Grupo H&M fabricará máscaras e aventais para hospitais
A companhia está acionando a própria cadeia de suprimentos para entregar os equipamentos de proteção o mais rápido possível
atualizado
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Mais uma grande companhia de moda adere à luta contra o novo coronavírus. Nesse domingo (22/03), foi a vez do Grupo H&M anunciar que está movimentando sua cadeia global de suprimentos para fornecer equipamentos de proteção a profissionais de saúde e hospitais no mundo inteiro.
“Segundo nossas informações, as máscaras de proteção devem ser priorizadas, mas também há uma grande necessidade de outros equipamentos de proteção individual, como aventais cirúrgicos e luvas”, informa porta-voz em e-mail citado pela Reuters. A cadeia de suprimentos da companhia inclui as operações de compras e recursos logísticos.
A princípio, os produtos serão doados e devem ser fornecidos o mais rápido possível. A empresa, segunda maior varejista do mundo, procurou a União Europeia para saber quais são os itens mais necessários no momento e, assim, determinar o que a própria cadeia de fornecimento pode oferecer.
“Vemos esta ação como um primeiro passo em nossos esforços para apoiar de todas as formas possíveis. Estamos todos juntos e devemos abordar esta situação o mais coletivamente possível”, completa Anna Geda, chefe de sustentabilidade do Grupo H&M, no comunicado oficial.
A companhia doou ainda US$ 500 mil para COVID-19 Solidarity Response Fund, fundo que já recebeu apoio de empresas como Google e Facebook. A ideia da iniciativa, apoiada pela Organização Mundial da Saúde, é arrecadar recursos em prol do combate ao novo coronavírus (Sars-Cov-2), como a prevenção. Inclusive, qualquer pessoa pode contribuir com o projeto.
As propostas do grupo H&M se juntam a outras iniciativas da indústria da moda, cada vez mais engajada contra a pandemia da doença Covid-19. O segmento tem sido um dos principais afetados pelo fechamento de lojas e fábricas.
Dono das grifes Saint Laurent e Balenciaga, o conglomerado de luxo Kering fabricará máscaras nas oficinas das duas grifes em Angers e Paris, de acordo com a aprovação de autoridades locais. Além disso, deve importar 3 milhões de unidades da China. A italiana Gucci se prepara para produzir 500 mil máscaras e 55 mil macacões médicos.
Fábricas de beleza de marcas do grupo LVMH estão produzindo álcool em gel para distribuição gratuita. A empresa também se engajou na fabricação de máscaras. Ambos os grupos farão as doações ao serviço de saúde francês.
Impacto nas vendas e demissões
O fechamento temporário de 3.441 lojas provocou um grande impacto nas vendas da H&M desde o início do mês de março. Ao todo, a rede tem 5.062 unidades ao redor do mundo e continua fechando pontos em países como Estados Unidos e Alemanha, que estão entre seus principais mercados. Desde a semana passada, todas as lojas do Reino Unidos estão paradas.
Neste momento de interrupção dos negócios, uma das formas de diminuir os custos da marca pode ser a demissão temporária de dezenas de milhares de funcionários em diversos setores da rede. Comunicado divulgado na manhã dessa segunda-feira (23/03) informa que a empresa ainda não sabe exatamente quantos empregados a medida pode afetar, mas considera a possibilidade.
“Várias medidas estão sendo tomadas em relação a compras, investimentos, aluguéis e pessoal, entre outras áreas. A situação está sendo revisada mercado por mercado, com base nas condições locais”, informa o texto. “O diálogo sobre demissões temporárias foi iniciado em vários mercados e será seguido por outras demissões temporárias em outros mercados afetados pela situação do coronavírus”, continua.
Especializada em fast fashion, a Hennes & Mauritz começou como Hennes, em 1974, na cidade de Vasteras. Iniciamente, destacou-se pela oferta de peças acessíveis. Nas décadas seguintes, expandiu-se e acrescentou o M (de Mauritz) no nome e outras marcas no catálogo. Hoje, atua em 74 mercados ao redor do mundo.
“É uma situação extraordinária, na qual somos forçados a tomar decisões difíceis, mas, a cada desafio, também há oportunidades e estou convencido de que nós, como empresa, depois de passar por isso, continuaremos fortes”, completa Helena Helmersson, CEO do grupo H&M.
Colaborou Hebert Madeira