Feito à mão: conheça 3 marcas que produzem peças de maneira artesanal
Com foco na produção manual, etiquetas de moda brasileira apresentam produtos que colocam o artesanato em protagonismo
atualizado
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Nos últimos anos, técnicas artesanais conquistaram o seu espaço na moda. Crochê, tricô, palha e madeira são alguns dos materiais que passaram a protagonizar desde peças de roupas até acessórios e calçados. A Coluna Moda Fora dos Padrões elencou três marcas brasileiras fundamentadas na arte de produzir à mão.
Vem conhecer!
De maneira gradual, os produtos feitos por meio de técnicas artesanais romperam barreiras físicas e saíram de feiras locais diretamente para as prateleiras de lojas de departamento e e-commerces de luxo. Esse processo aponta para uma questão diretamente ligada ao público que consome moda com frequência: a exclusividade é um adjetivo indispensável para quem busca se destacar.
O verão foi a porta de entrada para peças que estampam leveza. Na temporada que pede por tecidos mais frescos, foi fomentado o desejo por complementos que ornem com sinergia. Com a nova demanda, as peças de linho, as bolsas de palha, as camisas com bordados e as blusas de crochê começaram a adentrar a lista de interesse dos consumidores.
Confira algumas marcas independentes que produzem e tecem peças com estilo, personalidade e significado:
Bel Brand
A Bel Brand é uma marca focada em bolsas com DNA artesanal que se destacam pela estética marcante. A etiqueta é resultado das referências e vivências da idealizadora, Bel Chaves, que atuou tanto no mercado de luxo quanto na área de marketing de moda no Rio de Janeiro.
Depois de 12 anos dedicados à carreira, ela resolveu se voltar exclusivamente à maternidade. Mas, depois de meses do nascimento do seu filho, muitas questões foram repensadas. O desejo de criar e produzir falava alto. A ideia de uma moda diferente, assunto que sempre a seduziu, foi o ponto de partida.
“Em 2019, eu comecei a aprender crochê. Fazia bolsas de fio de malha que, na época, não eram tão comuns. Ia experimentando e misturando outros materiais sem intenção e já criava sazonalmente fantasias de carnaval, porque no Rio é muito forte esse período do ano. Eu sempre tive aptidão por trabalho manual porque a minha mãe é costureira e eu cresci nesse universo, seja manuseando, seja criando”, conta Bel à coluna.
E assim, de maneira despretensiosa, nasceu a Bel Brand. As criações são movidas por um desejo: introduzir incentivos sustentáveis de forma criativa e divertida através de bolsas artesanais. As peças são pensadas para compor o estilo de mulheres independentes, que desejam apresentar ao mundo as suas diferentes versões por meio do vestir.
“Carregamos o trabalho manual na veia: todo o nosso processo é feito à mão. Nos orgulhamos de ter um design nacional, feito por brasileiros, com matéria-prima do nosso país. Inspiramos a valorização pelo manual e feito no Brasil. Esse caminho nos leva a conectar histórias, possibilidades e afetividade”, reflete a empresária.
Foz
A Foz nasceu a partir da necessidade de unir a ancestralidade do artesanato brasileiro a um produto de moda que estampe a memória e a efetividade do feito à mão. Tudo isso sem deixar de lado, claro, a qualidade das fibras naturais e os processos de produção firmados na sustentabilidade.
A marca aposta em modelagens descomplicadas, com silhuetas mais fluidas. A fibra de linho é a matéria-prima protagonista na produção das peças, que são tecidas à mão por artesãos tradicionais do estado de Alagoas. O bordado minucioso é uma das assinaturas da etiqueta.
O designer de moda Antônio Castro é o nome à frente da Foz. Alagoano radicado em São Paulo, ele carrega os signos do fazer manual e da cultura popular como DNA de seu trabalho. A marca nasceu como um desdobramento de seu trabalho de conclusão de curso em 2018, em que o estilista criou um projeto que teve como objetivo destacar o artesanato com raízes brasileiras.
O mix da etiqueta foca em peças básicas, pensadas para o dia a dia. Antes de tudo, as roupas produzidas prezam pelo conforto e pela mobilidade. Junto aos traços e pontos que formam os itens, é transportada a valorização da cultura popular a partir de uma narrativa que destaca o retrato do Brasil. Firmada em propósito, a marca já vestiu os atores Lázaro Ramos e Luis Lobianco, a jornalista Luanda Vieira e a cantora Linn da Quebrada.
Pitayah
Inspirada pelas possibilidades da cerâmica plástica, matéria-prima que ganhou destaque recentemente, a dupla Nadine Lobo e Maíra Nunes começou a produzir itens feitos à mão em 2020, ano em que, juntas, fundaram a Pitayah. Ao longo de 18 anos de amizade, as brasilienses sempre compartilharam experiências e preferências na moda.
“Gostamos de nos vestir bem. Acessórios eram e sempre foram um diferencial na forma como enxergamos uma boa montação de look. Depois de muitos anos trabalhando a nossa criatividade em peças que nós mesmas fazíamos para o Carnaval, decidimos montar o nosso negócio relacionado aos itens”, explica Maira.
As curvas e a arquitetura ímpar de Brasília inspiram a criação das peças da etiqueta. Nos colares e brincos, não faltam formas geométricas, pedras furta-cor e estampas. Para a concepção das coleções, as criativas analisam as novidades no segmento e avaliam quais detalhes fizeram sucesso anteriormente.
No mais recente lançamento, a marca produziu peças que celebram a cantora Gal Costa, que morreu em novembro de 2022. “Inspirada na diva, cada peça foi pensada para trazer formas, cor, calor e versatilidade para seus dias e looks. A coleção Aquarela do Brasil é o seu presente perfeito, e a nossa homenagem a essa potência chamada Gal”, destacou a publicação da etiqueta no Instagram.