Gucci faz 100 anos: saiba detalhes do legado da grife italiana
A marca, que atualmente tem o estilista Alessandro Michele como diretor criativo, preparou comemorações para o centenário
atualizado
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Uma das marcas de luxo mais cobiçadas de todos os tempos, a Gucci completou um século de história em 2021. Por isso, o ano foi repleto de celebrações da trajetória. Nos últimos tempos, a grife sob o comando do estilista Alessandro Michele passou por mudanças significativas e se tornou símbolo das novas gerações. Entre polêmicas familiares e coleções emblemáticas, a label construiu um legado icônico.
Vem saber os detalhes!
A trajetória da Gucci
A Gucci foi criada em 1921, na cidade de Florença, na Itália. O fundador, Guccio Gucci, desenvolveu inicialmente o negócio como uma fábrica de malas, focada em artigos de couro. Logo depois, expandiu para equipamentos equestres. Ainda nos anos 1940, a label entrou para o segmento de vestuário, calçados e acessórios.
Durante os anos 1950, Aldo, Vasco e Rodolfo Gucci – filhos de Guccio – apostaram na expansão da marca pela Itália e e também nos Estados Unidos. Contudo, após a morte de Rodolfo, seu filho Maurizio Gucci, em meio a conflitos familiares, assumiu estrategicamente a liderança da empresa. Em 1993, a grife foi vendida para a Investcorp.
Ao longo dos anos 1990, o grupo LVMH comprou ações da Gucci. Entre 1999 e 2001, o executivo e investidor François Pinault, da então Pinault Printemps Redout, adquiriu 53% do negócio. Mais tarde, a companhia de Pinault passou a se chamar Kering, conglomerado francês que controla a marca italiana até hoje.
A chegada de Tom Ford
Um dos estilistas mais renomados de todos os tempos, Tom Ford entrou na Gucci em 1990, contratado pela então diretora criativa Dawn Mello. No entanto, foi em 1994 que o estilista norte-americano assumiu a direção criativa da grife. Ele foi o nome por trás do estouro da marca na década.
Vale destacar que o desfile de outono/inverno 1996 foi um divisor de águas, com uma coleção inspirada na discoteca Studio 54. As peças festivas e ousadas causaram alvoroço na imprensa especializada. Fizeram tanto sucesso que conquistaram celebridades como Madonna e Gwyneth Paltrow.
Tom Ford apostava em criações que tinham um toque marcante de sensualidade e até erotismo. O designer definiu uma nova Gucci: repleta de tonalidades vibrantes, modelagens com pegada sexy, e ainda materiais extravagantes, como veludo e seda. Nas campanhas, ele também não dispensava um toque de ironia e provocação.
Depois de Tom Ford, que ficou na Gucci até 2004, a designer Alessandra Facchinetti passou pela casa. Depois, de 2006 até 2014, Frida Giannini ficou no comando. O período é lembrado por um tom “morno”.
Sob o comando de Alessandro Michele
Desde 2015, o diretor criativo da Gucci é o estilista italiano Alessandro Michele. Apegado ao vintage, o designer não deixa de lado características clássicas do DNA da marca, como a logomania e as cores enérgicas
Ele é o responsável pelo hype da grife entre as novas gerações. Com criações excêntricas e conceituais, ele está sempre bombando nas redes sociais, principalmente no Instagram e no TikTok.
Uma das apostas recentes foi a plataforma on-line Gucci Vault, que funciona como uma loja de peças vintage restauradas, além de espaço para designers emergentes e editoriais. “Uma máquina do tempo, um arquivo, uma biblioteca, um laboratório e um ponto de encontro”, descreveu a grife.
Em 2021, a Gucci também se destacou em relação à sustentabilidade. A marca tem um plano com foco em estratégias ecológicas. Entre as ações, estão a proteção e a restauração de florestas, além da compensação de carbono.
Com o primeiro Relatório de Impacto, a etiqueta italiana informou que já reduziu sua pegada ecológica em 44%. Desde 2015, a expectativa da empresa era diminuir o impacto ambiental em 40% até 2025, mas o documento destacou que a meta foi atingida quatro anos antes. Um marco!
Além das questões referentes ao meio ambiente, a Gucci revelou avanços sociais realizados até 2020. Mulheres ocupam quase 60% dos cargos de gerência da Gucci ao redor do globo. Além disso, pelo segundo ano consecutivo, a grife foi considerada o melhor lugar para se trabalhar na Itália. No mundo inteiro, emprega mais de 18 mil pessoas.
Entre os feitos de 2021 da Gucci, está a colaboração histórica com a Balenciaga. Batizada de Aria e também conhecida como The Hacker Project, a parceria foi a primeira entre duas marcas de luxo desse porte.
O designer Alessandro Michele definiu a novidade como um “hack” de códigos inconformistas do diretor criativo da Balenciaga, Demna Gvasalia; não exatamente como uma collab oficial. O resultado foram peças que misturam elementos das duas labels.
Filme House of Gucci
Nas indústrias da moda e do cinema, um dos assuntos mais comentados do ano foi a estreia do filme House of Gucci (Casa Gucci, no Brasil). Dirigido por Ridley Scott, o longa tem personalidades como Lady Gaga, Adam Driver, Al Pacino, Jeremy Irons, Jared Leto e Salma Hayek no elenco.
A trama é baseada na história de Patrizia Reggiani, ex-esposa de Maurizio Gucci. A socialite planejou o assassinato do marido, em 1995, e foi condenada a quase 30 anos de prisão.
Contudo, House of Gucci gerou polêmicas. O estilista Tom Ford não poupou críticas, principalmente em relação ao tom cômico do enredo, já que trata-se de uma história trágica na realidade. Além disso, herdeiros do clã Gucci ameaçam ingressar com uma ação judicial contra a produção.
100 anos da Gucci
É claro que, neste ano, a grife italiana preparou comemorações em grande estilo. Em comunicado à imprensa, Alessandro Michele destacou que o centenário representa uma oportunidade de testemunhar a vitalidade eterna da label.
“A Gucci renasce e se renova ano após ano, restabelecendo uma relação inusitada com a contemporaneidade de modo semelhante a um menino, sempre jovem, observando o mundo com uma visão poderosa”, celebrou o designer.
Para celebrar os 100 anos de legado, em maio, a Gucci inaugurou, em Florença, na Itália, a exposição imersiva Gucci Garden Archetypes. Com curadoria do próprio Alessandro Michele, a mostra foi pensada para reunir as inspirações da grife desde 1968, com destaque para o período em que o estilista italiano está à frente da etiqueta.
A iniciativa englobou referências de música, arte, viagens e cultura pop. “Achei interessante conduzir as pessoas por esses seis primeiros anos de aventura, convidando-as a cruzar o imaginário, a narrativa, o inesperado, o brilho. Então, criei um espaço em que as emoções são as mesmas das campanhas, uma jornada explícita das minhas imagens”, explicou o diretor criativo.
Outra celebração veio com a coleção Gucci 100, lançada em outubro, com a música como tema principal. Para as criações, Alessandro Michele elencou seis ritmos diferentes: afrobeat e disco (anos 1970), punk japonês (1980), jazz (1930), hip hop (anos 1990) e rock psicodélico (1960).
Nas peças, a logomania não poderia faltar. Entre as estampas, estão letras de canções que citam a Gucci. A ação de divulgação traz modelos em clima de diversão. Instrumentos musicais dão o toque final.
No Brasil, a marca preparou o Espaço Gucci, na Casa Higienópolis, em São Paulo. O ambiente, que funcionou de 16 a 22 de novembro, proporcional uma passagem por códigos da grife italiana, com direito às ações Faça Você Mesmo, Sob Encomenda, Sob Medida, Bolsas de Pele Preciosa e Joias Finas para o Brasil.
Cada sala do local apresentou uma seleção exclusiva de diferentes categorias de produtos. Além disso, os primeiros andares foram separados para receber convidados com hora marcada.
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Colaborou Rebeca Ligabue