Grupo Kering compensará 100% de suas emissões de carbono
A empresa-mãe da Gucci anunciou a novidade nessa terça-feira (24/09/2019), dias após a grife revelar decisão no mesmo sentido
atualizado
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O grupo francês Kering, dono de grifes como Gucci, Balenciaga e Saint Laurent, anunciou que todo o seu catálogo de marcas será carbon neutral. Isso significa que, a partir de agora, todas as emissões de gases de efeito estufa (GEE) da empresa serão compensadas com projetos que neutralizem o impacto negativo. Por exemplo, colaborando com a manutenção de florestas que transformarão o CO2 em oxigênio. A medida vale para as próprias operações e a cadeia de suprimentos, que fornece as matérias-primas. O comunicado foi publicado nessa terça-feira (24/09/2019).
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Para o conglomerado de luxo, a medida é o mais um passo rumo à sustentabilidade. A Kering já comprava compensações de carbono desde 2011. A partir de agora, vai investir ainda mais nesse sentido e pretende, também, dificultar e limitar a emissão de GEE.
Já de início, a holding se comprometeu a compensar as emissões de gases do efeito estufa de todo o ano de 2018. Até 2025, quer diminuí-las em 50% em toda a cadeia produtiva.
“Enquanto nos concentramos em evitar e reduzir nossas emissões para atingir nossa meta baseada na ciência, compensaremos todas as nossas emissões restantes e apoiaremos a conservação de florestas e biodiversidade vitais em todo o mundo” , afirmou François-Henri Pinault, presidente e CEO da Kering, em comunicado.
Só a compensação de GEE de 2018 será equivalente a quase dois milhões de hectares de florestas ao redor do mundo. Para isso, a companhia apoiará projetos REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), um formato desenvolvido em parceria com a Organização das Nações Unidas.
Essas iniciativas “conservam florestas críticas e a biodiversidade, e apoiam os meios de subsistência das comunidades locais”, como diz o texto.
Pinault destaca a importância de buscar medidas reais em relação às mudanças climáticas. “Todos nós precisamos avançar como empresas e prestar contas das emissões que geramos no total”, defendeu.
Desde 2011, a companhia analisa as emissões por meio de estudos de ganhos e perdas ambientais (EP&L). A partir desses dados, cada marca pôde adaptar “iniciativas personalizadas da cadeia de suprimentos e programas de eficiência para evitar e reduzir efetivamente suas emissões”.
Anteriormente, o grupo adotou medidas nesse sentido. Desde 2015, o foco na eficiência energética reduziu 30% da intensidade de carbono nas lojas da empresa, por exemplo.
A decisão da holding vem depois de a Gucci revelar que também neutralizaria 100% de seu carbono emitido, no último dia 12. Para alguns críticos, esse método é controverso, pois é como se as empresas “pagassem para poluir”, como apontou o Business of Fashion. No entanto pode ser uma saída para reduzir o impacto das emissões inevitáveis.
Vale lembrar que o conglomerado ficou em 2º lugar entre as companhias globais mais sustentáveis do mundo no Corporate Knights’ 2019 Global 100 Index. A lista foi revelada em janeiro durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
Colaborou Hebert Madeira