Índice de Transparência da Moda Brasil 2021: veja os dados da pesquisa
Entre as 50 marcas analisadas, a média foi de 18% de transparência. C&A, Malwee e Renner foram as maiores pontuadoras
atualizado
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O Índice de Transparência da Moda Brasil (ITMB) demonstra anualmente quais foram as empresas que alcançaram maiores níveis de transparência, ou seja, disponibilizaram mais dados publicamente. Desenvolvido pelo Fashion Revolution Brasil, o estudo de 2021 avaliou 50 grandes marcas e varejistas do mercado nacional. Trata-se da quarta edição do estudo (disponível aqui, na íntegra).
Vem conferir!
O índice compila como as labels estão divulgando publicamente dados sobre suas políticas, práticas e impactos sociais e ambientais. Na análise, são considerados mais de 200 indicadores que cobrem tópicos como respostas à Covid-19; práticas de compra; salário justo para viver; igualdade de gênero e racial; circularidade; clima e biodiversidade; entre outros.
No Índice de Transparência da Moda Brasil 2021, a média das etiquetas foi de 18%. As maiores pontuadoras foram a C&A, com 70%; a Malwee, que pontuou 66%; a Renner e a Youcom (ambas com 57%), e a Adidas, que marcou 53%. Contudo, segundo o Fashion Revolution, as porcentagens ainda são consideradas baixas.
Além disso, a maior parte das marcas analisadas está concentrada na faixa de 0% a 10%. Do total, 17 zeraram a pontuação: Besni, Brooksfield, Caedu, Carmen Steffens, Cia. Marítima, Colcci, Di Santinni, Fórum, Kyly, Leader, Lojas Avenida, Lojas Pompéia, Marisol, Moleca, Nike, Sawary e TNG.
Os resultados estão melhores do que nos anos anteriores. “Das 50 marcas analisadas pelo índice – 10 a mais que no ano anterior –, 22% têm metas com base científica relacionada ao clima, contra 13% de 2020, e 30% incluem na lista a distribuição por gênero de cada local, contra 23% do relatório anterior. Entretanto, caiu de 15% para 12% as empresas que publicam diferenças salariais entre mulheres e homens”, ressaltou a organização.
“As diferenças dos percentuais entre os dois anos se tornam menores em outros temas: elevação de 2% sobre marcas que possuem uma estratégia mensurável para a gestão de materiais sustentáveis e 1% sobre marcas que divulgam progresso na eliminação de químicos perigosos”, completou o comunicado.
O Fashion Revolution também ressaltou que a transparência não deve ser confundida com a conduta ética e sustentável das marcas. “A transparência pode revelar tanto as boas práticas quanto os problemas encontrados nas operações de uma empresa ou em sua cadeia produtiva.”
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Fashion Revolution
O movimento Fashion Revolution foi criado em 2013, após um conselho global de profissionais da moda se sensibilizar com o desabamento do edifício Rana Plaza, em Bangladesh. O episódio causou a morte de mais de mil trabalhadores da indústria de confecção, que estavam em condições análogas à escravidão.
A instituição atua mundialmente com o propósito de mobilizar a sociedade em prol de uma indústria da moda que respeite e valorize as pessoas, assim como o planeta. Vale destacar que o ITMB considera somente dados divulgados pelas empresas.
Colaborou Rebeca Ligabue