Faap Brasília lança dois cursos on-line para quem quer entender a moda
Os módulos serão ministrados pelo pesquisador Brunno Almeida Maia e já estão com as inscrições abertas
atualizado
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A convite da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) de Brasília, o pesquisador em filosofia Brunno Almeida Maia reúne novamente sua expertise à da instituição para ministrar dois cursos intensivos de moda: Brasília: metrópole da moda, capital do modernismo e O que será do amanhã? Moda, revolução e política. Ambos são direcionados aos fashionistas, pesquisadores, profissionais da área e também das ciências humanas, compreendendo filosofia, sociologia, história, antropologia e psicologia. As inscrições para as imersões já estão abertas.
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As apostas certas para estudar e reciclar conhecimentos vão ocorrer por meio de módulos livres. Com formato inédito, os cursos on-line são voltados para todos aqueles que já atuam ou buscam ampliar o repertório sobre as áreas da moda. Os dois foram elaborados tanto para o público novato quanto ao que já tem uma certa profundidade e ligação com os temas.
Em entrevista à coluna, Brunno pontua que idealizou o conteúdo com algumas definições elementares: primeiramente, aborda o que é e o que significa moda. Em seguida, o conceito de modernismo no contexto da Europa, o que representou e o que simboliza atualmente no Brasil.
“Sou pesquisador em filosofia, a minha tese se dá a partir dessas relações entre moda, arte, fotografia e arquitetura. Então, é sempre uma visão a partir da filosofia, mas dialogando com a história. Trago uma metodologia de aula com costuras, amarrando referências da arte, da fotografia, da publicidade, além de aspectos políticos, econômicos, culturais e artísticos”, destaca Brunno.
Brasília: metrópole da moda, capital do modernismo
O primeiro da lista ocorre em aulas ao vivo agendadas para 8 e 10 de junho, das 19h às 22h. Nomeado como Brasília: metrópole da moda, capital do modernismo, o conteúdo foi desenvolvido de forma exclusiva para conceituar e expor os principais conceitos do setor fashion, destacando a relação entre moda, arquitetura e urbanismo.
Durante o curso, Brunno irá propor uma relação direta com o arquiteto e o criador de moda, diante da manifestação da forma no espaço e como se dá essa relação, entrelaçando-os com a noção de modernismo no Brasil.
“Ao relacionar a moda com a arquitetura, o urbanismo, o corpo e a arte, será possível entender como a moda brasileira das décadas de 1950 e 1960 se cruzaram com o projeto de modernização de Brasília”, explica.
Com carga horária de 6 horas, as aulas serão teóricas e também irão abordar os principais nomes de criadores em Brasília e no eixo Rio de Janeiro, São Paulo e Europa, assim como a publicidade feminina dos anos 1950 e 1960.
“O curso não vai ficar somente nessa visão de uma moda enquanto instituição, enquanto criação determinada só por um costureiro ou estilista. A ideia é traçar também qual que foi a influência candanga desses operários que construíram a metrópole. Brasília não é só uma cidade do poder instituído, é uma cidade do poder de uma classe trabalhadora, que deu espaço à arquitetura, e esse imaginário que é Brasília. Brasília é nossa!”, ressalva.
O que será do amanhã? Moda, revolução e política
A segunda proposta idealizada por Brunno ocorrerá entre os dias 15 e 24 de junho, das 19h às 21h45. Sob o tema O que será do amanhã? Moda, revolução e política e com carga horária de 12 horas, as aulas ao vivo prometem gerar debates sobre a relação existente entre a moda, os processos revolucionários e a ação política ao longo dos séculos 18 e 19.
“O curso lida com três conceitos: moda, revolução e política na capital do país. O centro das discussões políticas no Legislativo, no aspecto jurídico e no Executivo. Vamos discutir o que é a ação política, o conceito de revolução e contrarrevolução”, destaca.
Diversas obras irão guiar o estudo, como as dos filósofos Gilles Lipovetsky, Peter Stallybrass, Michel Pastoreau, Karl Marx, Hannah Arendt, Zygmunt Bauman, entre outros, de acordo com a instituição.
Também serão analisadas a presença do historicismo no New Look de 1947 de Christian Dior; a ocupação nazista na França; “roupa de artista”: o surrealismo, o dadaísmo e futurismo como movimentos de vanguarda poéticos e políticos; além das relações entre moda e música, a partir da construção dos ideais da juventude nos anos 1950, entre outros tópicos.
“O curso busca responder uma questão urgente para o contemporâneo: se a moda é uma das expressões da individualidade, significa que a sua realização somente está assegurada pelo pleno desenvolvimento da democracia? E se a moda é dialética, uma vez que está ‘a serviço da classe dominante’, mas também ‘a serviço da revolução’, como diferenciar os acontecimentos históricos como repetições do passado daqueles que carregam em si a potência de rupturas no presente?”, encerra o professor.
Colaborou Sabrina Pessoa