Moda: saiba como IA e outras tecnologias revolucionam as passarelas
A última temporada de desfiles foi marcada por tecnologias, por meio de experiências. A criação das marcas também foi afetada
atualizado
Compartilhar notícia
A rápida evolução da inteligência artificial (IA) e de outras tecnologias promete inovar inúmeros hobbies, profissões e formas de arte. No mundo da moda, 2023 ficará marcado pela ascensão dessa revolução. Depois do pontapé inicial na pandemia, neste ano, o digital esteve, mais do que nunca, entrelaçado com o mundo físico e marcou presença nas passarelas das principais semanas de moda do mundo.
Vem conferir!
Robôs e inteligência artificial na Boss
Nos meses que precederam o desfile no último Milão Fashion Week, a Boss trabalhou em conjunto com a Hanson Robotics para criar uma experiência tecnológica singular. Para quem esteve presente no evento, pode ter sido difícil diferenciar quem era robô de quem era real, o que era holograma do que era físico.
A utopia tecnológica da marca representou um local de trabalho futurista, no qual inteligência artificial, natureza e humanos funcionam harmonicamente no mesmo espaço. Entre as atrações, influencers consolidados e em ascensão no TikTok.
A robô Sophia, munida com IA, recebeu os convidados na recepção do espaço, batizado de Techtopia. Os presentes puderam se deslocar por ilhas tecnológicas e interativas, com telas LED, robôs e hologramas que enriqueceram o cenário futurista, cada qual interpretando um papel na simulação.
Na passarela, desfilaram a top model Gigi Hadid e Khaby Lame, o tiktoker mais seguido do mundo, além dos esportistas brasileiros Pedro Scooby e Paulo André. Outros influencers marcaram presença, inclusive nas redes sociais da Boss, como Sabrina Bahsoon, a Tube Girl, fenômeno recente que trouxe números expressivos para a marca (um dos vídeos em conjunto rendeu mais de 140 milhões de visualizações).
IA na criação: a tecnologia pode ajudar?
Muito se fala da possibilidade de a inteligência artificial substituir empregos em diferentes áreas. Para trabalhos criativos, como a moda, a atual tecnologia ainda está longe de ter a capacidade de um profissional, mas ela pode auxiliar no processo. Pelo menos é isso que mostrou, com viés crítico, o desfile da Collina Strada na Semana de Moda de Nova York para a primavera/verão 2024.
Todo o inventário de criações da marca foi inserido em uma IA, comandada para criar looks baseados no arquivo. O resultado foi, então, refinado pela equipe humana antes de sair do papel e integrar o desfile. A diretora criativa da Collina Strada, Hillary Taymour, instruiu os modelos a desfilarem com sorrisos forçados e punhos cerrados, a fim de ilustrar a robotização e falta de humanidade da coleção.
Bota criada pelo público
Uma das maiores funcionalidades da tecnologia para grandes marcas é a aproximação com o público. Prova disso foi a Avavav, que, no desfile na Semana de Moda de Milão SS24, apresentou uma bota desenhada com ajuda direta de seus seguidores. O calçado Hoofster (nome dado pela comunidade) teve a estrutura, as cores e os materiais votados pelo público da marca.
O resultado foi a bota que imita as patas de um mamífero, sobrepostas por uma pela falsa branca, remetendo a um pônei, segundo a Avavav. A pelagem pode ser retirada, para revelar um couro preto. Quem adquire o calçado ainda tem direito a uma versão digital individual em NFT, outra tecnologia que adentrou o mundo da moda.
A inteligência artificial ainda está longe de criar com a sensibilidade e a individualidade da mente humana. O uso da tecnologia nas passarelas prova que o profissional provavelmente nunca poderá ser substituído, mas abre caminho para um futuro cada vez mais estruturado no auxílio tecnológico. A participação da comunidade é um ponto positivo dessa evolução, graças à velocidade e facilidade da comunicação entre empresa e público.