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- Foto: Mila Cavalcante/Casa de Criadores/Divulgação
Com a missão de democratizar, de forma horizontal e decolonizada, as novas bases para a educação em moda no Brasil, o Instituto Casa de Criadores (ICdC) divulga seu primeiro curso. A iniciativa recém-criada promove o primeiro módulo com foco em educação, pesquisa e capacitação de profissionais. Denominada de Qual Moda Para Qual Mundo, a iniciativa tem previsão de início para fevereiro de 2022 e as inscrições (gratuitas) estarão abertas no site.
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O Instituto Casa de Criadores nasce como um braço da Casa de Criadores, conhecida como a principal plataforma de apresentação de talentos da moda autoral brasileira. A ideia é criar um espaço de ocupação e semeadura para novas formas de compreender, produzir conhecimento e fazer moda. De acordo com o ICdC, a iniciativa deseja promover novos encontros a partir de uma reorganização radical de saberes.
A programação do curso será focada em três pilares: estilo/criação; marketing/comunicação; e negócios. Ao todo, o instituto disponibilizou 300 vagas e os selecionados poderão participar desta e das próximas atividades com o acompanhamento especial voltado às questões dos trabalhos que já desenvolvem.
Potencializar narrativas
A proposta do Instituto Casa de Criadores é potencializar as novas narrativas que estão desafiando o mundo – social, econômica e política. Apesar das dificuldades, amam a moda, pois imaginam a construção de subjetividade e produção de imagens que destoam dos padrões hegemônicos em representatividade.
A coordenação do primeiro módulo ficará a cargo das pesquisadoras Carol Barreto, designer de moda e professora do Departamento de Estudos de Gênero e Feminismo da Universidade Federal da Bahia, e Karla Girotto, artista multidisciplinar no Núcleo de Estudos da Subjetividade da PUC-SP.
Coordenadora do módulo alunos, Karlla Girotto explicou a importância do curso para a formação de profissionais com outras narrativas.
“É urgente pensar e tomar posição frente às ruínas que são os sistemas que estruturam o nosso mundo. Não que sejam ruínas porque foram arruinadas, estas estruturas já nasceram ruínas: o capitalismo, a noção de raça, gênero e classe, a supremacia branca, patriarcal, burguesa, religiosa e falologocêntrica. A moda é intimamente ligada a todos esses sistemas”, contou em comunicado.
Nomes de peso
Além das coordenadoras, um grupo renomado está encabeçando o projeto. O conselho é formado por professores, orientadores e uma equipe de comunicação composta por profissionais do mercado, como André Hidalgo, André Carvalhal, Dudu Bertholini, Dudx e Neon Cunha.
Para André Carvalhal, o debate sobre a inclusão na moda precisa ir além das passarelas, porque é necessária uma preparação que envolva todo o processo, inclusive as fases inicial e posterior. “Empreender moda no Brasil é algo bem desafiador e as lógicas do mercado mudam a todo momento”, explicou em comunicado.
“Há muitas pessoas e marcas bastante talentosas que têm dificuldade de avançar pela falta de conhecimento e preparação. A proposta do instituto é colaborar com isso, principalmente incluindo pessoas que, mesmo que queiram, por diversos motivos, não têm acesso a cursos e formação”, completou.
Sem formação
O curso é totalmente gratuito, aberto a todos os perfis de candidatos, com ou sem formação, e independentemente de terem ou não experiência em moda. A inscrição não garante a vaga; todos passarão por um processo de seleção que levará em consideração critérios de inclusão social.