Fundador do Etiqueta Única, Nelson Barros fala sobre o brechó on-line
Focada no mercado de second hand, a plataforma comercializa artigos de luxo com certificado de autenticidade
atualizado
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O brechó Etiqueta Única se consagrou como um renomado portal de luxo on-line. A plataforma foi criada para intermediar a compra e venda de artigos seminovos. Com peças de vestuário, acessórios e calçadas, a empresa trabalha com marcas como Chanel, Louboutin, Gucci, Balenciaga, Louis Vuitton e Prada. Fundador do empreendimento, Nelson Barros conversou com a coluna sobre a trajetória do negócio.
Vem ver!
O Etiqueta Única nasceu há oito anos, quando o second hand ainda não estava tão difundido no país. Formado em administração, Nelson Barros já tinha experiência no mercado financeiro e nutria o sonho de empreender.
“Em 2010, junto a um amigo, fundamos uma empresa focada em otimização e higienização de sistema de ar condicionados para eficiência energética. Em paralelo, com a minha mulher Patricia [Barros], vimos uma oportunidade no mercado de seminovos de luxo”, lembra. “Inicialmente no ‘boca a boca’, arrecadamos peças de amigos e conhecidos e começamos a fazer os primeiros bazares na garagem de casa.”
Ao longo dos últimos anos, o mercado de revendas teve um crescimento significativo. Entre os motivos que conquistam a clientela, estão a vantagem de preços mais acessíveis, a exclusividade e também a preocupação com o meio ambiente.
O Etiqueta Única acompanha a tendência. Nos últimos três anos, teve um crescimento médio de 40%. Somente em 2020, mesmo em meio à pandemia, mais de 25 mil produtos foram vendidos. A multimarcas de revendas destaca que um dos diferenciais é o Credit Month, ação de compra que gera 5% em créditos para novas aquisições no site.
Como surgiu a ideia de criar um brechó de luxo? Você já tinha o costume de arrematar peças usadas?
Nelson Barros: Analisando o mercado internacional, vi um grande potencial nesse ramo de second hand, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, onde o mercado já estava consolidado. Consequentemente, percebemos que o mercado brasileiro era carente em relação ao consumo consciente, e, além disso, há o alto índice de pirataria que é praticado nesse meio. Com o foco em ser uma solução para esses dois pilares, montamos o Etiqueta Única em 2013.
Eu sempre gostei de comprar objetos seminovos, mas nunca entendi porque esses itens perdiam tanto valor, mesmo após um mínimo uso. No entanto, havia sempre a insegurança em comprar produtos de luxo, por não haver nada que me garantisse a procedência e autenticidade.
Por que você quis investir em um empreendimento on-line?
Por conta da praticidade do consumo e pela escalabilidade que o modelo oferece.
Como é feito o processo de seleção dos itens?
Trabalhamos com todos os itens que estão em nosso pool de marcas, com novas marcas que são adicionadas de acordo com pesquisas diárias que fazemos. Se o produto estiver dentro do pool e em boas condições, é aceito.
Há alguns anos, comprar algo de segunda mão poderia gerar um estranhamento e até preconceito. Como isso mudou nos últimos anos?
A cultura do consumo consciente veio se fazendo mais necessária por conta de todos os impactos ambientais que nosso planeta anda sofrendo pela produção em massa. Pessoas formadoras de opinião, empresas preocupadas com essas questões e, consequentemente, a sociedade, principalmente millennials e geração Z, passaram a pedir cada vez mais soluções para o consumo, e é exatamente nessa cadeia que a nossa empresa se enquadra.
Quais são os seus planos e perspectivas em relação ao futuro? Há novidades em curso para o Etiqueta Única?
Sim, há muitas novidades em nosso pipeline, otimizações que permitirão que mais e mais pessoas comprem e vendam seus produtos on-line, sem medo de sua procedência, autenticidade e real condição.
Recentemente, o brechó fechou uma parceria com o e-commerce Iguatemi 365. Ao comercializar um produto no Etiqueta Única, o cliente ganha 10% adicionais ao valor da venda, em créditos para utilizar no site da rede de shoppings. “A ação promete incentivar as pessoas a venderem, no Etiqueta Única, produtos que já foram utilizados, e proporcionar um benefício extra para aqueles que pretendem consumir produtos novos, gerando uma cadeia produtiva mais consciente”, explicaram, em comunicado.
Colaborou Rebeca Ligabue