Falsificações representam prejuízo de 60 bilhões a marcas europeias
Roubos de propriedade intelectual crescem com comércio on-line e empresas cobram medidas do governo chinês
atualizado
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Não é novidade que existe um mercado inteiro de peças falsificadas. Réplicas de roupas, bolsas e outros acessórios de marcas de luxo são encontradas em feiras, camelôs e na internet. É polêmico e, infelizmente, convivemos com isso. Em setembro, quando a Plada e a Loius Vuitton abriram suas portas em um complexo de luxo em Renhuai, uma pequena cidade no sudoeste da China, a audácia ultrapassou os limites da indústria fashion. Apenas um detalhe na grafia das logos revelava o roubo de propriedade intelectual estampada na fachada das lojas do centro comercial, nas vitrines e fotos de campanhas: nas prateleiras, cópias de roupas e acessórios das grifes Prada e Louis Vuitton.
Embora os roubos de propriedade intelectual não estejam restritos à China, após o episódio, foram questionados os limites impostos pelo governo quanto à pirataria. Concluiu-se que o comércio de rua representa uma parcela pequena quando comparado à compra e venda on-line de peças falsificadas.
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O mercado negro das ruas existe há anos e a falsificação na internet vem escalando. Em 2013, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) contabilizou o valor dos produtos falsificados importados em todo o mundo e chegou a alarmantes US$ 461 bilhões. Não existem limites para a pirataria.
“Mudam o nome da marca ou exibem apenas parte dela. Se um vendedor oferece falsificações da Zara, ele listará os itens como ZA ou Z*ra. Isso permite que ele passe pelos filtros dos sites de compra. Outro truque é exibir um preço equivalente ao original. Como os clientes já conhecem as táticas, vão entrar em contato e perguntar o preço real”, afirma um representante da Europol.
Os Estados Unidos são o maior destino dos produtos falsificados, com 20% do mercado total, segundo a OCDEl. Em seguida, vem a Itália, com 15%, e a França, com 12%. As agências reguladoras relatam que sempre são criados meios para que os itens sejam vendidos sem serem notados.
De acordo com dados do Escritório de Propriedade Intelectual da União Europeia (UE), o mercado negro custa às empresas cerca de 60 bilhões de libras em vendas perdidas a cada ano. A pesquisa mais recente revela que 7% dos cidadãos UE compraram produtos falsificados voluntariamente nos últimos 12 meses e que, embora “o negócio de falsificações tenha diminuído ligeiramente nas ruas, aumentou consideravelmente na internet. Os itens vendidos on-line são, geralmente, distribuídos em pequenas encomendas, por meio de serviços postais, o que facilita muito o comércio ilegal”, observa a Europol.
O governo chinês e as plataformas on-line estão cientes do problema, mas os esforços de fiscalização são desiguais. Um relatório do Alibaba, site de compras chinês, divulgado em fevereiro, apontou que, de 1.910 casos de suspeita de falsificação, apenas 63 foram identificados como criminais. Só 129 pessoas foram consideradas culpadas, mas a maioria teve as sentenças suspensas. As páginas argumentam que as penas são leves demais para impedir os infratores. O Taobao, grupo de empresas do e-commerce Alibaba, por sua vez, disse estar melhorando sua tecnologia de monitoramento para proteger os consumidores e os direitos de propriedade intelectual.
Veja outros casos de cópia ou falsificação que também deram repercussão:
Na semana passada, eu contei para vocês como o Instagram está ameaçando a existência das revistas de moda com opções de consumo mais práticas, mas esse não é o único problema que a difusão das compras on-line está gerando. A crescente adesão aos e-commerces tem dado mais espaço ao mercado de falsificações.
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Colaborou Danillo Costa