Exibição em NY explora relação entre minimalismo e maximalismo na moda
A nova mostra do Museum at FIT abriu no fim de maio e vai até novembro, com looks de estilistas como Calvin Klein e Gianni Versace
atualizado
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A terceira lei de Isaac Newton diz que, para cada ação, há uma reação em sentido oposto. Além da física, a teoria pode se aplicar à moda, como propõe a nova exposição do Museum at FIT: Minimalismo/Maximalismo. Ao longo do tempo, esses dois estilos extremos desafiaram a percepção e se manifestaram como uma expressão sociocultural e econômica de suas épocas.
Segundo a curadoria de Melissa Marra-Alvarez, esta é a primeira exposição dedicada ao tema na moda. O trabalho explora a relação entre essas duas vertentes, o que ambas significam e a forma como elas movimentaram a moda desde o século 18. Aberta no fim de maio, a mostra vai até o dia 16 de novembro, com criações de designers como Calvin Klein, Raf Simons, Phoebe Philo, Thierry Mugler e Gianni Versace.
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A viagem ao longo dos séculos conta como os movimentos minimalista e maximalista se relacionam. Apesar de serem diferentes em termos de design, eles se assemelham na forma como se conectam aos contextos culturais e tecnológicos. Até hoje, continuam a se adaptar às novas eras.
O minimalismo pode ser entendido como a visão de que “menos é mais” e está ligado a ideias como ordem, harmonia e pureza. Contudo, isso não significa que designs nesse estilo não tenham ornamentos, mas que os utilizam de forma estratégica para alcançar uma melhor estrutura. “Modas minimalistas priorizam redução e função, usando linhas e silhuetas limpas para acentuar a relação entre corpo e vestuário”, como explica a curadoria.
Por outro lado, o maximalismo envolve excesso: “Ao longo da história, a moda maximalista tem sido associada à extravagância, ao artifício e ao estilo não funcional”. Apesar de ser um termo muito usado para se referir a silhuetas exageradas, ele pode abranger inúmeras referências visuais. Um exemplo? A moda rococó do século 18, com saias armadas, muitos babados, laços e bordados florais.
Os períodos de excesso e restrição aconteceram em diferentes momentos da história da moda. Enquanto Coco Chanel buscava uma estética clean no começo do século 20 para fugir da ornamentação excessiva da Belle Époque, a década de 1980 abusou dos visuais ostensivos.
Contudo, os estilos opostos mínimo e máximo também podem conversar em uma linha tênue, como a coleção primavera/verão 2011 de Raf Simons para a Jil Sander, repleta de color blocking – mistura peças básicas com cores vibrantes em um mesmo look – e silhuetas amplas.
Os ciclos da moda continuam a redefinir o minimalismo e o maximalismo, mas, agora, de forma mais acelerada. Isso acontece à medida que as tendências tomam conta de diferentes plataformas, como as mídias sociais.
“Hoje, a moda está em meio a um renascimento maximalista, após anos de um movimento decididamente minimalista defendido por Phoebe Philo, ex-Céline. Designers modernos, como Richard Quinn, estão experimentando padrões, volumes e proporções”, conclui a apresentação da mostra. No entanto, acrescenta que trendsetters preveem um revival “iminente” do minimalismo.
The Museum at FIT
O Museu de Moda do Fashion Institute of Technology é parte de um grupo seleto de museus especializados no segmento fashion. Inaugurado em 1969, ele ocupa o edifício atual desde 1974, na Seventh Avenue at 27th St., onde começou a apresentar exposições no ano seguinte. Atualmente, reúne cerca de 50 mil peças de vestuário bem como acessórios do século 18 e contemporâneos.
Entre setembro de 2018 e janeiro deste ano, o FIT Museum exibiu uma mostra sobre as diferentes facetas da cor rosa na moda, como statement político e empoderado. O conteúdo está disponível on-line.
Colaborou Hebert Madeira