Itália deve proibir a criação de animais para a venda de peles
Uma comissão do Senado italiano aprovou projeto de lei que bane o cultivo de pele animal. O texto ainda precisa passar pelo plenário
atualizado
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A Comissão de Orçamento do Senado italiano aprovou, na última semana, um projeto de lei que proíbe o funcionamento de fazendas que criam animais para a venda de pele. O texto, que ainda precisa ser votado pelo plenário do Parlamento, prevê um auxílio aos produtores e o fechamento desses locais em até seis meses.
Vem entender!
Em movimentações para organizar o orçamento do próximo ano, o Senado italiano colocou em pauta o projeto de lei apresentado pela deputada de esquerda Loredana De Petris, que tem as questões ambientais como principal bandeira. O texto prevê o fim das fazendas que criam animais para vender as peles, em especial, para as marcas de moda, que utilizam a matéria-prima em roupas e acessórios.
O projeto foi votado na Comissão de Orçamento porque prevê um auxílio financeiro de 30 milhões de euros ao longo de 2022 para compensar a perda de negócios durante o fluxo. Os produtores deverão encerrar as atividades até 30 de junho do próximo ano.
Para virar lei, o texto ainda precisa passar por votações no Parlamento italiano. Se aprovado, a Itália será o 16º país europeu a proibir o cultivo de peles, juntando-se à Áustria, Bélgica, Croácia, Holanda e Noruega, entre outros.
A deputada Loredana de Petris comemorou a decisão do Senado. Em seu perfil no Twitter, postou a seguinte mensagem: “Vitória histórica, um marco da civilização foi alcançado com o fechamento definitivo, em seis meses, das fazendas de pele. Fim do sofrimento indescritível para esses animais”.
Localizada no outro lado do espectro político, a deputada de direita Michela Vittoria Brambilla se posicionou a favor do projeto de lei aprovado. Em seu perfil no Twitter, escreveu: “Um ponto de viragem histórico: proibimos a criação de animais para uso da pele, depois de três legislaturas lutando por esse propósito! É o significado de ser representante no Parlamento: para defender os direitos dos indefesos”.
Marcas saíram à frente
Como as questões ecológicas e de direito dos animais estão em pauta há anos, as etiquetas italianas Prada, Versace, Valentino , Gucci e Giorgio Armani se adiantaram e baniram o uso de pele animal recentemente. Outros nomes internacionais, como a britânica Burberry e as norte-americanas Michael Kors e Oscar de la Renta também substituíram a matéria-prima.
Uma marca que vale destaque especial é a britânica Stella McCartney que, desde a sua origem, trabalha para conseguir alternativas sustentáveis e eco-friendly em seus produtos. Neste ano, a label lançou roupas feitas com “couro” de cogumelos, uma alternativa vegana ao couro animal e ao sintético.
Pressão dos órgãos
A filial europeia da organização Humane Society International trabalhou diretamente com os deputados italianos para a aprovação do projeto de lei, desenvolvendo uma solução estratégica para converter as fazendas de peles em negócios alternativos. Em nota, a entidade afirmou que, apesar de o Parlamento ainda não ter dado o aval definitivo, acredita na aprovação do texto.
Colaborou Carina Benedetti