Lixão de roupas no Deserto do Atacama pode ser visto do espaço
A pilha gigante de roupas descartadas está no local há 15 anos. As toneladas de peças chamam a atenção da indústria têxtil
atualizado
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O mercado global de fast fashion crescerá de US$ 106,42 bilhões em 2022 para US$ 122,98 bilhões em 2023, segundo um relatório da Business Research. Enquanto novas coleções lotam as araras de lojas, um “lixão” se acumula no Deserto do Atacama, no Chile. O aumento no volume exponencial das roupas já pode ser visto por satélites. As últimas imagens da montanha de roupas foram capturadas pela empresa de monitoramento SkyFi, que alertou, também, sobre a problemática na indústria da moda.
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De acordo com a Associação Brasileira de Indústria Têxtil (Abit), somente no Brasil, a indústria da moda gera, anualmente, 175 mil toneladas de resíduos têxteis. Poucas peças são recicladas de forma correta; muitas delas são despejadas até no oceano. No Atacama, a pilha de roupas acumula aproximadamente 60 mil toneladas de peças descartadas.
Afim de revelar a verdadeira escala do problema, a empresa SkyFi divulgou a imagem de resolução alta que compara o “lixão” de roupas com o tamanho de prédios da cidade ao lado. “O tamanho da pilha e a poluição que ela está causando ao meio ambiente já são visíveis do espaço, deixando claro que há uma necessidade de mudança na indústria da moda”, alertou a empresa.
As areias do Atacama se tornaram um verdadeiro lixão de roupas a céu aberto nos últimos anos. De acordo com a agência de notícias Associated Pressas, as peças acumuladas são em sua maioria novas. Dados apontam uma rota: após a confecção na China e na Ásia, os produtos são enviados para a Europa e Estados Unidos.
Em seguida, boa parte das roupas que não foram compradas acabam sendo arrematadas por vendedores de segunda mão, no norte do Chile, que pretendem revendê-las para os países latinos. Contudo, as que ainda não são adquiridas tem como destino final o aterro no Atacama.
Lixo da moda
Há aproximadamente 15 anos, o Deserto do Atacama segue abarrotado por novas toneladas de lixos têxteis. A contaminação na área é alarmante devido à quantidade de poliéster presente nas tramas das peças, que levam cerca de 200 anos para se desintegrar.