Exposição gratuita traz história da moda italiana para o Brasil
Mostra fica aberta ao público até fevereiro de 2020 no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo
atualizado
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A Itália é um dos berços da moda e, ao longo dos anos, garante grandes contribuições para o segmento de luxo. Os rumos que levaram a produção do país europeu a ganhar identidade, prestígio e reconhecimento mundial são tema da exposição Vestindo o Tempo – 70 Anos de Moda Italiana, que chega ao Brasil nessa quarta-feira (13/11/2019). Se você está ou vai passar por São Paulo nos próximos meses, vale uma ida ao Instituto Tomie Ohtake para conferir. Com entrada gratuita, a mostra ficará aberta ao público até 2 de fevereiro de 2020.
Vem comigo saber tudo!
Com curadoria do historiador João Braga, a mostra aborda estilistas renomados, criações e eventos que contribuíram para a evolução da moda italiana. O material exibe as projeções dos anos 1950 até os dias atuais.
Dividida em três núcleos, o espaço reúne 45 peças dos colecionadores Enrico Quinto e Paolo Tinarelli. O acervo completo engloba cerca de 6 mil itens de vestuário e acessórios. “O arquivo está intimamente integrado a um sistema produtivo no qual o passado é vital”, afirmou a dupla em comunicado oficial.
Ao percorrer esses últimos 70 anos da moda italiana, a exposição também demonstra como foi formada a identidade fashion do país. Entre as peças, estão designs de grifes como Versace, Valentino, Moschino, Missoni, Fiorucci, e por aí vai.
“A moda italiana é potente pela permanência do gosto vinculado ao intenso uso e combinação de cores, à presença ampla da estamparia, à valorização da tradição do artesanato local e à busca por novos materiais e tecnologias têxteis”, explicou o curador.
Segundo o idealizador da exposição, a moda francesa influenciou no amadurecimento da produção na Itália entre 1950 e 1960. O nascimento oficial da moda contemporânea italiana aconteceu em 1951, com um desfile em Florença, organizado pelo marquês Giovanni Battista Giorgini, para compradores estrangeiros. Surgiu, então, o conceito conhecido como Made in Italy.
O início da mostra no Instituto Tomie Ohtake abrange o DNA de Emilio Schuberth, Sorelle Fontana, Roberto Capucci e Emilio Pucci.
“No pós-Segunda Guerra Mundial, Christian Dior buscava resgatar a feminilidade perdida nos anos bélicos e assim definiu o chamado New Look, estética que determinou o gosto da moda do final dos anos 1940 e de quase toda a década seguinte”, comentou Braga em texto oficial.
Já o segundo ambiente tem foco nas décadas de 1970 e 1980. Nele, o destaque é como a moda italiana foi associada à confecção mais industrializada, popularizada pelo conceito de ready-to-wear. O curador explicou que marcas como Valentino, Fendi, Armani, Moschino, Versace e Missoni receberam referências britânicas, conhecidas como mais ousadas nos anos 1960.
A terceira parte agrega peças criadas a partir do fim do século 20. Os itens mais modernos também podem ser encontrados lá.
Segundo o curador, a estética italiana é reconhecida pela intensidade. “Um novo gosto associado aos exageros, exotismos, luxos e outras características de exuberância visual nas criações de marcas como Dolce & Gabbana, Versace, Roberto Cavalli e Fausto Puglisi, além das já citadas Prada e Gucci”, frisou Braga.
Confira algumas peças que estão na mostra:
Instituto Tomie Ohtake
Fundado em novembro de 2001, o Instituto Tomie Ohtake foi criado com o objetivo específico de sediar exposições nacionais e internacionais, além de realizar pesquisas no ensino da arte contemporânea. Os temas abordados incluem artes plásticas, arquitetura e design.
Conhecido pela estrutura moderna e disruptiva, o edifício foi batizado como uma homenagem à artista japonesa que chegou ao Brasil em 1936. A obra de Tomie Ohtake se destaca em pinturas, gravuras e esculturas. Em 2013, ela completou 100 anos, com 17 exposições pelo país. Morreu dois anos depois.
Colaborou Rebeca Ligabue