Expansão chinesa: Shein pode valer mais que Zara e H&M juntas
A empresa de fast fashion avalia financiamento que a tornará a maior do segmento. Além disso, seu app foi um dos mais baixados na pandemia
atualizado
Compartilhar notícia
A Shein, empresa de moda chinesa, conversa com possíveis investidores para atrair um aporte financeiro que pode fazer a marca passar a ser avaliada em cerca de US$ 100 bilhões. As informações são da agência de notícias norte-americana Bloomberg. Se o negócio for fechado, a etiqueta de fast fashion deixará para trás concorrentes como Zara e H&M.
Vem entender mais!
É fato que a pandemia acelerou a expansão dos e-commerces — e a Shein foi uma das grandes beneficiadas pela mudança nos hábitos de consumo. Os números não mentem: a empresa chinesa produz cerca seis mil peças diariamente e envia para mais de 150 países. Em 2020, as vendas triplicaram e o faturamento chegou a US$ 10 bilhões.
Por conseguir produzir em larga escala e traduzir as novas tendências em tempo recorde, a Shein dispara na frente. E isso explica por que ela tem potencial de passar a Zara e a H&M, concorrentes que não ostentam apenas site, mas centenas de lojas espalhadas pelo mundo.
Chama atenção o crescimento nos Estados Unidos, mesmo sem o aval das autoridades. Em fevereiro, a Câmara dos Deputados local aprovou um projeto de lei que impede as empresas chinesas de usufruírem da isenção de impostos de importação. Atualmente, as compras com valores menores que US$ 800 não pagam as tarifas. Porém, a Shein anunciou recentemente que pretende abrir um centro de distribuição no estado de Indiana, onde empregará 850 trabalhadores.
Estratégias e crescimento
Assim como a Shopee e a Amazon, a Shein tem um dos aplicativos mais baixados durante a pandemia, de acordo com pesquisa da Adjust, em parceria com a Entravision. Só de junho de 2020 a julho de 2021, o número de downloads chegou a 523 milhões. Vale destacar que tanto a Shopee como a Shein têm o Brasil como um dos seus maiores mercados.
Para aumentar o perfil de compradores fora da China, a Shein também firmou parceria com os artistas Lil Nas X e Katy Perry. Além disso, investe com muita força em influenciadores do TikTok, rede social em que conteúdos sobre as roupas da marca costumam fazer muito sucesso.
É importante ter em mente que uma empresa que fabrica tantos produtos com tanta rapidez, e que vende a valores tão baixos, possivelmente tem alguma parte da cadeia prejudicada – funcionários e prestadores de serviços, para citar dois exemplos. A marca enfrenta acusações de trabalho escravo, inclusive. A própria Shein, em seu Relatório de Sustentabilidade e Impacto Social de 2021, admitiu que a moda tem um impacto inegável na saúde do planeta e que está lutando pelo desperdício zero.
Colaborou Carina Benedetti