Há quase 30 anos no mercado de moda, Biruta veste a mulher de A a Z
Fundada em 1993, a marca vive, atualmente, uma das melhores fases. A coluna relembra a trajetória da etiqueta. Confira!
atualizado
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Há quase 30 anos no mercado de moda, a etiqueta brasiliense Biruta usufrui dos benefícios da maturidade. Do início, em 1993, ainda como ponta de estoque, até atualmente, com lojas e e-commerce consolidado, a marca brinda a proximidade das três décadas com o mesmo encanto do começo. Na série Moda Brasília desta terça-feira (14/6), a coluna relembra a trajetória da grife que, sem rótulos, etarismo, ou limitação de estilo, veste a mulher de A a Z.
Vem ver!
DNA descolado
Regina Segredo, fundadora da Biruta, sempre atuou na área de vendas. Na época da faculdade de administração, a paranaense radicada em Brasília conciliava os estudos com o trabalho em uma loja de roupas. “Nunca imaginei que esse seria o meu futuro; que, nessa equação, eu poderia estar no outro lado, como proprietária. Eu simplesmente gostava de estar em contato com pessoas”, conta à coluna.
Depois de se casar com Cláudio, que atuava como engenheiro civil, eles se mudaram para Blumenau, em Santa Catarina. Lá, pela primeira vez, Regina viu-se sem muitas atividades para realizar. Logo, tratou de se ocupar com afazeres: aprendeu a costurar, participou de feiras de artesanato e também revendeu peças de roupas em vindas à capital. Após dois anos em terras sulistas, o casal resolveu voltar de vez para o quadradinho do Distrito Federal.
O retorno também veio com um objetivo: montar uma ponta de estoque. Na época, poucos estabelecimentos da cidade eram focados no segmento, que consiste na revenda de roupas com pequenas avarias. Sem um ponto físico, Regina pegou emprestado um espaço na garagem da casa dos pais, no Lago Sul, para colocar as araras. O nome escolhido para a empresa foi inspirado em elemento presente em regiões próximas a aeroportos e litorais: biruta.
“Assim que batizamos a marca, promovemos um desfile de inauguração. Foi uma loucura! Cerca de 300 pessoas compareceram. E tudo foi feito de maneira muito colaborativa. Alguns amigos, que eram modelos, desfilaram. Outros, que gostavam de fotografia, registraram o evento. Todo mundo queria ajudar pela amizade mesmo, para contribuir com aquele projeto, que tinha uma conexão com esse público jovem e descolado”, relembra.
Passado um tempo, o estoque já não cabia na garagem familiar. Alçando voos mais altos, em 1994 veio o primeiro ponto físico do empreendimento, com portfólio que mesclava peças de fabricação própria e ponta de estoque. Pouco a pouco, os produtos autorais dominaram todas as araras. Com a essência jovial, a marca buscava proporcionar uma experiência diferenciada. A cada troca de coleção, por exemplo, a loja adotava nova estética. Da fachada aos manequins, dos provadores aos uniformes, todo o visual era alinhado com as tonalidades da campanha vigente.
Rejuvenescimento da marca
As tendências são capazes de registrar o visual de uma era. Do mini ao maxi, da modelagem justa aos aviamentos amplos, cada nova temporada traz o frescor do ineditismo — seja ele inovador, seja uma reinterpretação. Ter o radar atento às novidades da moda é um dos exercícios diários da etiqueta brasiliense, que busca “beber” de fontes (lê-se influenciadoras) fora do mapeamento tradicional.
“Quando eu era mais nova, uma pergunta ficava martelando na minha cabeça: “Será que eu vou envelhecer junto com a marca”? O meu medo era não conseguir acompanhar o ritmo e ficar parada no tempo, assim como via algumas lojas que tinham uma idade similar a nossa. Mesmo não sendo mais aquela menina que criou a Biruta, o meu olhar continua jovem”, garante Regina.
A grife visa se manter relevante, moderna e atual. Nos últimos anos, por exemplo, a intenção foi arrebanhar uma clientela jovem. A estratégia adotada? Selecionar fashionistas locais para fazer provador, ou seja, experimentar as peças da loja e compartilhar com os seguidores no Instagram; editoriais em locação ligadas às coleções; e, por fim, as vendas, que antes eram exclusivas nas duas lojas, na Asa Sul e no Gilberto Salomão, e por meio do WhatsApp, passaram a acontecer também no e-commerce.
Assim como em muitas marcas, a pandemia foi um momento de mudanças estruturais para a Biruta. A etiqueta repensou não somente as maneiras de se comunicar, como também implementou estratégias com o foco na expansão nacional e produção mais rápida. Com isso, em 2021, a fabricação das peças passou de São Paulo para Brasília.
“Concentrar a produção aqui fez toda a diferença nesse momento de mudanças. Acima de tudo, foi possível acelerar os processos e oferecer novidades fresquinhas. Já o site funciona como uma terceira loja. Do estoque ao direcionamento das campanhas, tudo é pensado em separado das operações físicas”, explica Cláudio Segredo, fundador da empresa.
Mais madura, a marca vive uma das melhores fases. O portfólio estampa as principais tendências, ao mesmo tempo que não deixa de lado produções clássicas. “Hoje, vejo o resultado dos nossos esforços de rejuvenescer o público. Me dá o maior prazer em acompanhar mãe e filha, juntas, comprando peças em nossa loja. É um privilégio viver isso”, reflete Regina.
Moda Brasília
A coluna Ilca Maria Estevão deu início à série Moda Brasília em 2021. Toda semana, apresentamos marcas, designers e etiquetas locais, a fim de dar ênfase à moda criada no Distrito Federal e no Centro-Oeste.
O objetivo é apresentar iniciativas e empresas que atuam em prol da cadeia produtiva regional de maneira criativa, sustentável e inovadora. Os nomes são selecionados de forma independente pela equipe da coluna, a partir de critérios como diferencial de mercado, pioneirismo e ações que valorizem a comunidade.
Para outras dicas e novidades sobre o mundo da moda, siga @colunailcamariaestevao no Instagram. Até a próxima!
Colaborou Marcella Freitas