Inspire-se com as dicas de moda e peças do closet de Marina Slaviero
A advogada e empresária que trouxe diversas marcas para Brasília conta sobre sua experiência e trajetória no mundo fashion
atualizado
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Marina Slaviero é o tipo de pessoa que consegue ter vários estilos e ficar bem em todos eles. Ela combina o escarpim com o blazer, mas também veste baggie jeans e camiseta. Apesar de discreta, o senso fashion nato é irrefutável. Marina Slaviero é mãe, esposa, empresária e se mantém superantenada. Para completar, essa mulher estilosa é linda, mignon, tem olhos verdes e uma personalidade radiante.
Quer saber mais sobre o estilo dela? Vem comigo!
Ela gosta de tudo. Em particular, investe em peças vintage, ama a Dolce & Gabbana e preza pelo conforto. Interessada e curiosa, Marina estuda piano, inglês, faz ioga e não perde a oportunidade de garimpar itens on-line.
Quando pensa em tendências, fala de designers como Bella Freud, Markus Lupfer, Halpern Studio, Andrea Marques e Mansur Gavriel.
Marina foi advogada e, em sua mais recente experiência com a moda, criou e administrou a multimarcas Amélie junto à sócia e amiga Lilian Lima. A loja começou na Asa Sul e, mais tarde, se estabeleceu em um espaço na QI 5 do Lago Sul – área nobre da capital federal.
O closet é clean, espaçoso e inclui uma área de estudos. Assim como ela, o ambiente é sereno e bem-humorado. Logo na entrada, uma boneca da Edna Moda, costureira do filme “Os Incríveis“. Tem acesso à varanda e vista para uma parede coberta pela natureza. É um refúgio de meditação e leitura.
Entre escarpins, flats, camisetas e roupas de luxo, existem tesouros maravilhosos, escolhidos a dedo pela empresária, que, entre outras coisas, deixa uma dica para ficarmos de olho: a marca da vez é a Halpern Studio.
“Mandei recentemente, para o Gui Siqueira, uma grife muito bacana chamada Halpern Studio. Vi Giovanna Battaglia usando um look dessa marca e fiquei encantada. As cores são fortes, e a pegada é bem moderna. Estou louca para ver e experimentar.”
O closet está recheado de peças vintage. Túnicas da Pucci, que Marina usa na piscina ou na praia, preenchem o guarda-roupa. Adora garimpar em viagens pela Europa, e nos sites Net-a-Porter e Moda Operandi.
O roupão em seda da Dolce & Gabbana, usado como saída de praia, é a minha peça favorita do closet de Marina.
As bolsas variam desde a clássica Céline à cobiçada Birkin. Tem a superatual box bag da Dolce & Gabbana, além do petite malle da Louis Vuitton. A minha favorita é, sem dúvida, a bolsa-saco do Mansur Gavriel – que, além de superdescolada, é leve, e a cor, curinga.
A maioria dos vestidos são bordados. Marina prefere investir em peças clássicas e atemporais. A diferença é a forma como compõe os looks, com itens básicos e acessórios que vão desde bijuterias até joias preciosas.
Apesar de dizer que prefere rasteiras, Marina tem escarpins maravilhosos.
Ela conta que, se fosse escolher um look para sair de casa sem pensar, colocaria tênis, calça com punhos no tornozelo, jaqueta de couro e camiseta. Chique, estilosa e confortável.
De onde surgiu seu olhar diferenciado?
De ver o belo e de ter trabalhado tanto tempo com a autoestima das pessoas. Além disso, tenho curiosidade. Qualquer lugar aonde eu vou, gosto de olhar tudo, porque, às vezes, você pode não gostar de uma marca – e, de repente, ela muda. Ou o seu olhar se transforma. A roupa diz muito sobre a personalidade e o seu momento. Alguns dias, está mais comportada, em outros, mais relax, e, noutros, se sentindo mais feminina.
Quais são suas marcas preferidas?
Acho Reinaldo Lourenço maravilhoso. Gosto muito da Cris Barros. Adoro a NK. Eles têm corte e acabamento divinos. Admiro a Andrea Marques, uma estilista que nós vendíamos na Amélie. Ela trabalhava na Maria Bonita Extra e tinha um olhar incrível. Das internacionais, amo Dolce & Gabbana, Christian Dior, Givenchy. Mas não sou muito apegada somente às conhecidas. Gosto muito de buscar novidade. Por exemplo, admiro o estilista italiano Marco de Vicenzo, ainda desconhecido do grande público.
Quando foi seu primeiro contato com o mundo da moda?
Sempre gostei, até porque é algo que lembra muito minha mãe. Antigamente, a gente fazia roupa em casa. Tinha o dia da costureira, e minha mãe sempre comprava tecidos lindos e revistas para folhear e inspirar. Eu cresci nessa diversão. Comprava pouquíssimas peças em lojas.
E quando começou a trabalhar com moda?
Sempre fui muito observadora e, quando fiz 20 anos, abri minha primeira loja com a Claudia Weyne, na casa da mãe dela, na QI 23. Ela já tinha começado uma brincadeira em sua residência, com estilistas muito bacanas. O espaço se chamava Camarim Extra, vendia Glória Coelho e Reinaldo Lourenço. Durou um bom tempo. Era algo full time. Eu acordava, ia malhar; depois, para a faculdade de direito; e finalizava com o estágio. Nos finais de semana, eu cuidava mais do empreendimento. Foi uma época bacana. Vendemos para muitas pessoas legais. Mas ela casou, engravidou de um americano e foi embora.
Quando me formei em direito, já não tinha mais a loja. Então, me concentrei nos estudos e trabalhei durante três anos na Procuradoria-Geral da República. Entretanto, nunca desisti da minha paixão. O curso é maravilhoso, muito enriquecedor, mas eu amava mesmo o mundo fashion. Tinha uma época em que eu abria algumas revistas de moda no meio dos processos [risos]. Mas, depois, senti a necessidade de trazer gente nova para Brasília. Já existiam empreendimentos consagrados, como a Magrella e Ana Paula, no entanto, ainda havia muita gente nova crescendo. A capital precisava conhecer.
Saí da Procuradoria para abrir a Amélie, ao lado da Lilian [Lima], sempre com a intenção de trazer novos talentos. Tínhamos Adriana Barra, ainda começando. Continuamos com Reinaldo e Glória. Tinha a Pelu, da Helena Linhares, e a Lilly Sarti, quando ela vendia para mim de sacola, no meio da Daslu [risos]. Eu adorava esse pessoal novo. Muita gente conseguiu se estruturar e está até hoje. É muito engraçado ver pessoas que começaram pequenininhas e cresceram.
Quais foram as principais dificuldades?
Começamos na 409 Sul, em uma loja bem pequenina. Depois, sentimos a necessidade de crescer e viemos para o Lago Sul. Trabalhar com multimarcas não é algo fácil. Na época, tínhamos em torno de 30 marcas. Existiam pessoas estruturadas, faziam tudo certinho, mas também tinham aquelas que não conseguiam entregar em tempo hábil. Imagina marcar um lançamento e não ter roupa para mostrar para as clientes? A gente esperava receber um determinado número de peças, e não eram entregues. Ou, quando chegavam, faltava alguma coisa. Então, era um pouco difícil, mas foi um tempo muito bom.
Por que a Amélie acabou?
Foram 10 anos e, na realidade, eu e Lilian [Lima] cansamos. É uma roda-viva. Porque uma coisa é moda, outra, é comércio. Quando comecei, eu tinha filho pequeno e, como te falei, gosto de ver tudo. Se não visse, me coçava de tanta curiosidade [risos]. Então, para fazer as coisas direito, era preciso muita dedicação e, nessa fase, nós não estávamos nos doando tanto quanto gostaríamos. Na mesma época, surgiu a proposta da Animale para comprar o ponto, e sentimos que aquilo era um sinal.
Tem alguma peça do seu guarda-roupa que você tem há muito tempo e não abre mão de jeito nenhum?
Sou apaixonada por roupa de festa, apesar de frequentar pouco esse tipo de evento [risos]. Muitas vezes, acabo comprando e não usando, mas tenho coisas antigas bem legais. Uma delas é um Dolce, comprado há três anos, todo trabalhado com rendas sicilianas, que não se faz mais. Acho o vestido lindo. Esses dias, estava procurando uma blusa azul-turquesa de cetim, e não achava de jeito nenhum. Sempre vem aquele pensamento enganoso: “você nunca mais vai usar isso”, e é uma mentira [risos]! Tudo volta. Pode demorar, mas volta. Porém, não dá para guardar tudo, é necessário passar as coisas para frente. Acabo dando muita coisa.
Quem é seu principal ícone de estilo?
Tenho vários, mas acho Costanza Pascolato maravilhosa. O estilo, o cabelo, as roupas, os óculos. Isso sem falar no papo, que é muito bom. Ela tem uma conversa jovem e atual para toda a bagagem carregada e, diferentemente da maioria das mulheres, não se deslumbra com arroubos fashionistas e se mostra cada vez mais decidida em seu estilo, único. Gosto dessa autenticidade.
Na sua opinião, existe uma peça que nunca sai de moda?
Vestido preto. Seja como for: curto, longo, esvoaçante, sexy. Pode ser um clássico, mas é muito versátil. Adoro também uma jaqueta de couro.
O que você tem feito atualmente?
Faço aula de piano, inglês e pratico ioga – porém, com moda, nunca mais mexi. Continuo trabalhando com a Silvia Furmanovich. Acredito muito na joia deles, por ser algo diferente do que todo mundo faz. Essa pegada one of a kind é um luxo sem precedentes. Ter uma peça exclusiva é algo maravilhoso. Fazemos dois eventos por ano.
Quais são seus planos para o futuro?
Tenho vontade de fazer um curso relacionado à moda no exterior. Mas meu filho é adolescente, e meus pais já estão mais velhos. O momento ainda não chegou, mas uma hora vai dar para fazer tudo.
Marina nos recebeu em sua casa, que tem um jardim minuciosamente cuidado e cultivado, semelhante ao do longa “Great Expectations”. Ela é moderna, elegante e descolada. Foi um prazer sentar ao seu lado.
Confira mais fotos na galeria, e até a próxima!