Kim Kardashian é acusada de blackface: “Ela nunca será negra!”
Esta é a segunda vez que a magnata da beleza se vê envolvida em polêmicas a respeito do escurecimento de seu tom de pele
atualizado
Compartilhar notícia
Kim Kardashian está enfrentando mais uma acusação de blackface. Em ensaio divulgado no Instagram da empresária na última quinta-feira (19/12/2019), ela surgiu, mais uma vez, com sua pele mais escura do que o normal. O resultado das fotos, feitas para a mais recente capa da revista norte-americana 7Hollywood, não agradou aos seguidores da estrela. Novamente, Kim foi acusada de se passar por uma mulher negra.
Vem comigo saber mais!
Esta não é a primeira vez que Kim se vê envolvida nesse tipo de problema. Em junho de 2017, a líder do clã Kardashian também enfrentou alegações de blackface depois de lançar uma campanha para os kits de contorno da KKW Beauty, sua marca de beleza.
Nas fotos publicitárias, Kim apareceu com a pele visivelmente mais escura, mas alegou que tudo não passava de um bronze a mais. “Eu tinha que mostrar o contorno e, naquela semana, peguei muito sol. Acabei ficando mais escura nas fotos. Havia algumas pessoas dizendo que eu fiz blackface e que era inapropriado. Entendi perfeitamente o que as pessoas estavam dizendo, mas eu nunca faria algo assim para desrespeitar alguém”, afirmou, à época.
Em 2018, a esposa de Kanye West voltou a despertar a ira da comunidade negra ao usar tranças e chamá-las de “tranças Bo Derek”. Mais uma vez, a empresária precisou dar explicações à mídia. “Minha filha North queria fazer tranças e perguntou se eu as faria com ela. Ela estava tão empolgada que eu nem parei para pensar se estava desrespeitando a cultura de alguém”, disse ao site Bustle.
Em relação ao apelido dado ao penteado, ela enfatizou que foi uma atitude displicente. “Eu obviamente sei que as tranças são chamada de Fulani. Conheço a origem delas e tenho total respeito. Talvez, se eu tivesse explicado desde o início, em vez de chamá-las de ‘tranças Bo Derek’, não teríamos chegado a este ponto”, refletiu à publicação.
Ainda este ano, Kardashian se apropriou de um elemento cultural ao chamar sua linha de roupas modeladoras de Kimono Shapewear. O uso do nome do tradicional traje japonês não pegou bem e levou o prefeito da cidade de Kyoto a enviar uma carta aberta à empresária, solicitando que ela tivesse sensibilidade e mudasse o nome da etiqueta.
Para evitar mais problemas, Kim atendeu ao pedido, mesmo representando a perda de um investimento milionário. No entanto, parece que a celebridade não consegue se afastar das críticas de apropriações culturais e raciais.
Na semana passada, como quem não esperava uma resposta negativa, a norte-americana compartilhou em seu Instagram um clique onde aparecia com um vestido Thierry Mugler de paetês, parte do editorial com inspirações no glamour hollywoodiano feito para a revista 7Hollywood. “Que sonho”, escreveu a magnata da beleza no post.
O que ela não contava era que o sonho se tornaria um pesadelo de grandes proporções. Em questão de minutos, a publicação foi tomada por críticas referentes ao tom de pele da estrela, um pouco mais escuro do que o de costume.
“Kim Kardashian frequentemente se apropria da cultura negra para chamar a atenção, sem qualquer sensibilidade com as mulheres que apoiam seus negócios. Ela é um abutre”, escreveu um seguidor.
Outra pessoa emendou: “Eu nem ao menos reconheci Kim Kardashian. Ela nunca será uma mulher negra. É nojento que ela esteja normalizando o blackface para crianças seguirem o exemplo. Ela vende ser um modelo, mas constantemente nos lembra de que não é”, disparou.
A maioria das pessoas enfatizou que a protagonista do reality show Keeping Up With The Kardashians escurece sua pele propositalmente, pois sabe que “a indignação vende”. “Ela consegue manter seu nome relevante fazendo coisas como essa”, comentou uma mulher, enquanto outra apontava a prática do black fishing.
O black fishing é um fenômeno sociocomportamental no qual pessoas se apropriam de elementos da cultura negra para tirar proveito pessoal. Além dos cabelos, estilos e trejeitos, algumas chegam ao ponto de usarem várias camadas de maquiagem para chegar perto do tom negro. O feito é considerado racista, já que quem pratica continua protegido por seus privilégios e, muitas vezes, se apossa de trabalhos destinados à comunidade negra.
No Twitter, houve um apelo para cancelar a empresária. “Todos nós podemos simplesmente deixar a família Kardashian nesta década? Elas lucram e se beneficiam das mulheres negras e têm um vínculo estranho com os homens negros.”
Rebatendo as centenas de críticas na redes, uma fonte que estava no set da sessão de fotos falou ao Page Six. “A iluminação a fez parecer mais escura, mas especificamente nesta imagem. Existem várias outras onde ela parece mais natural. As pessoas são tão rápidas em encontrar o negativo em tudo que acabam esquecendo que ela é descendente de armênios”, defendeu a fonte.
A revista 7Hollywood ainda não respondeu aos comentários negativos, mas publicou uma nova capa, bem como um vídeo dos bastidores do shooting, na qual Kim parece estar mais perto de seu tom natural. “Eu não entendo como uma revista poderia fazer algo assim nos dias de hoje. Isso é nojento”, rechaçou um leitor.
Colaborou Danillo Costa