Investimento? Saiba quanto custa uma bolsa da Chanel atualmente
Para conquistar padrões de exclusividade que se aproximam aos da Hermès, a marca aumentou o preço das bolsas em até 60% desde 2019
atualizado
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Nos últimos três anos, o aumento de preços da Chanel deixou de ser uma novidade e se tornou uma prática corriqueira na empresa. Isso porque, desde 2019, a maison reajustou o preço do portfólio de bolsas clássicas em até 60%. De um lado, a etiqueta justifica o aumento por conta dos custos de produção e transporte. No entanto, há o lado B da narrativa: a grife tem buscado elevar o status dos produtos, como uma forma de garantir padrões de exclusividade que se aproximam aos da Hermès.
Vem conferir!
Duelo de gigantes
Cotada como a segunda marca mais valiosa do mundo, a Hermès construiu a sua reputação em torno da exclusividade. A bolsa Birkin, o maior clássico da grife, é um dos itens de moda mais cobiçados. Eis o motivo: para adquiri-la, é necessário passar por uma longa lista de espera, que pode demorar anos até “eleger” a cliente que a levará para casa. Somado o fator escassez à qualidade dos produtos, o resultado não poderia ser diferente: uma marca que detém o pódio no mercado de luxo.
Não muito atrás, a Chanel segue um caminho similar. A marca vem modificando os critérios de venda ao mesmo tempo que reajusta consideravelmente os preços de seus produtos. Em apenas três anos, o valor das bolsas clássicas aumentou 60% — e, ao que tudo indica, não deve parar por aí.
Embora a grife tenha atribuído o aumento a diferentes questões, como a cadeia de suprimento e dificuldade de transporte durante a pandemia, fica evidente a tentativa de tornar o público-alvo ainda mais seleto. Como medida, recentemente a label substituiu os números de série e os cartões de autenticidade por chips compatíveis com tecnologia NFC. Dessa forma, será possível verificar a origem da pessoa que adquiriu a bolsa inicialmente e rastrear quando for revendida, por exemplo.
Considerando o atual cenário, vamos aos valores: em 2019, uma bolsa clássica, em tamanho pequeno, da Chanel, custava por volta de US$ 4.920 (aproximadamente R$ 25.000). Em 2022, o mesmo modelo está avaliado em US$ 8.200 (cerca de R$41.500 mil). O reajuste também alcançou a versão grande da mesma bag, a “2.55”, que passou de US$ 7.400 (R$ 37.500) para US$ 9.500 (R$ 48.000).
Luxo ou investimento?
A Chanel não está sozinha na corrida. De acordo com a Bernstein Research, o conglomerado LVMH também ajustou os valores das bolsas esta semana — em alguns casos, em porcentagens de dois dígitos. A holding se recusou a comentar, mas estima-se que os aumentos globais da Louis Vuitton ficaram, em média, entre 6% e 7%.
Com clientes abastados que aceitam e, em alguns casos, procuram etiquetas de preços altos, as grandes marcas normalmente conseguem aumentar os preços sem afetar os lucros. Além disso, segundo especialistas, a compra de uma bolsa de luxo também pode ser um investimento.
De acordo com dados do The Wall Street Journal, 2021 foi o melhor ano de todos os tempos para o LVMH. A receita chegou a 64,2 bilhões de euros, ou cerca de US$ 73,1 bilhões, um aumento de 20% em relação ao ano de 2019.
Gabriella Costantino, nome à frente da PrettyNew, empresa especializada em segunda mão de luxo, tem observado as estratégias das grifes. “Pessoas que tinham as peças paradas em casa enxergaram uma oportunidade de venda. Do outro lado, quem sempre teve o sonho de ter um dos modelos que está em alta enxergou a sua oportunidade de compra, visto que os preços devem continuar aumentando”, avalia a empresária.
Para ela, as etiquetas devem seguir a tendência de reajuste. Um dos principais motivos é o aumento dos custos gerais, como a mão de obra e a escassez de matéria-prima. Além disso, os itens de luxo, em especial as bolsas, têm sido considerados cada vez mais um investimento alternativo.
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Colaborou Marcella Freitas