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Gareth Pugh: o estilista inglês que redefiniu o punk no LFW 2018

Na LFW, o estilista brincou com formas, repaginou uma tendência e classificou a mulher como ela deveria ser: uma guerreira. Vem comigo!

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A temporada de desfiles de Londres desembarcou na capital do street style na última sexta-feira (16/2). Enquanto Christopher Bailey se despediu da Burberry, novos nomes como Matty Bovan, Michael Halpern e Molly Goddard estrearam na Fashion Week londrina. O destaque ficou por conta do britânico Gareth Pugh. Na passarela, ele introduziu uma working girl pós-punk glamourosa, que evita acessórios e carrega consigo apenas o necessário.

Vem comigo, que eu vou te mostrar!

 

A essência industrial e urbana da cidade reinou nas passarelas do estilista, que, com audácia, transformou toda a atitude carregada e pesada da moda das ruas em algo sexy, preciso e glamouroso. O leopard print e o azul-royal ao lado de tons monocromáticos, como o cinza e principalmente o preto, trouxeram o otimismo necessário para denominar a coleção de pós-punk. Simplesmente amei tudo o que vi. A coleção alinha-se perfeitamente ao ideal do estilista de trazer sua personalidade às peças. Tudo na passarela parece ter sido desconstruído.

“Eu penso em preto”, ele declarou em uma entrevista. Portanto, tire de sua mente que a cor só pode ser associada a algo sombrio. Ela pode ser muito mais! Além de representar vontades, delírios e outras sensações, o preto, no caso de Gareth, nos leva a sonhar.

O girl power esteve muito mais viril do que de costume. Em contraste ao momento vivido pela indústria em relação às denúncias de assédio, Gareth criou uma coleção inspirada em mulheres confiantes e poderosas, que arregaçam as mangas sem perder a classe. Ela é forte, sexy, preparada e “não aceita bullshit”, afirma o estilista.

Além de um luxo moderno, totalmente redefinido e produzido apenas para quem realmente tem atitude, Gareth apostou em cortes afilados. Apesar de predominantemente preta e monocromática, a coleção pontuou o lado selvagem da mulher guerreira ao fazer uma analogia com o leopard print e ombros tão imponentes que mais pareciam uma obra arquitetônica. Eram rigidamente estruturados, as cinturas marcadas e as botas na altura da coxa.

Elegante, forte e cheia de sex appeal, a coleção fazia um mix volumoso entre a alfaiataria e as pantalonas de cintura alta. Os macacões estruturados também foram destaque e se harmonizavam com os looks de vinil complementados por luvas de mecânico que fechavam todo o antebraço.

Sem falar nas golas dramáticas, que viravam capuzes, nos vestidos de alfaiataria com caimentos cheios de exatidão e nas peças-chave da estação, semelhantes a verdadeiras esculturas. Texturas de faux fur também foram utilizadas extensamente nos casacos e nos maxi trench coats. Os sapatos eram outro ponto alto. Eles se diversificavam em modelos slim de cano alto, bem grudados ao corpo, e outros, mais robustos e folgados – a maioria deles reforçados, ora com plataformas altíssimas, ora com saltos mais finos.

O figurino incluía algumas peças em couro, e outras, feitas de plástico flocado, pareciam armaduras. Uma máscara recoberta por spikes escondia o rosto da modelo na passarela. Além da ausência de brincos ou qualquer acessório, a não ser por um bracelete em forma de arame farpado, os rostos manchados e o cabelo preso com gel eram o retrato da mulher que não tem medo do confronto. As ombreiras enormes contrastavam com as cinturas exageradamente marcadas em peças de alfaiataria.

O clímax foi dividido de duas formas. A primeira se assemelhou a uma fila de soldadas saídas direto do filme Mad Max, com suas armaduras robustas e peças cheias de diagramação. Já a segunda pareceu se inspirar nos ombros pontiagudos e vigorosos que Grace Jones costumava usar.

 

 

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Beleza
O punk também reinou na beleza do desfile. Os lábios das modelos variavam com batons pretos e burgundy, enquanto a sombra esfumada dos olhos se diversificava entre tons escuros e terrosos. Algumas delas apareceram com o rosto mais iluminado, contendo manchas pretas que mais pareciam graxas colocadas desproporcionalmente.

O aspecto final dava a ideia de que as modelos passaram um longo dia sob o sol, com cabelos cheios de brilho molhado e estrategicamente bagunçados. O sentimento é de termos visto uma pegada mais sombria da personagem Alex, de Jennifer Beals, soldadora numa fábrica de aço, no célebre filme oitentista Flashdance.

 

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Em meados de 1970, a Inglaterra passava por uma crise econômica, e a população estava pessimista. Bandas como Sex Pistols, The Clash, Ramones e Dead Kennedys expressavam na música toda a revolta e a insatisfação com a condição social da época. Esse estilo musical, mais conhecido como punk rock, é um movimento artístico de contracultura que até hoje influencia moda, arte, literatura, cinema e até algumas ideologias do país.

Embora a música encarregada de embalar o desfile não seja o punk rock da época – Gareth optou por algo eletrônico pesado, com pegada nos anos 1990 –, a passionalidade do estilista estava ali. Décadas após ter iniciado sua carreira, aos 14 anos, Gareth mostrou que toda evolução é essencial e provou ser possível abusar do monocromático sem tornar isso algo tedioso e enfadonho.

 

Até a próxima!

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