Exposição em Londres explora o status e a função das bolsas. Veja fotos
A nova mostra do museu Victoria & Albert reúne bags icônicas como a Birkin, de Jane Birkin, e a Baguette, de Sex and the City
atualizado
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O Victoria & Albert Museum, em Londres, abriu as portas de sua primeira exposição desde o início da pandemia de Covid-19. A mostra é dedicada a um tema para lá de especial a quem adora moda: bolsas. Em Bags: Inside Out, o museu explora funcionalidade, status e o artesanato desses acessórios que são verdadeiras obsessões mundiais. Inicialmente, a abertura seria em abril e, depois, foi adiada para novembro, mas acabou ficando para este mês. A curadoria é da dra. Lucia Savi, com patrocínio da grife britânica Mulberry.
Vem comigo saber mais sobre a exposição!
Destaques da exposição
A seleção da exibição reúne cerca de 300 modelos, incluindo a primeira bolsa Birkin, criada para Jane Birkin e emprestada por um colecionador para a mostra, e a Baguette lilás de lantejoulas, eternizada por Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) na série Sex and the City. Esta última foi pioneira no fenômeno das it bags, tendência que explodiu entre o fim dos anos 1990 e início dos 2000.
“Até aquele momento, as marcas não pensavam que poderiam ter esse meio de receita realmente importante. Não havia estratégia de ter bolsas de edição limitada. Só chegou a um ponto em que todo mundo estava comprando certos estilos, as marcas não tinham mais para vender e surgiu a ideia da edição limitada”, explicou a curadora ao WWD sobre o sucesso das it bags.
Outros exemplares icônicos são uma caixa vermelha Winston Churchill e um modelo da marca Launer, que pertenceu à política britânica e eterna “Dama de Ferro”, Margaret Thatcher. Também há itens de grifes como Off-White, Chanel, Stella McCartney, Gucci, Louis Vuitton, Dior, além da marca turca Manu Atelier.
Bolsas com mensagens sociopolíticas também aparecem entre a seleção, enquanto “plataformas públicas para compartilhar crenças e convicções”. Exemplos disso são o modelo “I am not a plastic bag”, desenhado por Anya Hindmarch, e uma bolsa My Body My Business, da artista e ativista Michele Pred. Do ponto de vista de Lucia Savi, as bolsas têm um lado público e privado. Ao mesmo tempo em que são visíveis, escondem pertences.
Para realizar a curadoria, que traz peças desde o século 16 até exemplares fabricados em 2020, Savi mergulhou durante dois anos e meio no arquivo de duas mil bolsas do V&A. Segundo o jornal Independent, cerca de 80% das peças vêm do acervo do museu e 20% são emprestadas por colecionadores e celebridades, incluindo Kate Moss e Alexa Chung.
As escalas de tamanho variam de peças que podem ser seguradas com as pontas dos dedos, até malas de viagem. “Cada bolsa nesta exposição foi projetada para conter algo – mesmo que seja apenas um batom”, contou Savi ao The Guardian.
O que encontrar em cada seção
A exposição é dividida em três seções. Na primeira, Função e Utilidade, destaca a evolução das bolsas enquanto um objeto prático e capaz de guardar outros itens. Há, por exemplo, uma bolsa para guardar a máscara de gás, da Segunda Guerra Mundial, bem como uma mala restaurada da Louis Vuitton do início do século 20.
Já a segunda (e mais aguardada) seção, Status e Identidade, foca na forma como as bolsas se tornaram uma peça central na cultura das celebridades (com as it bags), além de ser uma peça presente na elite política e social. Nessa parte, um dos destaques é a bolsa Lady Dior, que foi lançada em 1995 e rebatizada após fazer sucesso nas mãos da princesa Diana, ou Lady Di, como também é chamada.
A bolsa Birkin, feita pela Hermès para a atriz e cantora Jane Birkin, em 1984, promete ser a queridinha da exposição. O modelo é um dos mais cobiçados de todos os tempos. Na versão original apresentada na exibição, é possível ver até os resíduos de adesivos que a artista colava na peça. Além da Baguette, que também está exposta nesta seção, há um modelo Speedy (Louis Vuitton) dourado, eternizado por Paris Hilton e Kim Kardashian, além de uma bolsa da Mulberry popularizada por Kate Moss.
Todo o processo de produção das bolsas, desde o esboço até o momento da venda, é o tema da terceira e última seção, intitulada Design e Fabricação. O espaço mostra a engenhosidade nos processos produtivos de marcas líderes no segmento, com direito a um filme que mostra como funciona a fabricação na Mulberry.
“Explorado através do processo de design, esta seção examina as formas experimentais criadas por designers e o papel da bolsa como um objeto de subversão caprichosa, bem como uma oportunidade para colaboração artística”, descreve o museu. Nela, há também um ambiente para criações com ar mais lúdico, como uma bolsa da Chanel em formato de caixa de leite, uma Thom Browne na forma do cachorro Hector, e até um exemplar do século 17, que se assemelha ao corpo de um sapo.
Inovações experimentais e sustentáveis
Bags: Inside Out encerra com modelos repletos de inovações experimentais e com olhar mais sustentável, no sentido ambiental. Destaca-se, nesta seção, uma mochila Stella McCartney produzida a partir de lixo plástico retirado do oceano. Há, ainda, peça da marca sustentável Elvis & Kresse, feita com mangueiras de incêndio. A mostra abriu no último sábado (12/12) e a entrada custa 12 libras.
Colaborou Hebert Madeira