Exclusiva: vocalistas do ABBA The Show revelam detalhes dos figurinos
O grupo se apresentou em Brasília no final de abril. As vocalistas Camila Dahlin e Katja Nord Mats conversaram com a coluna antes do show
atualizado
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Ao longo dos anos, o ABBA conquistou gerações com hits como Mamma Mia e Dancing Queen. Contudo, a influência não se limitou ao universo musical. Com estilo facilmente reconhecível, os quatro integrantes contribuíram também para um período marcante fashionista: os anos 1970. Calças bocas de sino, botas plataformas, brilhos, macacões e muitos babados eram itens que fizeram parte do guarda-roupa do grupo. Após mais de 40 anos, o grupo continua na memória afetiva dos fãs. Prova dessa relevância foi vista na apresentação do ABBA The Show, no final de abril, em Brasília.
O espetáculo, que homenageia o grupo original, foi promovido pelo Metrópoles Music, com um show inesquecível que animou os brasilienses no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, no dia 30 daquele mês. A Coluna Moda Fora dos Padrões teve acesso ao camarim e conversou com duas integrantes: Camila Dahlin e Katja Nord Mats. As performances revelaram os bastidores por traz dos figurinos, além da relação individual com a banda sueca.
Vem conferir!
Autênticas
O ABBA The Show conquista o público com os sucessos da banda original desde 1996. Camila Dahlin relembra que canta as musicas do grupo desde pequena e que mantém uma relação com a parceira de palco, Katja Nord Mats, há muito anos. “Somos um pouco como Björn e Benny. Agora, estamos fazendo isso juntas, mas nós tínhamos uma banda antigamente e fazíamos shows com música infantil”, conta.
A cantora explica o processo rigoroso para se criar os figurinos do espetáculo, assim como a inspiração nas peças originais do ABBA. “Porque nos preocupamos muito com tudo, eu e Katja. As vozes, é claro, devem ser perfeitas, e soar como as verdadeiras. E o figurino, nós não queremos cópias ‘baratas’. Tentamos fazer isso com orgulho e bem” afirma.
O estilista Ove Sandström é o nome responsável por criar as roupas do ABBA. Sueco, ele desenhou looks icônicos para clipes, como o de Mamma Mia, além de figurinos para as turnês. Parte do acervo das peças estão expostas no museu dedicado ao grupo em Estocolmo. Foi a partir de uma conversa com o designer que Camila Dahlin entendeu o quanto o material feito pelo grupo era semelhante.
“Ele disse que isso é tão próximo do original que parece que quase foi roubado. Você consegue entender?”, exalta. As peças do ABBA The Show foram confeccionadas pela dupla. A riqueza de detalhes nas cores e acabamentos foram princípios desde o início.
Noite de brilho
A noite de 30 de abril ficará lembrada no corações dos fãs que lotaram o teatro do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, para a apresentação do ABBA The Show. O público, animado com o espetáculo, investiu em peças referências ligadas ao grupo setentista.
Entre vestidos, calças, saias e bolsa, o brilho predominou. Peças psicodélicas, estampas colorias e jeans também foram opções entre os presentes. A principal proposta era curtir a apresentação musical com estilo.
Confira a entrevista com Camila Dahlin na íntegra:
1 – Como foi o processo de escolhas do figurino?
Nós confeccionamos as primeiras fantasias, com destaque para a utilizada no clipe de Waterloo. Depois disso, fizemos pelo menos mais 9 fantasias.
2 – Os anos 1970 são marcados por uma grande inspiração no movimento hippie. Como enxerga a visão do ABBA para esse momento?
Eles eram dois casais felizes e bem-sucedidos. Não usavam drogas, eram limpos e corretos. Mas utilizavam, é claro, a moda como uma forma de expressão. Acho que a Frida gostava muito.
3 – Gostaria de acrescentar algo?
Eu e Katja ficamos muito envolvidas quando criamos os figurinos para o show. Sempre que estamos viajando pelo mundo, procuramos os tecidos para novas fantasias, porque não é fácil encontrar exatamente os certos. Somos muitos exigentes com todos os detalhes das fantasias.
O espetáculo que o ABBA The Show proporcionou em Brasília é um sinal de que o tempo é um importante fator para a moda. Se antes, as peças utilizadas pelos o grupo eram consideradas “over“, hoje o estilo é referenciado como fashionista e autêntico.