Hering se junta ao grupo de moda Soma por meio de acordo bilionário
Fechado em R$ 5,1 bilhões, o negócio representa uma mudança significativa na atuação da marca brasileira
atualizado
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Umas das marcas brasileiras mais populares, a Hering passará a fazer parte do Grupo Soma. As duas empresas firmaram um acordo que foi revelado na segunda-feira (26/4). O negócio foi fechado em R$ 5,1 bilhões e representa uma mudança significativa na atuação da label.
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Como a coluna informou anteriormente, em julho, o Grupo Soma entrou para a bolsa com uma oferta inicial de ações (IPO), que foi bem-sucedida, levantando R$ 1,8 bilhão. Ao que tudo indica, a companhia tem planos para crescer cada vez mais.
Com mais de 140 anos de história, a Hering foi fundada pelos irmãos Bruno e Hermann, em Santa Catarina. No Brasil, foi pioneira na exportação de produtos de vestuário. Somente no três anos anteriores à pandemia, a empresa lucrou mais de R$ 220 milhões a cada 12 meses.
Em apenas quatro dias, a negociação foi fechada na quantia de R$ 1,5 bilhão em dinheiro, somada aos R$ 3,6 bilhões em ações. Os acionistas da Hering receberão R$ 9,63 por ação. O contrato é de exclusividade e, caso não seja cumprido, a multa prevista é de R$ 250 milhões.
A aquisição inclui uma série de novas perspectivas para a Hering. Vale destacar que, até a última sexta-feira (23/4), o valor de mercado da marca era 37% abaixo do montante negociado. O resultado já foi sentido amplamente: na segunda-feira (26/4), as ações da Hering subiram quase 23%.
“A operação será transformacional no que tange à consolidação de uma plataforma de marcas no varejo de moda, ampliando o seu mercado endereçável total, conectando diferentes audiências e abrindo um novo espaço e avenida de crescimento dado o portfólio altamente complementar”, apontou a etiqueta, em comunicado.
Uma das principais medidas será a intensificação da Hering no meio digital. A empresa pretende investir mais de R$ 100 milhões em tecnologia até o fim de 2021. Além disso, com ferramentas virtuais já utilizadas pelo Grupo Soma, a marca poderá integrar completamente os estoques de todas as lojas pelo país. Atualmente, a Hering possui quase 800 espaços físicos, e ainda trabalha com aproximadamente 8 mil multimarcas.
Por outro lado, o Grupo Soma amplia o próprio desempenho, chegando ao segmento de massa, no qual a Hering já tem credibilidade. Até então, o conglomerado focava no mercado premium e de luxo.
Para completar, o Soma citou que vai proporcionar à Hering mais dedicação em projetos em estamparia (utilizando a expertise da Farm, que também faz parte da companhia). Na lista de novidades, também estarão coleções em parcerias com outras marcas e melhores práticas industriais.
Recentemente, a holding Arezzo & Co. havia tentado comprar a Hering, mas o valor total oferecido, de R$ 3,1 bilhões, foi considerado baixo e não agradou. Segundo o Estadão, as conversas com o Grupo Soma começaram na quinta-feira (22/4), logo depois da recusa da proposta feita pelo outro conglomerado.
Até então, o Soma já reunia as marcas Animale, Farm, Fábula, A.Brand, Foxton, Cris Barros, Off Premium e Maria Filó – além da última aquisição, a grife NV by Nati Vozza. A compra anterior foi avaliada em US$ 210 milhões.
Colaborou Rebeca Ligabue