Pharrell Williams (novo diretor criativo da linha masculina da Louis Vuitton) e Alicia Keys; a empresa de entretenimento do rapper Jay-Z, Roc Nation; e as etiquetas Mercedes-Benz e Adidas Originals.
“Cada cocriador traz a sua própria marca de gênio para essa mistura potente, ultrapassando os limites do que é possível ao mesmo tempo que oferece experiências imersivas e performances que incorporam as suas visões criativas. É um palco multiformato que permite apreciar a criatividade em toda a sua beleza e força emocional”, sintetizou Moncler Genius.
Christopher Kane
“Memórias de roupas usadas dia e noite pela mãe, tias e vizinhas na década de 1980, a coleção de outono/inverno 2023 é uma celebração das complexidades de crescer em um ambiente de classe trabalhadora”, introduziu Christopher Kane. O resultado é uma coleção repleta de contrastes, que causam estranheza e encanto, ao mesmo tempo.
Lantejoulas, bordados florais, camadas de babados em couro e rendas estão no compilado, revelado no London Fashion Week. Entre os visuais, vale reparar em estampas de bichos que remetem a diferentes noções, sentimentos e sensações, de ratos a porcos e borboletas. Os prints apareceram sobretudo em vestidos justos de jérsei elástico.
JW Anderson
A coleção de fall/winter 2023 da JW Anderson é uma realização pessoal do fundador e diretor criativo da grife. Trata-se de uma inspiração colaborativa com um ídolo, o coreógrafo escocês Michael Clark, conhecido por mesclar dança clássica com arte contemporânea e cultura popular.
Segundo o designer, a coleção é sobre “olhar para trás”. “Dança, música, arte, moda… Quando faço um balanço das minhas próprias estrelas-guia, todas elas fazem parte do seu universo criativo. Michael Clark não é apenas um coreógrafo de corpos, mas da cultura britânica em geral”, reconheceu Jonathan Anderson em comunicado.
“Na essência, esta é uma coleção sobre fandom. O fandom é uma coisa engraçada: completamente pessoal, frequentemente irracional, muitas vezes embaraçoso. Enquanto eu revisava meu próprio arquivo para esta mostra, ressuscitando elementos de cada coleção dos últimos 15 anos, Michael me deixou vasculhar o dele. Isso me ajudou a identificar minhas próprias obsessões”, completou o estilista.
Ambientado no Roundhouse, em Camden, na capital inglesa, onde a companhia de Clark realizou muitas apresentações, o show incluiu camisetas com o nome de Michael Clark estampado. Regatas, vestidos de estilo grego com ombros drapeados, lapelas com exageros geométricos, plumas e texturas rígidas estão no repertório.
As bolsas inusitadas tomaram forma, com destaque para peças em crochê e até maxi bag de envelope. Nos pés, os saltos nada convencionais, que já viraram um símbolo das criações de Jonathan Anderson, apareceram com esferas amadeiradas, modelos que remetem a patas de cachorros e formato de maçanetas.
Richard Quinn
As estampas florais e as modelagens volumosas by Richard Quinn não ficaram de fora do London Fashion Week. Desta vez, o maximalismo recebeu a suavidade de materiais delicados, com direito a tecidos acetinados, tules, drapeados e plissados. Para completar, brilho, penas e bordados de pérolas.
Em entrevista coletiva à imprensa internacional, Richard Quinn definiu o trabalho de outono/inverno 2023 como etéreo. “Temos olhado como podemos elevar o que fazemos. Nós olhamos para Chanel e Dior nos anos 1980 e 1990, que tinham aquele senso de equilíbrio e graça”, explicou o designer. “Especialmente agora, eu só queria que as pessoas sentissem uma espécie de reação de amor avassaladora às roupas”, acrescentou.
London Fashion Week
O London Fashion Week reuniu mais de 60 desfiles e apresentações digitais. Em relação às outras semanas de moda, um dos diferenciais do evento britânico é ser genderless, ou seja, sem distinção entre as coleções por gêneros.
A organização também não estabelece uma temporada oficial específica. O calendário desta edição incluiu ainda as marcas Paul Costelloe, Bora Aksu, On|Off, Ahluwalia, 16Arlington, Simone Rocha, Julien Macdonald, Emilia Wickstead, Erdem, Nensi Dojaka e S. S. Daley, entre outras.
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