Gucci abandona calendário tradicional de moda e determina novos planos
A grife italiana rompeu com o formato convencional de temporadas e diminuirá o ritmo de desfiles para duas vezes por ano
atualizado
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Em meio à pandemia global do novo coronavírus, muito se fala em novos formatos para apresentar coleções de moda. Em abril, por exemplo, a Saint Laurent abandonou o lineup do Paris Fashion Week com o intuito de estabelecer um ritmo próprio para exibir criações. Além disso, várias marcas europeias se uniram para reformular o sistema de apresentações. Agora, a Gucci anunciou que dispensará as estações e passará a desfilar apenas duas vezes por ano, fora do calendário tradicional.
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A Gucci sempre foi uma das marcas mais aguardadas nas edições do Milão Fashion Week. Também já foi presença ilustre em Paris. Contudo, o diretor criativo Alessandro Michele era um dos estilistas que questionavam o formato das semanas de moda que compõem o principal circuito de shows. Pressionados a criar uma coleção para cada evento, os designers constantemente criticavam os prazos apertados, principalmente após o estabelecimento das temporadas resort e cruise.
Com a crise da Covid-19, veio a necessidade de que labels pensassem em passarelas independentes, respeitando o tempo necessário e relativo para cada processo criativo. Para algumas, trata-se da concretização de um desejo antigo. No caso da Gucci, a mudança foi anunciada pelo Instagram em uma espécie de diário.
“Abandonarei o ritual desgastado das sazonalidades e shows para recuperar uma nova cadência, mais próxima da minha ligação expressiva”, declara Alessandro Michele. “Nos reuniremos apenas duas vezes por ano para compartilhar os capítulos de uma nova história. Capítulos irregulares, alegres e absolutamente gratuitos, que serão escritos misturando regras e gêneros, alimentando-se de novos espaços, códigos linguísticos e plataformas de comunicação”, completa a publicação.
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A ideia é expandir as possibilidades e abraçar novos horizontes, deixando a imaginação fluir. De acordo com o post, a marca vai apostar cada vez mais em performances com conexões artísticas e musicais. “Viajar além das fronteiras, reconectando a fragilidade ao infinito”, conta o estilista.
Vale destacar que, mesmo como parte da convencional Semana de Moda de Milão, a Gucci já ousava nas apresentações. Sob o comando de Alessandro Michele, a grife italiana caminhava para um lado mais disruptivo, com desfiles conceituais e pegada genderless.
Entre as novidades da Gucci, está o lançamento da campanha Stand With Women, por meio da iniciativa Chime For Change. O objetivo é angariar fundos para organizações sem fins lucrativos que atuam em apoio a mulheres e meninas vítimas de violência de gênero pelo mundo.
“Agora, mais do que nunca, é o momento de nos unirmos para proteger a saúde, a segurança e os direitos humanos de meninas e mulheres em todo o mundo”, comunicou, em nota, Salma Hayek Pinault, cofundadora da iniciativa, em referência ao aumento dos casos de violência doméstica em vários países durante a pandemia.
Colaborou Rebeca Ligabue